O Brasil já soma 2.782 casos de recém-nascidos com suspeita de microcefalia, má-formação do cérebro que pode trazer limitações graves ao desenvolvimento da criança.
Os dados abrangem 618 municípios de 19 Estados e do Distrito Federal, segundo boletim atualizado do Ministério da Saúde. Na última semana, o boletim apontava 134 casos confirmados de microcefalia e outros 2.165 casos suspeitos em investigação. Houve ainda registro de 102 casos, mas que foram descartados após exames.
Diferentemente do último boletim, a pasta não informou nesta terça-feira (22) o novo total de casos confirmados e descartados.
O diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch, admitiu que alguns Estados vêm apresentando dificuldades em classificar os casos, daí a decisão por voltar a registrar apenas os casos suspeitos. “Na maior parte dos serviços de maternidade, a maior parte dos profissionais é plantonista, que não têm como acompanhar a classificação. Os Estados vinham nos relatando dificuldades”, afirma.
Segundo o diretor, algumas secretarias, como a Bahia, estão revisando os dados. Ainda não há previsão de quando a classificação deve ser retomada. Entre os Estados, Pernambuco ainda registra o maior número de casos suspeitos de microcefalia, com 1.031 notificações. Em seguida, está a Paraíba, com 429 casos em investigação, e Bahia, com 271.
Também há registros em Alagoas (114), Ceará (127), Maranhão (88), Piauí (51), Rio Grande do Norte (154), Sergipe (136), Distrito Federal (11), Goiás (40), Mato Grosso (78), Mato Grosso do Sul (3), Pará (32), Tocantins (58), Rio Grande do Sul (1), Espírito Santo (18), São Paulo (6), Minas Gerais (52) e Rio de Janeiro (82).
AVANÇO E MORTES
Em todo o país, o número de casos suspeitos já é quase 19 vezes maior que no ano passado, quando houve 147 recém-nascidos com microcefalia. O Ministério da Saúde considera que o aumento de casos está relacionado à entrada do vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
“Não há dúvidas que a esmagadora maioria dos casos de microcefalia estão relacionados ao vírus zika”, afirma Maierovitch.
Ele lembra, porém, que todos os bebês devem passar por testes para diagnosticar as possíveis causas do problema. Casos de microcefalia que não estiverem ligados ao vírus zika serão descartados.
O número de mortes de bebês com suspeita de microcefalia também cresceu, e já atinge 40 casos, contra 29 na semana anterior. Destes, ao menos uma morte já foi confirmada, de um bebê do Ceará cujos exames apontaram a presença do vírus zika em amostras de sangue e tecidos.
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