O
valor foi repassado em parcelas previstas no contrato da construção.
OAS
anunciou nesta terça (31) que quer negociar participação no estádio.
O governo
do Rio Grande do Norte repassou R$ 138,9 milhões à OAS de fevereiro de 2014 até
fevereiro deste ano. O valor é a soma das parcelas pagas ao grupo empresarial
como contraprestação pública pela construção e administração da Arena das
Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo. Os repasses estão
previstos no contrato assinado entre governo e OAS. Nesta terça-feira (31), a
OAS, parceira do governo no empreendimento, anunciou a pretensão de negociar
100% dos ativos da arena.
A
maior parte dos R$ 423 milhões gastos na obra foram adquiridos por meio do
financiamento contraído pela OAS junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Foram R$ 396 milhões adquiridos com o banco. Para
reembolsar o grupo empresarial, o governo paga parcelas de cerca de R$ 10
milhões desde fevereiro do ano passado. Os pagamentos vão até dezembro de 2022,
o que vai resultar em um total de R$ 1,2 bilhão.
De
acordo com a Secretaria Estadual de Planejamento e Finanças (Seplan), em fevereiro
e março de 2014 foram pagos mensalmente R$ 10,1 milhões. A partir de abril o
valor foi reajustado para R$ 10,7 milhões e os repasses mensais foram
realizados até dezembro.
Neste
ano, conforme detalha a Seplan, foram efetuados os pagamentos de janeiro e
fevereiro, com o valor R$ 10,7 milhões. O mês de março deverá ser liquidado até
o 5º dia útil de abril, de acordo com a Secretaria de Planejamento e Finanças.
A
OAS e o Executivo Estadual firmaram uma Parceria Público Privada (PPP) para a
construção do estádio. No comunicado divulgado nesta terça, além de anunciar a
negociação de 100% dos ativos da arena, o grupo informou que fez o pedido de
recuperação judicial de nove de suas empresas na Justiça do Estado de São
Paulo.
No
contrato assinado com o governo, ficou responsável pela construção, gestão e
operação da arena multiuso. A concessão administrativa tem duração de 20 anos e
termina em 2034.
Estádio
também recebeu shows de música no ano passado
(Foto: Marco Polo/Divulgação)
Lucro
A
Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo, gerou
um lucro de R$ 20 milhões no primeiro ano de funcionamento. É o que consta no
relatório de administração e demonstrações financeiras da Arena das Dunas
Concessão e Eventos S/A referente ao ano passado. O documento foi publicado no
Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (25).
Inaugurado
no dia 22 de janeiro de 2014, a Arena das Dunas recebeu quatro jogos da Copa do
Mundo e também foi palco de partidas de futebol válidas pela Copa do Brasil,
Série B do Campeonato Brasileiro, Copa do Nordeste e Campeonato Potiguar. O
estádio ainda recebeu shows, feiras e outros eventos durante o ano passado. De
acordo com o relatório, a receita de operação foi de R$ 19,4 milhões.
Em
nota, a assessoria de comunicação do governo esclareceu que não foi informado
oficialmente sobre a negociação da Arena das Dunas até a noite desta terça.
"Tão logo seja comunicado, o documento será submetido ao setor jurídico
para apreciação e posterior divulgação dos procedimentos a serem adotados pelo
governo do Rio Grande do Norte", diz a nota.
Em
entrevista à Inter TV Cabugi, o procurador geral do Estado, Francisco Wilkie
Rebouças, explicou que por se tratar de um bem público, a arena não pode ser
vendida ou penhorada, mas há brechas para negociação.
"A
única coisa que a OAS pode expor é a exploração da Arena das Dunas e as cotas
que ela tem na Sociedade de Propósito Específico (SPE) - criada para
administrar o estádio com o nome Arena das Dunas Concessões e Eventos
S.A", ressalta o procurador.
Operação
Lava Jato
O
grupo OAS é investigado por suposto envolvimento em corrupção pela operação
Lava Jato, da Polícia Federal. No comunicado em que anunciou o pedido de
recuperação judicial, a empresa diz que suas dificuldades começaram em
novembro, a partir das investigações sobre corrupção na Petrobras, "o que
resultou na interrupção das linhas de crédito".
"Ao
mesmo tempo, clientes suspenderam momentaneamente seus pagamentos e novas
contratações. Como consequência, as agências de rating rebaixaram a nota da
OAS, o que levou ao vencimento antecipado de suas dívidas".
O
pedido de recuperação judicial inclui a Construtora OAS, OAS S.A., OAS Imóveis
S.A., SPE Gestão e Exploração de Arenas Multiuso, OAS Empreendimentos S.A., OAS
Infraestrutura S.A., OAS Investments Ltd., OAS Investments GmbH e OAS Finance
Ltd.
Junto
com o pedido de recuperação judicial, a OAS também informou que vai colocar à
venda suas participações na Invepar (24,44% do negócio), a fatia no Estaleiro
Enseada (17,5%), na OAS Empreendimentos (80%), na OAS Soluções Ambientais
(100%), na OAS Óleo e Gás (61%) e na OAS Defesa (100%), além da Arena Fonte
Nova (50%) e da Arena das Dunas (100%).
G1
RN
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