A
presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos a lei (13.063) que dispensa o
aposentado por invalidez da realizar perícia periódica depois dos 60 anos. Até
agora, aposentados que muitas vezes têm dificuldades de locomoção precisavam se
deslocar para fazer a perícia mesmo quando já teriam direito à aposentadoria
por idade, que não exige a perícia.
O
projeto que deu origem à lei foi aprovado pela Câmara no mês passado
(PL 7153/10). Para o relator da proposta na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a mudança é uma
questão de respeito com os idosos.
"Fazer
uma perícia médica é às vezes um grande sacrifício. Não tem condição de
locomoção, não tem veículos apropriados e a perícia não tem peritos disponíveis
para ir na casa da pessoa. Para facilitar tudo isso, passou de 60 anos,
considera-se a aposentadoria por invalidez como definitiva sem necessidade de
fazer nova perícia", resume.
Elias
Lacerda é marceneiro e tinha 50 anos quando uma máquina decepou parte de um
dedo e deixou comprometido todo o movimento da mão. "A mão não fecha nem
abre para pegar algo. Então sempre tive dificuldade de trabalhar em outro
serviço".
Dezenove
anos depois da aposentadoria por invalidez, uma perícia do INSS determinou a
suspensão do benefício, considerando o aposentado apto para o trabalho. Mas,
aos 69 anos, Elias já poderia inclusive se aposentar por idade, benefício que
não requer perícia. Ele entrou na justiça, a decisão foi revista e Elias voltou
a receber sua aposentadoria normalmente.
O
caso do marceneiro é um exemplo das repetidas perícias a que eram submetidas
até hoje os aposentados por invalidez mesmo em idade avançada.
O
presidente do Movimento Nacional dos Servidores Aposentados e Pensionistas,
Edison Haubert, também lista os diversos inconvenientes para os aposentados que
a nova lei vai evitar. "Ele tem dificuldade de caminhar e de se
submeter a filas de espera. E ainda a perícia vem lembrar uma situação que ele
não precisa lembrar todo dia, que é uma doença permanente, uma situação
permanente. Deixando de fazer essa perícia aos 60 anos me parece que
emocionalmente já traz um ganho."
Quem
ainda precisa de perícia
Só
ficam mantidas as perícias periódicas para os aposentados que comprovam
necessidade de assistência permanente e que por isso recebem um adicional de
1/4 do benefício; ou aqueles que pedem a perícia porque desejam voltar ao
trabalho. Também ficam mantidas as perícias determinadas pela Justiça.
A
nova lei entrou em vigor a partir desta sexta-feira (2/1). *Por Agência
Câmara
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