Presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ) classificou de “golpe” o pedido de licença do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
Na noite desta quinta (3), o cartola pediu para deixar o cargo, mas não informou o período de sua ausência.
No final da tarde desta quinta, Del Nero foi indiciado pela Justiça dos EUA.
Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção para recebimento de propina nas entidades esportivas.
Além de presidir a CBF, ele integrou a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e o Comitê Executivo da Fifa.
Del Nero nomeou o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), 61, vice-presidente da Região Centro-Oeste.
Opositor de Del Nero, o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, 74, é o vice mais idoso.
“Hoje é um grande dia para o futebol brasileiro. Apesar de estar feliz, não posso deixar de dizer que isso é mais um golpe aplicado pela CBF”, disse o senador.
“O Del Nero sair de forma melancólica, rasgando o estatuto da entidade. Nem conheço o Delfim Peixoto, mas a regra tem que ser respeitada”, acrescentou.
Na manhã desta quinta, o Comitê de Ética da Fifa anunciou que está investigando Del Nero.
Antes do Comitê de Ética da Fifa se pronunciar, os presidentes da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Juan Angel Napout, e da Concacaf (entidade que reúne os países das Américas do Norte e Central), Alfredo Hawit, foram presos na Suíça.
Desde maio, quando José Maria Marin foi preso na Suíça, Del Nero nunca mais deixou o país.
Marin foi preso acusado de receber propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior.
“O bom é que o Del Nero não volta mais ao poder. A Fifa e a Justiça dos EUA não vão deixar”, disse o senador.
O processo sigiloso contra Del Nero foi aberto no Comitê de Ética da Fifa no mês passado. A investigação é baseada em documentos enviados pelas autoridades brasileiras.
Os dois dirigentes são investigados também pelos senadores da CPI do Futebol.
Na terça (2), os parlamentares quebraram o sigilo telefônico de Marin e Del Nero. Os senadores terão acesso as mensagens enviadas dos aparelhos da dupla, além de emails.
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