segunda-feira, 2 de março de 2015

Carta aberta dos professores aos alunos da Escola Estadual Severina Pontes de Medeiros - ensino médio - Japi/RN

Caros alunos:

O maior patrimônio desta escola são vocês, nós professores, os funcionários e seus pais. Aqui é um espaço humanitário onde devem ser priorizados nossos relacionamentos, nossas amizades, nosso diálogo. Em nossas limitações, a busca deve ser por garantia do acesso, permanência e sucesso de vocês e como em todo ambiente sociável aqui não apenas proporcionamos o encontro intencional com o conhecimento, mas também nos educamos e por isso justificamos a necessidade de parâmetros e normas que delimitem nossas ações. A nossa escola é viva, Institucionalizada e existe para ser transformadora. De coração, não queremos que aqui nenhum de vocês se perca.

Nesta etapa da Educação, Ensino Médio, são propostas a retomada de conhecimentos prévios, continuidade do Ensino fundamental e preparação para o mercado de trabalho, por isso temos a prerrogativa enquanto profissionais da educação de povoar suas vidas de sonhos na perspectiva de que ainda na adolescência tenham por objetivos cursos, profissões e independência financeira. O mundo atual nos impõe responsabilidades desde cedo, exigindo a definição de prioridades, renúncias e não poupará nenhum de nós das conseqüências do comodismo, da alienação, da indecisão, nem do erro de escolha.

Não podemos ignorar, porém, nossas limitações de infra-estrutura e déficits em áreas imprescindíveis para oferta de uma educação à altura do que a sociedade exige e vocês merecem. É fundamental que nos alinhemos às oportunidades que surgem, sem ignorarmos nossa capacidade crítica perante a omissão daqueles que tratam com descaso, que não priorizam a oferta de uma educação de qualidade. Não podemos nos entregar ao pessimismo, perder o ânimo na corrida por nossos objetivos, abrir mão dos nossos sonhos, ou subestimar nossa capacidade de buscar, de inventar, de reinventar, de fazer, de refazer, de rever e se necessário recomeçar.

Há o consenso entre nós professores de que se faz necessário para nosso convívio e para dá sentido ao nosso trabalho que o ambiente escolar seja um lugar atrativo, agradável, sem perder de vista a sua essência e para isso é fundamental dialogarmos, dada a necessidade de mergulharmos em nosso mundo coletivo e individual, construir nossos pontos de vista, nossas argumentações, compartilhar nossos gostos, nossas indignações, inquietações e interagir com as nossas diferenças. Precisamos insistir na ideia de escola enquanto contexto democrático e ainda que pareça redundante, sem autoritarismo, sem egocentrismo e onde prevalece a negociação, os ajustes, o respeito à legislação e aos acordos, na busca pelo "certo" porque nos parece certo, construindo um ambiente de bem-estar, envolvidos em gestos de solidariedade, de tolerância e de compreensão.

Por fim, conclamamos o sentimento Drummondiano: "O presente é tão grande, não nos afastemos, Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.". E, um esclarecimento: esta carta não tem a pretensão de registrar de nossa parte apenas um sentimento momentâneo, “distribuir entorpecentes, ou ganhar uma conotação fictícia.

Abraço fraterno!

REFERÊNCIA:    Mãos Dadas – Autor: Carlos Drummond de Andrade.

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