Proposta destaca indícios de que a medida foi
elaborada para beneficiar só quatro empresas. Ex-assessor do Denatran é sócio
de uma delas.
A Câmara dos
Deputados aprovou em Brasília, nesta semana, requerimento que acelera a
tramitação de um projeto de decreto legislativo, o qual cancela a
obrigatoriedade para que as autoescolas utilizem simuladores de direção em
aulas. Com isso, o projeto será votado nesta semana que começa, diretamente no
plenário da Câmara, sem passar pelas comissões da casa. A proposta é do líder
do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
De acordo com o deputado, há
indícios de que a medida foi
elaborada para beneficiar só quatro empresas que detêm a tecnologia dos
simuladores, já que faltam argumentos
técnicos que justifiquem a medida. O líder acrescentou que a obrigatoriedade
vai onerar os condutores, que pagarão entre 20% a 30% a mais para obterem
carteira nacional de habilitação, uma vez que cada equipamento é vendido a R$
40 mil, fora o custo de manutenção.
A
ideia do sistema, de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é
utilizar tecnologias de realidade virtual para o aprimoramento do processo de
formação dos motoristas. Segundo o Ministério das Cidades, estudos preparados
pelo Governo norte-americano comprovaram que a instrução no simulador de
volante do carro pode reduzir pela metade o número de acidentes. Nos 24
primeiros meses após a obtenção da carteira de motorista, o equipamento ainda
desenvolve as habilidades sensoriais e motoras do condutor, assim como os
conhecimentos teóricos das regras de trânsito e o autocontrole emocional. Além
disso, permitirá treinar os controles do veículo e se colocar em situações
similares às que ocorrem em vias públicas antes das aulas práticas de volante.
No dia 11 passado, o Contran havia definido um novo
prazo para a obrigatoriedade do uso do simulador de direção veicular nas
autoescolas do País: 30 de junho.
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