A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (21) mais uma alta nos juros para financiar a casa própria. É a terceira vez somente neste ano.
As novas taxas valem somente para novos contratos, ou seja, os financiamentos que já estão em andamento não sofrerão reajuste. Os juros não mudam para imóveis financiados pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” ou aqueles que usam recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Veja abaixo como ficam as taxas.
Sistema Financeiro da Habitação
O Sistema Financeiro Habitacional (SFH) regula a maioria dos financiamentos imobiliários no Brasil. Para se enquadrar neste sistema, o imóvel deve custar, no máximo, R$ 750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Nos outros Estados, o limite máximo do imóvel é de R$ 650 mil.
- Para quem não é cliente do banco: passa de 9,45% para 9,9%;
- Para quem tem conta no banco: era entre 8,8% a 9,3%; sobe para entre 9,3% e 9,8%;
- Para servidores públicos: era entre 8,8% a 9,3%; sobe para entre 9,3% e 9,8%.
Sistema de Financiamento Imobiliário
O Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) regula todas as transações que não se enquadram no SFH e é voltado, principalmente, para grandes investidores institucionais.
- Para quem não é cliente do banco (para imóveis residenciais): sobe de 11% para 11,5%;
- Para quem não é cliente do banco (para imóveis comerciais): sobe de 12% para 14%;
- Para quem tem conta no banco: estava na faixa entre 10,2% e 10,7%; sobe para entre 10,5% e 11,2%;
- Para servidores públicos: estava na faixa entre 10,2% e 10,7%; sobe para entre 10,5% e 11,2%.
Poupança minguando
Os depósitos em poupança têm caído ao longo deste ano e batido recordes negativos. A diferença entre o que entrou na poupança e o que foi sacado foi negativa em R$ 38,5 bilhões no primeiro semestre, pior resultado já registrado desde 1995, quando o Banco Central começou a divulgar esses dados.
Um dos motivos dessa movimentação é o aumento da taxa básica de juros Selic, que tem provocado migração de recursos da poupança para alternativas mais rentáveis, como títulos públicos.
Como isso, a Caixa e outros bancos enfrentam um cenário difícil, com menos recursos para emprestar nesta modalidade de crédito.
Foco em imóveis novos e populares
A Caixa voltou a afirmar que seu foco neste ano são imóveis novos, com destaque para a habitação popular, operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Restrições ao crédito imobiliário
Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria no país, com cerca de dois terços do mercado, a Caixa vem tomando desde o começo do ano sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário:
- Neste ano, o banco já tinha aumentado duas vezes os juros cobrados dos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH);
- O banco também reduziu de 80% para 50% o valor máximo para financiar imóveis usados, nos casos que utilizem recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE);
- A Caixa também restringiu os financiamentos por meio do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) a um por pessoa, ou seja, quem tem um contrato de financiamento não pode tomar outro crédito da mesma linha.