Prevista
inicialmente para 2012, a transposição do Rio São Francisco deve atrasar mais
dois anos e ser concluída apenas em 2017. O custo da obra, que atualmente está
em R$ 8,2 bilhões, deve passar por reajuste, conforme afirmou no fim de maio o
ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em apresentação feita a
senadores do Nordeste.
No
início deste ano, empresas contratadas para construir dois lotes da
transposição tiveram dificuldades para cumprir o cronograma. Embora negue
atrasos, a Mendes Júnior foi alvo de um processo administrativo aberto pelo
ministério para “apurar possíveis faltas cometidas pela empresa”. Sindicatos
afirmam que houve mais de duas mil demissões.
Até
o fim de abril, 74,5% das obras de transposição estavam prontas, segundo
medição do próprio ministério. De acordo com Occhi, a expectativa é que, a
partir de setembro, estejam funcionando dois canais de 40 quilômetros em
Pernambuco.
Por
causa da lentidão em alguns trechos da obra, canais que já ficaram prontos
ainda não recebem água. A falta de uso tem provocado o aparecimento de
rachaduras nas estruturas, segundo integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco.
Cerca
de 2,2 mil funcionários que trabalhavam nas obras de transposição do Rio São
Francisco foram demitidos nos primeiros meses do ano, segundo o Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Pesada do Ceará (Sintepav-CE). O Ministério da
Integração Nacional afirma, porém, que há 9,2 mil pessoas trabalhando
atualmente no empreendimento.
No
fim de maio, trabalhadores do lote 5, de responsabilidade da Serveng, ficaram
uma semana em greve nos municípios de Brejo Santos e Jati, no Ceará, para pedir
aumento salarial. Diretor do Sintepav-CE na região do Cariri, Evandro Pinheiro
diz que nos lotes 4, 5, 6 e 7 deveriam ser contratados mais 1,5 mil operários
para manter os trabalhos no ritmo adequado. A Serveng não foi localizada na
sexta-feira para comentar o assunto. A Mendes Júnior informou que o andamento
das obras “encontra-se dentro do previsto”.
Occhi
afirmou que está autorizada a retirada de 26,4 mil litros de água por segundo
do São Francisco. A quantidade representa, segundo ele, 2,5% de todo o volume.
Questionado
se os cortes no orçamento que o governo federal anunciou em abril poderiam ter
algum impacto na obra, o ministério afirmou que “o projeto de integração do Rio
São Francisco é uma das prioridades do governo federal” e que “os pagamentos
são feitos de acordo com a execução da obra. Não há atrasos de pagamentos.”
O
Globo
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