Este
texto foi extraído o ano passado, do livro, “JAPI TERRA QUERIDA: Em fato e fotos”, que será publicado
e lançado em junho de 2017. O conteúdo homenageia a Patrona da Emancipação
Política do Município de Japi. (SANTOS, Pp, 67–72 ).
A senhora
Josefa de Araújo Lima, dona Vesinha, como ficou conhecida em Japi, filha de
Aprígio Moreira de Araújo com Rosa Amélia de Lima, nasceu em Moreno, hoje
cidade de Solânea/PB, em 20 de novembro de 1920. Faleceu em 10 de junho de
1997, quando morava na cidade de Japi, onde foi sepultada no cemitério público,
junto ao túmulo de sua mãe.
Josefa Araújo ( Dona Vesinha)
Quando era adolescente, estudou em
colégio de freira na cidade que morara com seus pais. Quando jovem veio para
Japi, pela primeira vez, no dia do seu casamento. Fato esse que aconteceu no
ano de 1939. A cerimônia do casamento foi realizada na fazenda Japi de Cima.
Bonita e inteligentíssima foi assim
que as pessoas daquela época definiram o perfil de Josefa de Araújo Lima,
quando ela chegou para morar na localidade de Japi.
Veja quando e como acontecia a
aproximação do cônjuge e como se procedia aos casamentos daquela época. Os pais
eram quem ofereciam os filhos para se casarem com as filhas de amigos que
moravam na vizinhança. O exemplo disso foi o casamento de Manoel José de
Medeiros com Torquata Leopoldina Tolentina da Costa.
Esse foi o primeiro
casamento judicial e religioso que ocorreu na região de Japi, do qual se tem
conhecimento. Todavia, José Vicente de Medeiros, o pai de Manoel José de
Medeiros, foi quem ofereceu seu filho para casar-se com dona Torquata
Leopoldina Tolentino da Costa, em dois de abril de 1902, na fazenda Japi de
Cima.
Segundo
Maria Zélia de Medeiros, seguindo a tradição daquela época, especificamente no
meio de amigos e das famílias mais abastadas, Manoel José de Medeiros e
Torquata Leopoldina da Costa mandaram carta para os pais de Josefa de Araújo
Lima oferecendo seu filho Francisco Assis de Medeiros para se casar com a filha
deles. Os pais de dona Vesinha concordaram e o casamento foi realizado no ano
de 1939 na fazenda de Manoel José de Medeiros.
Francisco e Vesinha tiveram os seguintes filhos: Pedro
Araújo de |Medeiros, Francisco de Assis de Medeiros, José Darci de Medeiros,
Tarcísio Araújo de Medeiros, Marlene de Medeiros, Maria de Lourdes de Medeiros,
Maria José de Medeiros, Maria Zélia de Medeiros, Maria Salete de Medeiros Maria
Aparecida de Medeiros e Maria de Fátima de Medeiros.
Ali, na
fazenda Japi de Cima, Josefa de Araújo e Francisco Assis de Medeiros moraram
por alguns anos. Lá, ele se dedicou à agricultura familiar.
Ela começou a desenvolver os seus talentos:
interagindo socialmente, demonstrando um espírito solidário, uma pessoa ativa,
desenvolvida e dinâmica.
O primeiro talento que a jovem recém-casada Josefa de Araújo
Lima desenvolveu nesta localidade foi o de alfabetizadora. Logo após o
casamento, ela exerceu a função de professora de 1940 até o ano de 1958.
Segundo sua filha, Maria Zélia de Medeiros, ela foi a primeira professora da
localidade.
Josefa de
Araújo Lima, a heroína da Emancipação Política de Japi
Josefa de Araújo Lima veio para Japi em 1939. Nesse ano, ela
se casou com Francisco Assis de Medeiros, filho do coronel Manoel José de
Medeiros. Aqui, em nossa cidade, além de lutar pela Emancipação, ela deixou um
legado de desenvolvimento em quase todos os seguimentos da sociedade japiense.
No ano de
1959, ela se tornou uma defensora do povo e se enveredou na política local. Na
política, também demonstrou ser uma pessoa preparada, destemida e conhecedora
dos direitos cívicos e democráticos. Corajosa, persistente e sonhadora, sonhou
com um povo livre. Levou seu projeto às maiores autoridades político do Estado
potiguar e conseguiu realizar seu desejo de ver Japi liberto de São José do
Campestre e se tornar uma nova cidade do Rio Grande do Norte, com plenos
direitos de um município autônomo.
Certa vez,
a professora Maria Zélia de Medeiros me disse: “Mãe me falou por várias vezes
que não foi fácil elaborar o projeto de Emancipação Política de Japi. Foi
difícil convencer grande parte das autoridades do nosso Estado, principalmente
de São José de Campestre, a aderirem a esse projeto. Porém, o mais difícil foi
fazer com que os principais membros da família Medeiros aceitassem a realização
desse fato”.
Ela disse
ainda que houve revolta por parte dos Medeiros, porque toda a área em torno do núcleo
de moradores era uma fazenda de Manoel José de Medeiros. Fundador e dono de uma
área muito extensa onde cultivava a agricultura de subsistência: milho, feijão,
fava e jerimum, intercalados com a cultura de algodão, a maior fonte de riqueza
da localidade. Todavia, toda a riqueza daqui, e da vizinhança vinha do algodão
que era concentrada quase totalmente nas mãos da minoria (os patrões). Também,
na fazenda de Manoel Medeiros, existia a criação de rebanhos: bovino, suíno,
caprino e outros animais.
Segundo
depoimentos de pessoas mais antigas da cidade, a família Medeiros não via com
bons olhos essa história de Emancipação Política da localidade de Japi. A prova
disso é que desde o início de sua estruturação política até 2016, o município vem
sendo comandado e dirigido por pessoas dessa família e nem um deles demonstrou
nenhuma preocupação no sentido de desapropriar a área urbana de Japi. E isso é
a comprovação de que eles ainda estão distantes de praticarem a verdadeira
política, que é defender, lutar e zelar pelo bem de tudo e de todos os cidadãos
do município, com uma visão universal no presente, passado e futuro, com base
na democracia e no progresso social.
Basta
constatar que, na história de prefeitos de Japi, houve apenas três que foram
eleitos pelo povo e que não são da família Medeiros: Geraldo Anselmo Pinheiro,
Gentil Pinheiro e Jodoval Ferreira de Pontes. Embora os dois primeiros tenham
sidos prefeitos indicados e apoiados pelos Medeiros. Todavia, era visível que
por trás deles havia “um cabeça” que determinava os limites de ações e
execuções de alguns projetos na cidade. A respeito da desapropriação da área do
município, Gentil Pinheiro até que tentou, porém, o seu projeto não foi
adiante. O terceiro, o último a ser eleito, Jodoval Ferreira de Pontes, pode se
perceber características diferentes nele. Muitos acreditam que ele irá
desmembrar a área da cidade.
Embora Japi tenha se libertado geopoliticamente
do município de São José de Campestre, até hoje quase ninguém que aqui é
morador tem a liberdade e o direito de comprar uma casa financiada por algum
banco, especificamente pela Caixa Econômica Federal. Todavia, por causa disso,
a população e o município já perderam muito, estão perdendo e vão perder muito
mais ainda, enquanto essa mentalidade egocêntrica reinar na cabeça dessas pessoas.
Hoje, em
nossa cidade, quase ninguém tem o direito de comprar uma casa através do
programa “Minha Casa, Minha Vida”, mesmo sendo um programa estendido a todo o
território nacional. Parece que Japi não pertence ao Brasil. Também, não
podemos fazer empréstimos para reformas e nem alugar um imóvel para um órgão público,
que seja federal, estadual ou municipal. Ou, nem se quer, fazer um prédio
público.
Não podemos
pensar em desenvolvimento enquanto a área urbana não for desmembrada. Não se
deve administrar um município pensando somente em solucionar os problemas do
presente, temos também que enxergar e planejar o futuro, eliminando os erros do
passado e avançado em busca do progresso, com base na ciência e na tecnologia
moderna.
Nesse
sentido, ainda sobre o tema da emancipação, com reflexão nas palavras de Maria
Zélia de Medeiros, quando ela disse que seu avô e outros membros de sua família
não concordavam com a ideia de Josefa de Araújo Lima, chego a algumas
conclusões: uma delas é que eles provavelmente pensavam que a elevação de
categoria de vila a município provocasse um desequilíbrio no sistema agrícola,
um provável declínio na produção de algodão e uma queda na economia dos donos
de fazendas, causado também por um possível deslocamento de uma boa parte das
pessoas da zona rural para a zona urbana, que de fato eram eles (trabalhadores
meeiros) os agentes principais do processo agropecuário daquela época,
responsáveis pela produção do algodão na localidade de Japi.
Todavia,
presos numa cadeia circunstancial, dentro de um sistema agrícola rural em que
vivia a população camponesa, só quem podia sobressair bem eram os patrões e
seus familiares. A tendência da população ruralista era viver passiva e
subdesenvolvida. Sem estudo, sem sabedoria, sem sonho e sem oportunidade de
sair do nível de pobreza.
Vale dizer
que a tendência ideológica daquela época era a de que os filhos dos
agricultores não estudassem. Pois, sabiam que os que estudassem não permaneciam
no campo. Às vezes, aqueles que tinham tendência a estudar eram mal vistos e
taxados de gente sem futuro.
Os grandes
proprietários que reinaram durante o ciclo do algodão em toda a região do
Nordeste brasileiro pensavam que a sociedade ia viver imutavelmente sob essa
forma sistemática de economia medieval. Assim funcionava a mente de alguns
proprietários japienses.
De certa
forma, os patrões sabiam que muitas coisas que não lhes eram favoráveis iam
surgir com a emancipação política de Japi. De fato, aos poucos, aquele
paradigma rural, depois que Japi passou a ser cidade, foi mudando
paulatinamente. A começar pelo êxodo rural, que teve seu início a partir da
emancipação. Compare os dados dos censos demográficos do início da segunda
metade do século XX, quando a população rural (os que moravam espalhados no
campo, dentro de seus roçados) eram dois terços das pessoas que moravam junto
ao núcleo de moradores. Agora, a situação se inverteu. A área urbana aglomera
dois terços da população rural. Houve um verdadeiro êxodo rural. Hoje, o povo
que antes estava preso e impotente dentro de um círculo rural, foi libertado e
está livre do outro lado, na zona urbana. E isso se deu em razão de quatro
fatores: a Emancipação Política, a praga do bicudo, os programas governamentais
e os benefícios previdenciários.
Logo após a
Emancipação Política, nos primeiros dois anos, diversas oportunidades de
empregos públicos foram surgindo e várias pessoas foram empregadas nas áreas da
política, da educação, da justiça, da saúde, da construção civil e do comércio
local. Tanto que, hoje, muitos se desenvolveram na área comercial e saíram do
nível de pobreza. Agora, aqui, todos podem ter iguais direitos, liberdade e oportunidades
de crescer e de se desenvolver em qualquer área. Especificamente na educação,
no comércio e até mesmo na política.
Agora, de
nada se assuste. O que parecia impossível pode ser possível. Você já pensou em
alguém que nasceu das cinzas e se tornou uma fornalha, vir da classe dominada e
se tornar um dominante, agora a profecia do velho ditado popular pode se
cumprir: “A roda grande vai passar por dentro da pequena”.
É importante
salientar, que, embora os principais membros da família Medeiros tenham se
revoltado contra Josefa de Araújo Lima, tendo em vista, que ela enfrentou
muitos desafios e adversidades antes mesmo da Emancipação Política e muito mais
depois daquele dia, é evidente, que foi por intermédio dela que o povo de Japi
foi vitorioso e livre.
A porta foi aberta. Uma luz iluminou
o caminho que pode levar até o alto da montanha do desenvolvimento moderno
pautado na ciência e na tecnologia.
Naquele dia, todo o povo que se
encontrava ali, diante do maior líder políticos do nosso estado gritou: “Viva a
liberdade!”. Graças à guerreira, à revolucionária e à heroína que lutou pela
independência e pela liberdade do povo japiense. Isso porque dona Vesinha era
uma mulher de vigor, de capacidade e muito sábia. Ela percebeu que o núcleo de
moradores de Japi e toda comunidade, para se desenvolver primeiro tinham que se
tornar um município. Ela foi à luta, persistiu e conseguiu os seus dois
principais objetivos. Tirar a localidade de Japi da dependência e sujeição de
um município e também da ditadura e da passividade de um sistema econômico e
agrário imposto pelos patrões.
O ápice desta história ocorreu no
dia 18 de maio de 1959, quando o núcleo de moradores de Japi viveu e evidenciou
o maior fato histórico do município até os dias atuais: “A Emancipação política”.
Segundo Mauro Pinheiro, nesse dia, o
governador do Estado do Rio Grande do Norte, Dinarte Mariz de Medeiros, veio a
Japi com muita honra e inaugurou o mais novo Município do Estado do Rio Grande
do Norte e do Brasil. E, a partir daquele dia, ficou marcado nas memórias dos
japienses e registrado no livro de atas da Assembleia Legislativa, em Natal, como
um dos maiores capítulos da história de Japi até o momento.
Logo após a abertura da festa da
emancipação, o governador Dinarte Mariz de Medeiros, na presença de outras
autoridades dos municípios de São José de Campestre e de Santa Cruz e de todo o
povo desta localidade, nomeou o senhor José Matias como prefeita do município
de Japi. Ele foi, portanto, no dia 18 de maio de 1959, o primeiro gestor do
poder executivo desta cidade. Passado quase três meses, a senhora Josefa de
Araújo Lima assumiu o cargo de prefeito provisório, até o final do ano de 1959.
Por isso e por muito mais, é justo que o nome dela seja
lembrado especificamente no dia 18 de maio. Pela sua luta, pela sua dedicação
ao povo de Japi, pela sua solidariedade e por tantos outros atos de bondade e
trabalho em prol do progresso desta cidade e bem-estar das pessoas que nela habitam.
Legados
de Josefa de Araújo Lima (dona Vesinha)
Maria José de Medeiros, (Dona Dedé)
Dona Vesinha foi uma pessoa
acolhedora e amorosa para com aqueles ou aquelas que se chegavam a ela. Atuou
efetivamente a favor das causas dos menos favorecidos, quando necessitavam de
ajuda pessoal ou nas áreas da educação, política, justiça, saúde, segurança,
religião e outras. Nessas áreas, ela deixou vários legados que estão sendo
praticados até hoje por algumas pessoas de sua família. Enumero abaixo as ações
mais relevantes dela, nessas áreas.
Educação – Dona
Vesinha foi uma das primeiras professoras do município. Atuou nesta área de
1939 a 1959. Entre os períodos de 1955 a 1959 assumiu uma escola pública
(Escola Reunida Cel. Manoel Medeiros), que funcionava no prédio da primeira
escola do Distrito de Japi, situada na Rua Manoel de Medeiros. Nessa escola,
durante a semana, ela era professora, diretora e auxiliar de serviços gerais. A
partir de 1959, quem assumiu esse legado foi sua filha Maria José de Medeiros
(dona Dedé, mãe de Roberto César). Dedé atuou até o final do século XX. Ela
iniciou como professora contratada pelo Estado e findou quando se aposentou
como diretora. Quando se aposentou, dirigia a Escola Estadual Cel. Manoel
Medeiros I, onde funcionava o ensino de primeira a quarta série do Ensino Fundamental.
Ainda durante
a gestão de dona Dedé, outra filha de dona Vesinha tentou seguir os passos da
mãe. Foi a senhora Maria Zélia de Medeiros, dona Zélia. Esta revolucionou,
modernizou, inovou e desenvolveu a educação do município nas décadas de 1980 e
1990.
Foi Zélia que trouxe as várias modalidades
do ensino de segundo grau para Japi. Na
década de 80, ela conseguiu com muito esforço implantar a modalidade do Logos
II, ensino magistério supletivo equivalente ao segundo grau. Em 1985, programou
e implantou o ensino normal seriado do 1º ao 3º ano magistério. E, em 2000, trouxe
o ensino médio, que funciona até hoje no prédio da Escola Severina Pontes de
Medeiros. Zélia foi professora, coordenadora pedagógica, Secretária de Educação
deste município e diretora da referida escola.
(Zélia Medeiros)
Zélia é esposa de Francisco Teobaldo
de Medeiros (Titito), que em 1969 foi vice-prefeito na chapa do prefeito
Francisco Adésio de Medeiros, seu irmão.
Do início da década de 1980 até a
primeira década do século XXI, a neta de Josefa de Araújo, Rosângela de
Medeiros (Danda de Ismael), dava continuidade a esse legado. Ela foi professora,
coordenadora, diretora da Escola Estadual Cel. Manoel Medeiros II e Secretária
de Educação deste município.
De 1990 até hoje, quem está reinando
neste ofício são vários netos de Josefa Araújo. Entre tantos, vale citar o nome
de Roberto César de Medeiros. Este começou na função de professor, depois
coordenador pedagógico e atualmente está na direção da Escola Estadual Cel.
Manoel Medeiros II – Ensino Fundamental de 5º a 9º ano.
Saúde – Nesta área dona Vesinha prestou relevantes serviços aos
moradores de Japi. Naquele tempo, nesta localidade era muito difícil o acesso à
saúde. Quando alguém adoecia, quem socorria, depois de Deus, era ela. Josefa
Araújo de Lima agia como médica da época, enfermeira e parteira assistente.
Quando o caso era muito grave, ela dava um jeito de trazer, de algum lugar, um
profissional da área para tentar solucionar o problema.
Segundo Hermílio Dantas, ex-vereador,
ele viu seu pai, o senhor Bajau sair por várias vezes junto com vesinha para
tratar de enfermidades de pessoas. E isso ocorria frequentemente.
(Os primos: Vera e Roberto)
Anos mais tarde, ela comprou uma
casa em Natal. Lá ela passava um tempo, e outro tempo em Japi. Ela levava
pessoas enfermas de Japi e acolhia-os nessa residência. Nunca deixou de cuidar
das pessoas desta comunidade. Embora a partir da década de 1980 já houvesse
atendimento médico em nossa cidade, todos sabem que, até hoje, a maior parte
dos pacientes são levados para serem atendidos em Natal.
Embora dona Vesinha tenha falecido em 10 de
junho de 1997, este legado continuou com seu filho Tarcísio Araújo de Medeiros
e que teve continuidade com o então prefeito Róbson Wanderley de Medeiros. Vale
dizer que, até o ano de 2016, todos os dias, com exceção do domingo, a casa em
que morou dona Vesinha, em Natal, sempre esteve cheia de pessoas que haviam
saído de Japi a Natal, levadas pelos carros da prefeitura para se tratarem de
alguma enfermidade. Virou realmente uma casa de apoio. Isso foi um dos maiores
privilégios que o povo japiense testemunhou e usufruiu, graças ao legado
deixado e mantido pela família Araújo e Medeiros. Dizem que nos outros
municípios não há igual privilégio.
Política – Desde que se casou e começou a interagir no meio dessa gente,
Vesinha se tornou uma das principais figuras humana nas inter-relações
socioculturais, de saúde, religiosas e principalmente da área política. Com
essas qualidades, podemos dizer com toda convicção que ela foi um dos
principais fundamentos políticos dessa localidade. Vale lembrar: em 1958 ela participiou
na elaboração do projeto de Emancipação Política de Japi e, em 1959, foi
vitoriosa quando Japi foi emancipado. Consequentemente, em 1959, no mesmo ano,
por ocasião da Emancipação Política, ela também foi nomeada prefeita de Japi.
(Robinho, Pedre Araújo e Esposa)
É evidente que de 1959 até hoje
foram eleitos vários prefeitos em nossa cidade. Dentre tantos, vale citar os
nomes de alguns que são descendentes dela. Isso foi um exemplo, um legado que
ela deixou até os dias atuais. Em 1972, o seu filho Pedro Araújo de Medeiros
foi eleito prefeito. Pedro atuou como prefeito de 1973 a 1976. Em 1996, também
outro filho dela, Tarcísio Araújo de Medeiros, foi eleito. Tarcísio atuou como
prefeito de 1997 a 2000. De julho de 2005 a 2008, Tarcísio assumiu novamente a
prefeitura de Japi. Em 2008, Tarcísio Araújo apoiou o seu sobrinho Róbson
Wanderley de Medeiros, que também foi eleito e atuou de 2009 a 2012. Em 2012,
Tarcísio apoio novamente Robinho à reeleição, que ganhou e administrou o
município até 31 de dezembro de 2016.
Vale saber, que Róbson é neto de
Vesinha e é filho do ex-prefeito Pedro Araújo de Medeiros. Cujo, também manteve
o legado que sua avó deixou até 31 de dezembro de 2016.
Religião – Foi ela quem organizou a primeira festa oficial de São
Sebastião, padroeiro de Japi. Além de dona Vesinha ter organizado a primeira
festa de São Sebastião de maneira mais elaborada e organizada, ela aperfeiçoou
e deu continuidade a todos os eventos ligados às festividades religiosas:
procissão, pastoris, bingos. Foi ela que trouxe a primeira banda de músicos
para tocar na cidade. A saber, na festa de São Sebastião; organizou missas e as
primeiras catequeses.
(Lourdes, Verônica e Danda)
Curiosidade: em 1966, a capela, que
foi construída junto ao povoado por volta de 1946, foi demolida. Dizem que foi
por causa de um formigueiro. Esse formigueiro era muito grande e ninguém
conseguia destruí-lo. Veja mais detalhes sobre isso na seção de religiosidade.
Nessa época, dona Vesinha era uma
das figuras de maior influência na religião católica. Foi ela uma das pessoas
que planejou onde deveria ser construído o outro templo católico. Embora tenha
encontrado vários obstáculos e adversidades por parte de algumas pessoas
influentes, quanto ao local da construção da nova e atual capela de São
Sebastião, o que prevaleceu foi a sua ideia e a sua palavra. Tanto é que a
capela foi construída onde ela havia planejado: no meio da Rua Manoel Medeiros,
de frente para o leste, ao lado da casa do saudoso Pedro Lopes.
Texto de Edson Batista
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