Autor Professor e Historiador Edson Batista dos Santos.
Essa crônica teve seu início há
um ano atrás e foi concluída no dia 20/03/2023 e será lançada na próxima semana
nas escolas estaduais da cidade.
Essa crônica vai descrever
detalhadamente toda a trajetória de vida de duas “cai beiras”,
que são sem sombra de dúvida, as maiores e mais lindas árvores que atualmente
existe na cidade de Japi/RN. Tanto é, que hoje, essas belas cai-beiras são
consideradas por quase toda a população local, como as principais vitrines da
cidade e também, os mais belos cartões postais naturais desta localidade.
Vale salientar também, que esse texto, em sua íntegra irá mostrar ao leitor, por via de uma linguagem simples, coloquial e transparente, a existência, a resiliência, a brilhante, a importância e a majestosa potência dessas duas grandes árvores nativas da caatinga nordestina brasileira, que hoje fazem parte do conjunto de árvores de grandes portes que existem dentro da nossa cidade.
Convém ainda
descrever nesse texto, que segundo um informante, desde que a cai-beira mais
velha foi vista pela primeira vez por olhos humanos (por um homem que tem o
nome de Ubaldo Borges de Lima), quando ainda, ela era muito
pequenina e muito frágil, quando tinha apenas três folhinhas, enquanto lutava
para sobreviver, exposta sobre a areia seca do rio Jacu e, sob os fortes raios
de um sol escaldante aonde nascera e aonde estava sustentada por frágeis raízes
fixadas numa pequena porção de massapê, a plantinha já demonstrava-se muito
atraente, linda e deslumbrante. Embora tenha sido encontrada em meio a esse
típico contexto físico, natural e clima semiárido, quando aqui já era verão,
não havia mais chuva e as águas que dias atrás correram no meio do grande rio
Jacu já tinham desaparecidas, foi exatamente em meio a tudo isso que surgiu a
pequena cai-beira.
Além de apresentar o contexto físico e
natural que foi descrito no parágrafo anterior, essa crônica irá também mostrar
o modo como a cai-beira foi arrancada da areia do referido rio, como e em que
ela foi transportada para um outro lugar no qual até hoje ainda continua
crescendo, que lugar é este, cujo serviu para acolher, alimentar e proteger a
nova moradora (a pequena cai-beira que fora encontrada no rio Jacu e,
que logo depois foi levada para outro lugar, no qual ela fora plantada, cresceu
e vive até hoje), quem a plantou, quem cuidou dela durante alguns anos, e agora,
depois que a cai-beira cresceu, você poderá conhecer e comprovar o quão é
importante este ser vivo (a cai-beira) está entre nós. Como ela se
tornou tão generosa e gentil, apreciar o modo e a franqueza como ela acolhe de
braços abertos as aves do céu que lá se aconchegam para dormirem e, para que
ela tanto serve atualmente a nossa comunidade.
Para conhecer e compreender com mais
detalhes tudo que foi citado na introdução desse texto, especificamente o que
foi descrito nos dois parágrafos anteriores a este e, ter uma plena convicção
de que tudo são fatos reais e verdadeiros leiam atenciosamente tudo que está
relatado no referido texto, em sua íntegra, porque certamente, nele você
encontrará importantes informações sobre a cai-beira que estou me referindo.
O texto informará também quem são as
personagens humanas, os espaços, o tempo, toda a trajetória de vida da
cai-beira com seus mistérios e camuflagem, partindo do início de sua bendita
aventura, quando ela foi encontrada no rio Jacu, como viveu todo esse tempo,
até os dias atuais, incluindo todos os fatos que aconteceram até aqui.
Nessa crônica o leitor irá perceber e
identificar a participação de automóveis, objetos e elementos da natureza que
fizeram parte na composição dessa importante história.
Vale dizer, que segundo Ubaldo
borges de Lima havia mais de um trator carregando areia e. ele era um
dos motoristas de um dos tratores que trabalharam carregando areia para o muro
do referido posto de saúde, na nossa cidade. Lugar esse, aonde um
dia a pequena cai-beira fora plantada, cresceu e se encontra viva.
Ainda, segundo Ubaldo Borges de Lima foi ele mesmo quem trouxe a pequena cai-beira do rio Jacu e a plantou no muro do referido posto de saúde. Fatos esses que serão esclarecidos com mais ênfase e com mais detalhes em parágrafos posteriores. Então, diante dessas evidências, não há dúvidas, que ele (Ubaldo) é hoje, o principal informante. E mais, volto a repetir, que ele assegura com persuasão, que foi ele mesmo quem plantou a referida cai-beira no muro do posto de saúde de Japi, que fora construído em 1978, durante a gestão do então prefeito de Japi, Francisco Adésio de Medeiros (Neno Medeiros), como já foi citado antes.
Convém dizer, que tudo que estou escrevendo nessa crônica são informações que obtive depois de vários encontros e conversa que tive com Ubaldo borges de lima e também com outras pessoas, inclusive algumas delas também participarem dos fatos contidos nessa história, cujas relatam com muitos detalhes a vida da cai-beira que fora trazida do rio Jacu e plantada no muro do posto de Saúde.
O primeiro encontro que tive com
Ubaldo Borges de Lima em que tratamos sobre o assunto da cai-beira se deu em
maio do ano de 2018. Na ocasião ele revelou a mim toda essa história, a qual
escrevi cautelosamente. Agora, quem quiser conhecer a real e misteriosa história
de vida dessa cai-beira é só ler esta crônica.
Ainda em 2018, eu e o primo Ubaldo
Borges de Lima voltamos a conversar. Desça vez, a nossa fala aconteceu no mês
de junho. Nessa ocasião o primo disse a mim quase tudo que eu queria saber a
anos atrás, a respeito daquela extraordinária árvore (a cai-beira). Ele
esclareceu e revelou quase todos os detalhes a cerca dessa história os quais
tiraram de mim muitas dúvidas e muitas curiosidades que eu tinha a respeito da
existência da referida árvore, a começar do dia em que ele a encontrou no rio
Jacu, decorrendo anos a anos até aquele dia em que estávamos conversando. Naquela
oportunidade Ubaldo Borges falou também do contexto e dos fatos que ocorreram com
a caibeinha no trajeto que fizeram com ela, do rio Jacu para o
muro do posto de saúde. Começando pelo encontro em que ele teve
com ela (a cai-beira) no referido rio, como arrancou-a, como protegeu-a e como
levou e plantou-a no muro do posto médico. Ele disse ainda que logo que
encontrou a plantinha, algo estranho e comovente contagiou seu ser.
Leiam atentamente parte da fala de
Ubaldo Borges de Lima, quando emocionado ele falou para mim sobre o estado em
que se encontrava a cai-beira no momento em que a encontrou: “Logo que me
encontrei com a arvorezinha ela só faltou falar literalmente comigo. E eu, me
senti totalmente apaixonado por quela recém nascida plantinha. Foi “amor à
primeira vista”. Naquele instante, na beira do rio Jacu, aos meus olhos ela se
apresentou muito linda, atraente, com uma esplêndida e encantadora folhagem
verdinha e brilhosa, que embora fossem apenas três folhas, elas se moviam de um
lada para o outro, dançando em torno delas próprias fixadas no caule da
plantinha. Eram as folhas sacudidas pela a ação do vento que fazia com que elas
batessem uma na outra. Assim, o som que surgia derredor da plantinha parecia
uma música tocada e harmonizada pela ventania. Com as folhas molhadas pela
brisa da noite, a plantinha aparecia iluminada pelos reflexos dos raios solares
que começavam a despontar no horizonte. Ela (a pequena cai-beira) demonstrava
estar muito feliz e rindo como se soubesse que naquele momento acabara de ser
concretizado o seu feliz destino, que era sair dali, e que ia ser levada por
seu protetor para um lugar aonde viveria cercada, bem alimentada e protegida,
até crescer, florescer dá frutos e viver até a sua velhice fora do alcance de
predadores, tranquila, segura, zelada e cuidada, por um homem muito bom
(Vicente Paulino), sabendo (a cai-beira) que ia servir a comunidade e ser
homenageada pelos homens de boa vontade”.
De fato, referente ao que foi
manifestado na fala de Ubaldo Borges no parágrafo anterior, não vejo nem um motivo
para contestação pois, sabemos que tanto os animais como as árvores possuem
instintos naturais capazes de saberem antecipadamente algo que possa acontecer
com eles e com quase tudo ao seu redor. É só observar detalhadamente o
comportamento de alguns seres naturais como: das formigas, das abelhas, dos
pássaros, das árvores do campo e outros elementos da natureza como: o sol, a
lua as estrelas, a temperatura o vento e muitos mais. Isso, se
preciso for, para entender melhor tudo o que foi citado na fala do conterrâneo
Ubaldo Borges de Lima.
Aliás, sabe-se que o saudoso Vicente
Paulino tratava a plantinha como se fosse uma filha dele.
Vale esclarecer, que naquele tempo, Vicente
Paulino da Costa prestava serviços diariamente naquele posto de
saúde. Ele era um funcionário público pertencente a rede estadual na área da
saúde. Ele foi o primeiro “empregado” a ser contratado para exercer a função de
ASG no referido posto de saúde de Japi. Isso se deu no ano de 1978. Nesse local,
ele trabalhava de: zelador, servente e vigilante.
Para tanto, convém dizer que quem
conseguiu esse emprego para ele foi o então prefeito de Japi, Francisco
Adésio de Medeiros (Neno Medeiros).
Veja nas palavras do informante Ubaldo
Borges de Lima, ele explicando com mais detalhes o motivo pelo qual se
envolveu na história de vida da “cai-beira”: -“Após ter concluído a
referida obra (a construção do prédio do referido posto de saúde), o então
prefeito Francisco Adésio de Medeiros (Neno Medeiros) mandou encher de areia
todo o espaço que componha a área do muro do referido prédio. A areia foi
transportada do rio Jacu para o muro do prédio dentro de carroceria de dois
tratores, cujos pertenciam ao referido prefeito e a prefeitura e, os motoristas
desses automóveis eram eu e Manoel tratorista”. Nesse tempo, eu prestava
serviço a prefeitura de Japi, haja vista, que eu era motorista, então, por esse
motivo fui designado a dirigir um dos tratores. E, portanto, foi numa das
viagens que fiz ao rio para pegar areia que encontrei a recém-nascida plantinha
(a cai-beira). Lá, naquele lugar, ela se encontrava solitária e lutando para
sobreviver na vastidão de areia do rio Jacu.
Um dia, Paulo Manco, que foi um
dos que também naquele tempo, juntamente com Ubaldo e outros colegas
trabalharam enchendo as carrocerias dos tratores que transportavam areia do rio
Jacu disse a mim que havia um caminhão que também carregava areia do rio Jacu
para o muro do posto de Saúde e, que toda a areia que eles carregavam saia da
área do Trapiá”.
Convém dizer, que até a década a
de 1980, muita gente pensou que de fato aquela planta que Vicente Paulinha
cuidava era um pé de mangueira.
O porquê de muitas pessoas não terem
conhecido a espécie da referida planta ainda parece ser “um mistério”.
Percebe-se
claramente, pelo modo como se relacionava com a plantinha, que o saudoso Vicente
Paulino, logo após ter encontrado a cai-beira plantada no muro, fato esse
que se deu após o dia em que Ubaldo a plantou naquele lugar, ele ficou
apaixonado também pela referida plantinha (a cai-beira). Para tanto, isso era
demonstrado nas ações dele. Tanto é, que ele fez uma pequena cerca de tijolos
velhos ao arredor da plantinha, no mesmo dia em que ele a encontrou plantada na
areia do muro do referido posto e, a partir daquele dia, passou a aguá-la
diariamente, até quando a arvorezinha completou aproximadamente cinco anos de
idade.’’
Em agosto de 2018 “Teinha”, esposo de “Moça” filha do saudoso Zé Olinto, quando na ocasião ele se encontrava sentado conosco em cadeiras, na calçada da casa do meu tio Cícero Batista dos Santos, que fica localizada na rua João Nicolau, também se expressou dizendo: “Por muito tempo, quando eu ainda era um menino, também pensei que aquela planta fosse um pé de mangueira Edson Batista”.
Às vezes me lembro de quando eu passava na calçada do posto e via o
saudoso Vicente Paulino aguando aquela pequena plantinha.
Em maio de 2019, não me
lembro ao certo o dia, mas sei que fui ao posto de saúde (o posto de saúde
da cai-beira) para tomar a vacina das gripes H1N1 e H3N2, que para tanto,
por causa do referido vírus, naqueles dias a gripe estava assolando a população
mundial, transmitindo os vírus das referidas gripes para as pessoas em todos os
lugares, quando naquela ocasião encontrei-me com o irmão Jaime Caboclinho Dantas (o pai
de Leonardo, “Pirata”, Soelma e Damaris Dantas), quando possivelmente ele tenha
ido ali também para se vacinar.
Como já foi mencionado antes, que o referido
encontro entre mim e o irmão Jaime se deu na calçada do muro do posto de
saúde, debaixo da cai-beira, convém dizer, que ali, naquele instante, sob a
sombra da velha “cai-beira” nós começamos a falar sobre a história de
vida da referida planta, da existência e da importância dela hoje, para toda
comunidade japiense. Também, naquela ocasião ele disse a mim que todos os dias
via Vicente Paulino aguando a
plantinha (a suposta mangueira), e que também, ele (o informante Jaime Dantas) pensou por muito tempo que se tratava
realmente de um pé de mangueira.
~ Fonte:
foto acervo da família Dantas. Jaime
Dantas e sua esposa Maria Geraldo.
Vale ressaltar, que o senhor Jaime
Dantas, nos dias em que Ubaldo plantou o pé da cai-beira na areia do posto de
saúde possuía um comércio de alimentos de frente ao referido posto de saúde.
Era uma barraca feita de madeira. Esta barraca ainda existe até hoje. É a
barraca que agora Geraldo esposo da cabeleireira “Neinha” vende
alimentos do tipo lanche para estudantes e também ele vende café, chás,
salgados e tapioca. A barraca fica localizada na esquina da rua Manoel
Medeiros Filho com a rua João Martins do Nascimento, na esquina
do muro da escola estadual Manoel Medeiros I.
Confesso com toda a minha convicção,
que dentre tantas pessoas desta cidade, também fui uma das que teve o
privilégio de ver por diversas vezes o
senhor Vicente Paulino com um balde na mão aguando aquela bela plantinha, penso que
naqueles dias a referida plantinha tinha aproximadamente trinta centímetros de
altura. Nessa época eu era ainda um
adolescente. Por isso, ainda hoje,
quando se fala dessa grande árvore vem logo a minha mente a imagem da cai-beira associada a pessoa de Vicente Paulino, pessoa essa, que muitas outras pessoas de
Japi o consideram como “o pai
adotivo da cai-beira”. Até porque, entendo, que pai é aquele que
cria, cuida, protege e ama.
Fugindo um pouco da principal questão
temática do texto e indo para a área da pesquisa em campo, ou seja, coleta de
dados, de informações, é muito importante esclarecer que, quando se trata de
colher informações com alguma pessoas acerca de uma determinada história, que
aconteceu no passado, ou mesmo que ainda esteja acontecendo, como é o caso
dessa crônica que estou lhes escrevendo e, quando a mesma se referem a pessoas,
a coisas, objetos ou a animais, se forem para serem escritas e apresentadas a
público, veja como é importante dialogarmos repetidamente, as vezes que forem
necessárias acerca de um mesmo assunto, com as mesmas pessoas ou se possível
com outras que conheçam ou que fizeram parte em fatos de uma determinada
história, sobre os quais você esteja escrevendo e, que pretenda publicar por
via de um livro, de uma revista, de um caderno ou em redes sociais.
Baseado nessa linha de pensamento,
veja o que novamente disse Ubaldo Borges de Lima, quando noutra oportunidade em
que nós nos encontramos ele voltou a falar a respeito do dia em que se
encontrou com a cai-beira pela primeira vez, assunto esse que já fora
esclarecido várias vezes por ele noutras oportunidades. Porém, dessa vez, ele
apresentou mais informações, inclusive em algumas delas, ele fez referência a
elementos da natureza.
Então, como era de se esperar, Ubaldo
Borges (Pessoa que conhece toda a história da cai-beira) “entrou de
quina” na nossa conversa e falando disse: “lembro-me do dia e da hora em que
peguei a plantinha no rio Jacu. O local em que ela estava fixada havia uma
parte de barro. O barro era roxo, era massapê, então, com muito cuidado cortei
o pedaço de massapê, que sobre o qual a plantinha estava fixada. Peguei o bolo
de barro com muito jeitinho, com medo que ele se partisse, parecia até que eu
estava pegando num bebê que havia nascido ali, naquela hora.
Vale salientar, que aquele
lugar, naquele tempo era conhecido por “Trapiá” devido a um pé da referida
árvore que lá ainda existe, cuja fica na beira do rio.
Convém dizer ainda, que agora,
lamentavelmente o pé de Trapiá está quase morto. Ainda está lá no mesmo lugar,
porém encontra-se sufocada por grandes pés de algaroba que nasceram em toda as
margens do rio Jacu. Devido a isso, ele (o pé de Trapiá) não cresce mais
e, portanto, não dá mais frutos. O mais grave é que a sua espécie foi quase
toda extinta da nossa localidade e, por isso, hoje quase ninguém conhece mais
aquela área pelo nome de Trapiá. Esse nome ou esse lugar podemos dizer que é
coisa do passado.
As brincadeiras de artista, atletismo, tica de vassoura e ver quem tinha mais força para derrubar o outro na areia, que saudades daquele tempo, depois de muitas brincadeiras, cansados e suados íamos se deleitar com um adorável banho de água fria do poço do trapiá do rio Jacu de Japi e, às vezes, ainda encontrávamos alguns frutos de trapiá e chupávamos. “Era bom demais”.
Voltando-se para o principal tema desta crônica, que é a aventurosa
história de vida das duas cai-beiras que existem dentro do muro do posto de
saúde de Japi, em especial a cai-beira mais velha e, se fizermos uma
reflexão geral em todos os aspectos físicos, naturais, cronológica, seus habitats
naturais, a mudança de lugar que a primeira cai-beira passou, a resiliência dela, o mistério e a
grande importância que hoje as duas extraordinárias árvores representam para a
nossa comunidade (pessoas, animais, a cidade, o meio ambiente, aos
visitantes ao nosso bioma e para o planeta) podemos dizer com toda
evidência, que as duas cai-beiras são de fato as duas maiores e significantes
símbolos patrimoniais naturais e culturais da nossa cidade. É
também os mais lindos, mais admiráveis, as mais esplêndidas, muito aconchegantes
e os seres mais acolhedores desse lugar. É sem sombra de dúvida os maiores
presentes que Deus, O Criador e Mantenedor da vida nos concedeu.
Depois de fazer uma análise e uma
reflexão nos fatos contidos em toda a história da vida das duas cai-beiras, e
de tudo que foi escrito neste texto a respeito não só delas mais também de quem
fez parte direto ou indiretamente da referida história, faço a mim mesmo as
seguintes perguntas: Embora saibamos que toda essa história que está sendo
relatada nessa crônica seja verídica, a pergunta que não me cala é: Porque
durante alguns anos muitas pessoas pensaram que a pequena cai-beira era um pé
de mangueira? É aceitável a ideia de uma pessoa, quando manifestada verbalmente
declara que um pé de cai-beira é muito parecido com um pé de mangueira, a ponto
de confundir a identificação entre ambas. Porém é do nosso conhecimento que os
principais protagonistas dessa história (as que lidaram por alguns anos com
a plantinha, que foram: Ubaldo borges, Vicente Paulino, Zé Albino e Manoel
Gomes) são pessoas muito experientes, haja vista que elas conheciam e ainda
conhecem muito bem a nossa vegetação. Porém, não há nenhuma dúvida em se dizer,
que naquele tempo, essas pessoas não conheciam muito bem a estrutura de um pé
de mangueira, do caule até as folhas, haja vista, que na nossa localidade não
existia pés de mangueiras. Porém é do nosso conhecimento que desde muito cedo,
elas (especificamente, Ubaldo Borges de Lima e o saudoso Vicente Paulino)
foram criadas em contatos diretos e diariamente com pés de cai-beiras na “Caatinga”
japiense.
Outra pessoa que também colaborou
para o desenvolvimento e sobrevivência do pé da cai-beira quando ela era bem
pequenininha foi o conterrâneo Nego de Luiz Severino, conhecido por “rei do
galão”. Esse, nos períodos de grandes estiagens, que ocorreram no final da
década de 70 do século passado levou muita água em galão, sobre seus ombros,
para abastecer o posto de saúde e também para aguar o pequeno pé de cai-beira.
Segundo afirma o nosso conterrâneo
Nego de Luiz Severino, ele também pensava que aquela árvore era um pé de
mangueira.
Talvez o
motivo pelo qual no início, nos primeiros dias de vida da cai-beira as pessoas
não tenham conseguido perceber que o suposto pé de mangueira era um pé de cai-beira
tenha sido um mistério. Mistério esse, que teve seu início desde
que a plantinha fora encontrada na areia do rio Jacu. De fato, esse pensamento (que
o pé de cai-beira era um pé de mangueira) perdurou sim, por vários anos na
cabeça de muitos japienses. Naquele tempo, até quando ela tinha aproximadamente
cinco anos de idade, ela já havia crescido bastante. Ela havia se tornado de
fato muito grande. Já era mais alto doque um homem, a ponto de ser
independente. Ou seja, não precisar de ser tão cuidada como era antes. Já
conseguiria sobreviver sem precisar de ser regada por pessoas diariamente.
Por vezes fico a pensar, que tudo
isso foi um projeto de Deus, O Senhor dos Exércitos, se tomarmos
como fundamento, um princípio que diz: Toda a vida foi criada e cuidadosamente
mantida viva no universo por determinação dO Criador, e que O próprio
Deus tem um propósito para cada uma. Para a vida da cai-beira, a
saúde dela e a boa serventia que ela hoje nos propõe é evidentemente a prova da
mão dO Criador, que sem sombra de dúvidas ainda estar sobre elas
(as duas cai-beiras do muro do posto de saúde).
Embora tenha sido assim, sabe-se que
num determinado momento desta história aconteceu um misterioso engano nas
mentes de muitas pessoas daquela época e, principalmente naquelas que lutaram
diretamente com plantinhal. Engano este, que mais tarde, naturalmente foi
desvendado. Então, com isso foi revelado a verdade acerca da espécie da
plantinha que Vicente Paulino cuidava com muito zelo e amor,
pensando ele, que estava cuidando de um pé de mangueira, quando na verdade ele
cuidava era de um pé de cai-beira.
Por causa desse engano, hoje há
pessoas que dizem, que o motivo pelo qual muita gente não entendeu a verdadeira
espécie da plantinha, desde o início, quando Ubaldo Borges de Lima a encontrou
exposta na areia do rio Jacu foi uma intervenção dO Criador do Universo.
De fato, só Deus Jeová sabe de tudo: do que vai
acontecer hoje e que vai acontecer amanhã. Ele é Oniciente, Onipresente e
Onipotente.
Talvez, se aquelas pessoas que
avistaram a planta pela primeira vez, quando ela ainda estava lá no rio Jacu,
tivessem percebido que aquela plantinha era um pé de caibeira, possivelmente
não teriam a trazida para o muro do posto de saúde. E então, certamente ela não
estava ali, no lugar aonde está até hoje, representando o que há de mais belo e
relevância natural na cidade de Japi/RN.
Embora hoje quem tem bom reconhecimento, bom raciocínio, bom entendimento, espírito de solidariedade, um coração grato e ambientalista enxerga e deseja vida longa para as duas árvores (a cai-beira mais velha e a mais nova do posto de saúde de Japi), Porém, não é de se estranhar que um dia, alguém que por um motivo qualquer pense diferente de nós. E, dominado por um espírito: mal, egoístico, ganancioso, de soberba, de orgulho, de poder e de prepotência, projete, tente ou até mesmo consiga destruir as cai-beiras. O tempo dirá. Antes que isso aconteça apresentarei três pontos que servirão de advertências:
Primeira – As Cai-beiras que cresceram dentro do muro do posto de saúde de Japi/RN. Posto esse que foi construído em 1978, estão inseridas no grupo das árvores que estão em extinção. E, por elas serem árvores nativas da Caatinga nordestina, com base nas leis de proteção ambientais, as autoridades municipais são obrigadas a preservá-las, proteger e mantê-las no lugar aonde elas cresceram. Portanto, quem tentar cortá-las ou destruí-las estará sujeito as penalidades legais adotadas pelo o IBAMA, IDEMA e por outros órgãos de proteção ambiental. Também Será lembrado e criticado eternamente por todas as gerações de povos japienses e, possivelmente, por causa disso ele será destituído do poder, isso, se for uma autoridade escolhida por Deus e pela soberania do povo. O Anjo do Senhor fará julgamento. Pois, ele fez ontem, faz hoje e fara amanhã, a todos que por ignorância ou soberba atentar para destruir a terra ou as plantas. Leia apocalipse 11:18
Segundo – As duas árvores mais importantes da nossa cidade, que são as “cai-beiras” do posto de saúde de Japi/RN, sem sombra de dúvidas são projetos dO Deus Criador e Autor da vida. Embora a cai-beira mais velha tenha nascida sozinha no meio do deserto de areia do rio Jacu, depois que a mudaram do lugar em que ela havia nascido (da área do Trapiá) e, a trouxeram para um outro lugar (para o muro do posto de saúde), lugar esse, que ela vive até o dia de hoje, o qual fica no centro da nossa cidade. Ali, ela se adaptou muito bem, gostou e passou a conviver conosco, no meio do povo. Agora, depois de adulta, todos os dias ela estar ali, no muro do posto recebendo e saldando nossa comunidade (pessoas e muitas espécie de animais, em especial as aves do céu).
Hoje, diante de tudo isso que conhecemos, faço questão de chamar a atenção de todos japienses para esses detalhes. Que, além delas terem crescido junto a nós, elas se tornaram nossas colegas, amigas, companheiras e participantes no processo de arborização, despoluição e ornamentação da nossa cidade. além dela tornar o nosso lugar mais dinâmica e alegre, todos os dias, ao pôr do sol e pela manhã a cai-beira acolhe muitas aves as quais alegra toda a população de pessoas da cidade, com seus lindos cantos entoados por um grande coral de vozes que saem dos bicos de dezenas de pássaros que se aglutinam ali para pernoitarem. Provocadas por algum barulho, de vez em quando as aves voam em forma de nuvens com voos arrasantes.
É por tudo isso, que a minha
narrativa é, antes de alguém se precipitar numa provável soberba e
desaventurada atitude (tentar destruir os pés das duas cai-beiras do
posto de saúde), melhor será primeiro consultar aO Deus Criador e
Mantenedor das árvores, toda a população e as autoridades que delegam as
leis ambientais e toda a população da cidade, invés de tentar impor suas
próprias, insensatas e egocêntricas vontades como alguns já fizeram alguns.
A consulta a população poderá ser um
dos meios mais eficaz e legal ao meu ponto de vista e, ela poderá ser feita por
meio de redes sociais (enquetes), pesquisas pessoas e audiências públicas.
Terceiro – Sabemos que em nossa cidade até hoje não existe um projeto de arborização. Certamente é por esse motivo, que muitos erros já foram cometidos no que diz respeito a plantação de árvores: deixaram de plantar árvores importantes na cidade; cortaram árvores que não deviam serem cortadas; plantaram árvores que não deviam serem plantadas aqui e outros mais. Porém, nós podemos também aprender com os erros praticados no passado (erros de tentar cortar árvores que são importantes para a nossa comunidade e também de não terem arborizado a nossa cidade com plantas frutíferas). Acredito que esses erros praticados até o então, já são o bastante suficiente para entendermos que é necessário mudar essa velha prática (de plantar árvores exóticas como: Algaroba, figo, pinheiro e por último o ninho. Essas são árvores que não produzem bons frutos para o consumo humano, não são nativas da nossa região e que podem causar danos ao nosso bioma). Essa medíocre mentalidade, a velha prática de plantarmos na nossa cidade árvores estrangeiras e infrutíferas é arcaica, ignorante e improdutiva. E, por isso deve ser mudada. Devemos incentivar a plantar árvores bonitas, que deem sombras bons frutos e que sejam sustentáveis.
No tocante as referidas cai-beiras
do posto de saúde de Japi/RN, que são plantas nativas da nossa região semiárida
e, que segundo o IDEMA e o IBAMA elas estão inseridas no grupo das árvores em
extinção, seria uma agressiva ação de alguém atentar contra elas. Ao tentar
fazer isso, esse indivíduo estará evidentemente praticando um grande erro
humano, administrativo, ecológico, um desprezo pela natureza, pelo meio
ambiente e pela história do nosso município.
Caros gestores! Vocês foram
escolhidos para fazerem o bem a toda a comunidade (todos os seres vivos,
incluindo a natureza). Portanto é dever de vocês zelar desse ofício que lhe
foi outorgado por Deus e pelo povo e, saiba também, que um dia Deus cobrará de
você! E, o que você fez? Então, zelem para que quando desocuparem o cargo,
fique na memória do povo que um dia confiou em vocês boas ações como: zelo
pela cidade, pela comunidade geral, pelos patrimônios público, social, natural
cultural e ambiental.
Acredito que aquele que por algum
motivo tentar mandar cortar ou aniquilar umas árvores de tamanha
importância como são as duas “cai-beiras” do posto de saúde de nossa
cidade, certamente esse idealizador ou destruidor, “cedo
ou mais tarde” se arrependerá. Isso, porque, possivelmente sofrerá o
castigo determinado pelo “Anjo do Senhor”, como estar escrito na
Bíblia Sagrada, no livro do Apocalipse cap. 11 verso 18. Quem tem
entendimento leia e entenda!
Todavia, destruir uma árvore significa tentar
destruir parte da terra, ou parte da vida na terra. A grande e boa obra
que O Deus todo poderoso Fez, a nossa casa, “a nossa mãe terra”
pois, quando ele a fez abençoou e preservou até o dia em que o pecado entrou
nela. Desse dia para cá os homens maus vem destruindo soberbamente e
ignorantemente as plantas e o meio ambiente e toda a terra. E, por isso, a
terra e seus habitantes terão que passar por grandes catástrofes.
Para complementar mais esse assunto irei descrever algo que aconteceu aqui em Japi a cinco anos atrás. Acredito que esse infeliz acontecimento servirá de exemplo para qualquer outra pessoa que por um motivo egocêntrico, no futuro queira destruir alguma árvore que esteja servindo a nossa comunidade, como: As cai-beiras e o restantes dos pés de mangueiras que estão crescendo nas praças de Japi.
O que vou descrever agora
certamente vos servirá como exemplo. Trata-se de um episódio que ocorreu na
nossa cidade no ano de 2020, no qual, envolveu a minha pessoa, a então
administração municipal e vários pés de mangueiras e de outras espécies que eu
tinha plantado nas praças da nossa cidade. Naquele ano, o então gestor do
município não só tentou destruir algumas árvores que eu tinha plantado na praça
central, mas também um grande projeto de arborização que eu
tinha elaborado e posto em prática.
Assim, com um desenfreado orgulho e
abuso de poder esse gestor ainda conseguiu arrancar seis pés de mangueiras que
eu havia plantados na praça que fica de frente as agências: do banco do
Bradesco e dos correios. Isso correspondeu a um terço das plantas que
eu havia plantado em quase todas as praças da nossa cidade.
Se sentindo investido de poder,
agindo com soberba e dominado por um espírito egocêntrico, a então gestão de
2020 esqueceu que O Deus Criador controla todas as coisas. Dá e tira
poder e governança de quem Ele quer, tudo no tempo Dele.
Dizem que o poder quando sobe para a
cabeça de uma pessoa ela começa a não enxergar o que é certo e o que é errado. Ela
para de refletir e também de pensar, esquece Deus, não dá ouvido a família e ao
povo que o elegeu, é levado por ideias e emoções banais, que as vezes partem de
pessoas más intencionadas que estão perto dele. Não estou aqui com essas
ideias, querendo julgar alguém, mas, as vezes, embora não tenha absolutamente
certeza, chego a pensar que tenha sido exatamente o que ocorreu com o gestor, no
final da então gestão que se deu entre os anos de 2017 a 2020, quando ele não
enxergava que mangueiras crescem bastantes, ficam muito bonitas, produzem
muitas sombras, embelezam a cidade e que também, no futuro aquelas árvores
iriam contribuir para alimentar a nossa população, em especial os mais carentes.
Haja vista, que as mangueiras, dão muitos frutos grandes doces, saudáveis e
maravilhosos, como acontece em muitos outros municípios do nosso Nordeste como:
em Natal, em Sobral/CE, em Jaçanã, em Açu e outros municípios
brasileiros, aonde os gestores e a população valorizam e dão importância a
plantas nativas e frutíferas, tendo em vista que elas são mais lindas, mais
saudáveis e contribuem para alimentar pessoas carentes de alimento.
Então, depois de ter eliminado vários pés de mangueiras (os que foram plantados de frente da casa do saudoso Geraldo Anselmo Pinheiro, pai da professora, Gorete Pinheiro e também os que foram plantados de frente da agência do Banco do Bradesco), o referido gestor ainda tentou destruir quatro pés da mesma espécie (de mangueiras) que também eu havia plantados no canteiro da praça que fica de frente a minha casa.
Ao perceber toda aquela subornadora
situação constrangedora, me afastei mais ainda. Para mim, todo aquele aceno era
um caso ridículo e inaceitável. De um lado, de frente a minha casa
encontrava-se o então gestor municipal só esperando que eu fosse atender ao
apelo dele. Do outro lado ficou eu, dentro da minha casa e, de vez em quando
dava uma olhadinha pelas brechas da porta e pedindo a Deus que se intervisse na
causa e mudasse a intenção do gestor. “essa foi a batalha final, a
guerra contra as mangueiras”. Mas, através do poder misterioso dO
Criador e Mantenedor das árvores nós vencemos. Assim, cansado de tanto esperar
que eu saísse da minha casa e fosse até lá, aonde ele estava esperando por mim (no
canteiro que fica de frente a minha residência), certamente
pensando que ele ia me convencer, fracassar e concordar com ele, assim sendo, se
eu caísse na armadilha dele, depois ele tiraria uma foto junto a mim e, quem
sabe, possivelmente, expor a foto em redes sociais e depois gloriar-se do meu
fracasso, mas, graças aO Deus Onipotente, nada disso aconteceu.
Percebendo que não ia conseguir
realizar seu objetivo, o gestor foi embora e, para surpresa de muitos, ele
desistiu não só de mim, mas também de todo o seu projeto. Não só deixou as
árvores intactas, mas também a obra que havia sida iniciada nesse canteiro
ficou inacabada até hoje. Agora, se Deus quiser, em breve, até aqueles que
orgulhosamente participaram e incentivaram a destruição de alguns pés de
mangueiras e atentaram contra o restante dos outros, se tiverem vivos, um dia
verão os filhos de “Japi Terra Querida” brincando debaixo dos
galhos e nas folhagens das mangueiras, outros se divertindo tomando algum
refrigerante ou bebendo alguma coisa e outros chupando mangas deliciosas. O
futuro a Deus pertence. Ele é O Senhor do tempo, do poder e da glória.
É ele quem controla todas as coisas. Tudo no seu tempo.
Aproveitando o ensejo, convém dizer que um dos principais motivos que me incentivou a plantar muitos pés de mangueiras nas praças de Japi/RN foi para que um dia as autoridades possam enxergar que é necessário substituir “o Ninho Indiano” por outras plantas melhores, que sejam mais importantes e utilitárias para a comunidade geral e que não traga danos ao meio ambiente ou ao nosso bioma.
Para isso, já comecei a fazer a
minha parte. Até hoje, com meus próprios recursos e muito esforço, já doei 730
mudas de árvores frutíferas de espécies diferentes sendo a maior quantidade
delas, pés de mangueiras de espécies diferentes. Essas árvores foram plantadas
na zona Urbana, na zona rural de Japi e até em outros municípios vizinhos.
Acredito que os nossos municípios precisam serem bem arborizados e, com plantas
frutíferas.
Vejam, que por falta de conhecimento a
gestão que se deu no nosso município nos períodos de 2009 a 2012 não foi feliz,
quando trouxe para Japi e plantou essa insignificante árvore (o ninho indiano)
na nossa cidade, haja vista, que essa espécie não é brasileira, não dá bons
frutos e mais, segundo comprovação científica o ninho só serve para
destruir o nosso bioma. Ele veio para o Brasil trazido do continente
asiático, de um país chamado Índia. Ele veio para o Estado da Bahia
só para ser pesquisado e não para plantar com o propósito de ornamentação e
embelezamento de praças.
Voltando a relatar mais um pouco
sobre os descontentamentos que se deu entre mim e a gestão de 2020, convém
dizer, que depois de ter sido por muitas vezes abordado por assessores da então
gestão municipal, na última vez que isso ocorreu, fato esse que aconteceu no
mês de maio do referido ano mandei um recado para o então gestor e ele não deu
ouvido as minhas palavras. Vejam o que eu mandei dizer: Digam ao gestor
essas palavras. A árvore que não dar bons frutos deve ser
arrancada e jogada fora. O ninho indiano é uma delas.
Por isso, é melhor que ele mande arrancar só os pés de ninho indiano
que foram plantados no meio da praça! Deixe os pés de
mangueiras pois eles irão dar bons frutos. Vejam a lição que O
Senhor Jesus Cristo nos deu. Esse mandamento está escrito no livro do apóstolo
Lucas capítulo 13 versos 6 a 9. A árvore ou o galho que não dá bons
frutos devem ser arrancados. Vejam também o que está escrito no livro do
apóstolo João 15:2.
Agora, vou voltar a escrever com
mais detalhe todos os fatos que ocorreram durante todo esse episódio que
envolveu a minha pessoa e a gestão de 2020, quando tentaram destruir todas as
mangueiras que eu havia plantadas nas praças de nossa cidade.
Até maio de 2020, o então gestor já
havia tentado por cinco vezes me subornar querendo fazer com que
eu apoiasse a candidatura dele. Convém dizer, que nessa época era ano de
eleições municipais e, o gestor era candidato a reeleição. Então, como não
concordei com suas ideias ele tentou me perseguir. Começou ameaçar destruir as
plantas que eu havia plantado na praça central, haja vista que elas se
encontravam vulneráveis, sob o domínio dele. (elas foram plantadas num lugar
público).
Vale salientar, que as referidas
plantas (os pés de mangueiras) faziam e ainda fazem parte de um projeto
de arborização em nossa cidade, que eu mesmo elaborei e pus em prática. Projeto
esse, que visa melhor o fluxo de vento nas praças, purificação do ar, tornar o
lugar mais verde e mais bonito, produzir sombra, frutos maravilhosos e bem
estar para a população, haja vista, que aqui em nossa cidade, antes que eu
fizesse e executasse esse belo trabalho (o projeto de arborização),
nunca ninguém elaborou sequer um projeto sistemático de arborização ambiental
com árvores e, em especial, com árvores frutíferas.
Sabendo que esse era o mais recente
projeto que eu estava tentando executar na nossa cidade, talvez ele tenha
pensado: eu ameaço destruir as mangueiras e assim ele se unirá
a mim. Seja esse ou não, o que sei é que o então gestor começou a
mandar mensageiros para me bombardear com suas ideias e suas pretensões. Para
isso, todas as vezes que ele tentava falar comigo mandava dois de seus
assessores que eram uma mulher e um homem, que segundo eles
faziam parte de um projeto ligado ao IDEMA. Projeto esse, que só tivemos
conhecimento depois que eu pus em ação o meu projeto de arborização. Então, depois
de várias tentativas sem sucesso, por parte do gestor, a última vez que seus
assistentes me abordaram eu estava no meio da feirinha, exatamente num dia de
sexta-feira, era a última feira do mês de maio do ano 2020. Então, como
novamente rejeitei o convite, a mulher me ameaçou com suas palavras dizendo: “Como
você não pretende entrar em acordo com o gestor, ele vai fazer uma reforma na
praça e, com isso irá arrancar todos os pés de mangueiras que você plantou lá”.
Observação: Vejam
que eles não citaram que iam arrancar os pés dos ninhos que invadiam
a praça e agrediam o nosso bioma. Então, percebendo a intenção dos
assessores do prefeito, olhei dentro dos olhos dos dois assessores e falei: Amigos!
Nunca vi um gestor ou uma outra pessoa, que seja por soberba, por
ignorância, por motivo banal ou ordinário tentar destruir uma planta que produz
bons frutos como é o caso das mangueiras para não se arrepender ou ser
destituído do seu poder. E, assim aconteceu. Ele mandou arrancar
todas as plantas de mangueiras. Porém, na eleição que se deu em outubro do ano
de 2020, na qual ele era candidato a reeleição, quando comandava toda a máquina
administrativa, ria dos seus opositores e se considerava um vencedor, porém,
ele foi surpreendentemente destituído do poder.
Naqueles dias o referido gestor agiu
semelhantemente ao rei Nabucodonosor, rei da Babilônia. Achava ele, que
era dono de tudo e, que podia sozinha fazer e desfazer o que quisesse. Foi
assim, que com muita soberba o rei da Babilônia abusou do poder que O Deus
Todo Poderoso tinha concedido a ele (ao rei). Leia Daniel,
capitulo 05:20. Fica aí um alerta.
Espero que outra gestão daqui para frente não caia na mesma situação, aqui, em
nossa cidade. Aqui entre nós e, em toda a história do planeta, nunca vi um
pobre soberbo e ignorante destruir um pé de árvore frutífera para não viver
eternamente na miséria.
Observação: Naqueles dias,
logo depois que eu mandei o alerta para o então gestor, fato esse que ocorreu
em maio do ano 2020, no mês seguinte, com certeza muito irado e enfurecido, ele
começou a arrancar os pés de mangueiras que eu havia plantados na praça. E,
logo começou a fazer a suposta reforma na praça, a que ele prometera por
meio dos assessores dele. Porém, a reforma ficou inacabada e parou no meio do
caminho. Exatamente quando ela chegou de frente da minha casa e, até hoje,
ninguém entende o que ele fez ali. Deixou uma parte da praça toda cheia de
buracos. Isso aconteceu principalmente no canteiro que fica de frente a minha
residência aonde se encontra quatro pés de mangueiras que eu havia plantado.
Ali, nesse referido lugar, ainda hoje estão as marcas dos buracos. Se alguém
duvidar é só ir até lá que virá. Ou, se quiser, é só perguntar aos atuais garis
de nossa cidade. Convém dizer, que foi a gestão atual, quem mandou encher os
enormes buracos com barro.
Creio que nesse lugar (no canteiro
que fica de frente a minha casa ocorreu a guerra do “armagedon das
mangueiras”) ele lutou com todas as suas forças, ideias e atitudes, não
só contra mim e as indefesas plantinhas, mas, também, possivelmente contra O
Deus da vida das árvores. Acredito que O Senhor ouviu a minha oração. Haja
vista, que eu e as plantinhas não tínhamos como se defender. Por isso, creio
que a guerra dele foi também contra Deus. Sendo assim, certamente foi por esse
motivo que O Senhor dos Céus, naquele dia (no dia em que o gestor foi
para a frente da minha casa) barrou as forças dele (do
então gestor) e, embora os trabalhadores da suposta reforma, aqueles que a
mando do gestor já tivessem cavado todas as partes do canteiro que fica de
frente da minha casa, aonde se encontravam as plantas (os pés de mangueiras)
ele não conseguiu destruí-las. Foi exatamente nesse canteiro, que ele abandonou
“a obra da reforma da praça”. Ele deixou toda aquela área
espedaçada e, até poucos dias podia-se ver os buracos e os montes de terrar.
Convém dizer, que faltou apenas o gestor dizer, derrube as plantas e façam
imediatamente uma calçada em cima do lugar em que elas estão! Como ele fizera
nos outros canteiros! Então, creio evidentemente, que foi nesse momento que O Deus
todo poderoso se interviu na causa.
Vale salientar, que esse canteiro,
o que o gestor dizia que iria se tornar em um canteiro só de cimento, hoje se
tornou o canteiro mais verde da cidade. É nele que se concentram partes das
mais lindas árvores do município de Japi. Você japiense que reside aqui, vá lá,
veja e compare, veja como estão os canteiros em que ele começou a suposta
reforma e compare com o canteiro que fica de frente a minha casa.
Nesse canteiro, que fica de frente
a minha casa, agora, você pode ver um verde abundante. É cheio de esperança e
de vida natural. Há mais plantas grandes e bonitas. E mais. As plantas que lá
eu plantei, em breve darão muitos frutos. Deus seja louvado por tudo isso.
Quando a aquela gestão começou a realizar a referida reforma iniciou de frente aos canteiros das praças que ficam de frente as casas de gorete Pinheiro, filha do ex-prefeito Geraldo Pinheiro e da casa do colega e conterrâneo, o cabeleireiro Gil de Zé Paz, até a frente da agência do Bradesco, como já foi dito antes, exatamente aonde eu tinha plantado as primeiras mudas de mangueiras. Vejam que a referida reforma não aconteceu nos canteiros que existem próximos e de frente ao supermercado de Beto Nunes, a casa do saudoso Antônio Branco e da casa do ex-prefeito Neno Medeiros, haja vista, que ali não existiam pés de mangueiras. Esse mal feito, executada pela referida gestão, só se deu no meio da praça, exatamente aonde se encontravam os pés de mangueiras. Foi ali que ele tentou fazer alguma coisa. Ali era o alvo dele, que era destruir os pés das mangueiras que eu havia plantados na praça central de Japi. Hoje, quem quiser ver e comprovar o que estou dizendo por meio desta crônica é só ir lá, que verá: “O gestor derrubou os pés de mangueiras e no lugar dessas árvores ele fez apenas umas listras encurvadas, do modelo de uma calçada feitas de cimento, exatamente em cima do lugar em que haviam os pés de mangueiras e, não tocou nos pés do ninho. Isso está explícito para toda a população ver”. Ali, ele matou e sepultou os pés de mangueiras que lá existiam e os sepultou debaixo das calçadas que ele mandou fazer.
Outro. Esse gestor, nos períodos que se deu entre janeiro de 2017 a 2020 derrubou o pé da cabeira que era histórica (a baraúna que serviu de rancho para matutos, a cabeira que ficava perto da casa de Giliarde de “Antônio das peças”) e não deu nenhuma satisfação a população. Cortou o caule e os galhos dela e por muito tempo os deixou jogados na beira de estradas, aonde de fato ficaram abandonados para serem consumidos e destruídos pelo tempo e pelos cupins. Fez tudo isso sem demonstrar nenhum dó e respeito. Mostrando assim, um desprezo pela a árvore, para com o povo de Japi e para com a nossa história. A baraúna merecia outro melhor tratamento mesmo estando morta e seca.
Fonte: foto acervo do autor
Hoje, como todos sabem, a cai-beira
que Ubaldo Borges de Lima plantou e o saudoso Vicente Paulino
cuidou é a maior e mais antiga árvore que existe viva na cidade. E ainda mais,
vejam o quanto esse ser vivo (a cai-beira) representa para nós japienses. É
grande e muito linda. Além de bonita, debaixo dos galhos frondosos dela há
muita sombra onde durante o dia, em caso de eventuais situações (reuniões,
atendimentos médicos ou um programa de vacinações) debaixo
dela ficam muitas pessoas se protegendo dos raios solares. Isso, graças ao seu
enorme tamanho e de sua copa fechada de cor verde ou amarela. Isso vai depender
da época. Ela é também a árvore mais deslumbrante, “a mãe rainha”,
a mais encantadora e acolhedora da cidade. Aliais, vale dizer, que agora ela
não está mais sozinha ali, naquele lugar, por volta do ano 1998, também dentro
do muro do posto nasceu uma nova cai-beira, que segundo Ubaldo Borges e
Paulo Manco é a filha da rainha que nasceu para fazer companhia a mãe e
completar o embelezamento daquele lugar.
Como já foi citado antes. A
ca-beira mãe, cuja foi plantada dentro do muro do posto de saúde por Ubaldo
Borges, em 1978. Agora, depois da chegada da nova cai-beira (a suposta
filha da cai-beira velha), parece que as duas (a velha e a nova árvores)
foram plantadas naquele lugar por um ser humano bem detalhista, mas não, não
foi por ser humano. A mais provável ideia é, que a cai-beira mais nova nasceu
por determinação dO maior arquiteto e desenhista do universo, O Deus Criador.
Foi sim, O Criador de tudo e de
todas as coisas quem cuidou desse detalhe. Para tanto, se você for
lá, de frente ao muro do posto de saúde, e prestar bem a atenção verá que as
distâncias das duas cai-beiras para o muro do posto são as mesmas. Elas
cresceram lado a lado uma da outra, deixando livre o espaço que fica na calçada
de dentro do muro, o qual proporciona o acesso das pessoas a direção da porta
de entrada do posto de saúde. E mais. As pessoas que caminham por debaixo da
copa das duas plantas também são protegidas dos fortes raios do sol. Além disso,
elas nos alegram, enfeitam e embelezam mais esteticamente o espaço da frente do
posto. Os barulhos e os sons que surgem vindos do alto das duas grandes árvores,
causado pelo encontro do vento com seus galhos e folhas, durante o dia, nos
alegram e nos encantam.
Sabe-se que a cai-beira mais velha tem mais de quarenta e cinco anos e a outra, a suposta filha tem mais de vinte. Desejo vida longa para elas, que são dois tesouros, duas maravilhas da natureza que Deus nos deu.
No tocante ao
número de árvores de grandes portes existentes hoje aqui em japi, ainda
é muito pequeno. Porém, ultimamente, aqui há uma tendência de
crescimento muito grande. Isso, depois da chagada da água da Adutora Monsenhor
Expedito e das constantes distribuições de mudas de árvores frutíferas
efetuadas pelo ex-vereador: Edson Batista dos Santos. Atualmente
podemos contar apenas com as duas cai-beiras do posto de saúde, a mangueira do
muro da casa de Bonita de Chico Pedro, pai de Mauro da areia,
de Joca e outros mais, tem a gigantesca árvore que fica no muro da casa
de Fuca, filho do saudoso Deca Paulino. As mangueiras que ficam
no muro do Hospital, Torquata Leopoldina da Costa, as duas mangueiras
que ficam nos muros das casas de Mororó e do saudoso Pedro Horácio, a
mangueira que fica dentro do muro de Zé Varela e alguns pés de
mangueiras que existem lá no Alto da Bela Vista (Rela).
Quanto aos pássaros, aqueles que a
tarde se junta nas duas cai-beiras e fazem aquela animada festa, convém dizer,
que perto do pôr do sol até o anoitecer as duas árvores que ficam dentro do
“posto de saúde viram verdadeiramente dormitórios dessas aves. Dentre as
espécies que mais frequentam ali para dormir todos os dias, há uns que o povo
chama de “pássaros pretos”.
Eles se parecem com a “craúna” sendo os pássaros pretos um pouco
menores. Eles representam um número bastante relevante dentre os que participam
dessa manifestação avícola recorrente diariamente, sendo os pardais os que
representam a maior quantidade, depois aparecem as andorinhas e, em menor
quantidade vem os galos de campinas e sanhaçus.
As
andorinhas tem um comportamento um pouco diferente. Creio que elas não dormem
nas cai-beiras, porém elas participam também da grande festa. Elas têm um
hábito diurno de se juntarem de frente a igreja e de frente a minha casa
pousando nos fios de energia elétrica. De vezes em quando fazendo uma grande
algazarra e criando aquelas impressionantes revoadas em forma de nuvem e logo pousa
sobre a copa das duas cai-beiras. Ali, ficam poucos segundo e logo retornam
para o mesmo lugar, se posicionando em fileiras sobre os fios elétricos de
frente para o Nascente, aonde ficam se coçando e tomando banho na fina chuva
que as vezes cai pela manhã. Isso ocorre especificamente em dias nublados e
chuvosos. Quando isso acontece elas fazem aquela festa. E, nesses dias nublados
é que aparecem muitas andorinhas. Depois, quando o tempo muda, a maior parte
delas desaparecem e só voltam quando vai chover.
Quando o sol começa a se esconder
por trás das serras que ficam na direção da localidade da faixa ou do poente,
nas cai-beiras a cantoria dos pássaros vai surgindo e só termina quando de fato
já é noite na cidade. Para tanto, tudo começa assim: um pardal, possivelmente
fazendo o papel de um maestro fica em um ponto mais alto, próxima as cai-beiras,
as vezes é numa casa que fica mais próxima da grande árvore, as vezes na torre
da Igreja Católica ou mesmo em um galho mais alto de uma das cai-beiras. Isso,
só para chamar mais a atenção e, para dá início ao show. Esse pardal maestro
fica ensaiando seu canto pausadamente num intervalo de um segundo, enquanto
outros vão chegando e se aconchegando em suas bancadas, que são os galhos das
cai-beiras e, logo vão todos se sintonizando fazendo
um só som. No clímax da cantoria observa-se que o som de cada um deles não é
mais lento e sim, incrivelmente ininterrompido, durante vários minutos. Os primeiros a chegarem as cai-beiras são
alguns pardais. Embora, enquanto isso esteja acontecendo muitos deles ficam
ainda pulando no meio das ruas e em meio de muros de casas que ficam próximas
as caibeiras. Isto, ainda procurando resta de alimentos. Vale lembrar, que os
últimos a chegarem e pousarem nas duas árvores são os pássaros pretos e outros
mais.
Fazem parte dessa grande festa que
ocorre nas cai-beiras, centenas de aves de diferentes espécies, quando um dos
principais objetivos delas talvez seja apenas cantar. Há quem diga que elas
fazem isso agradecendo a O Deus Criador
e Mantenedor da vida na terra,
agradecendo por estarem ali: juntas, vivas e felizes.
Quando começam os cantos desses seres,
ecoa no espaço ao arredor das cai-beiras um grande e lindo som agudo num
ritmo bem sintonizado, numa única linguagem que eles entendem perfeitamente. É
de fato um verdadeiro coral. Eles cantam em uma só harmonia. É também uma das
maiores animações e linda festividade sonora da cidade.
Ó como é bom e maravilhoso acordar ouvindo o som do canto das aves que vem da direção das cai-beiras! Nem todos da cidade têm esse privilégio. De manhã, por volta das quatro horas, da grande árvore surgem os primeiros cantos. Novamente um pardal, da maneira em que começa a tarde, dá início a cantoria, cantando pausadamente. De cinco horas e já bem perto do sol nascer a festa é ainda bem maior. À medida que o dia vai clareando sobre a parte oriental da cidade muitos deles se despedem das cai-beiras e, voam em direção as serras. Esses são os pássaros pretos; outros, voam em direção aos telhados das casas, das calçadas, dos muros e do meio das ruas da cidade em busca de resto de alimentos dos humanos, esses são os pardais; enquanto outros ainda ficam cantando até o último sair da grande árvore. Todos os dias eu presencio de pertinho esses fatos acontecerem, pela tarde e pela manhã, porque minha residência fica bem próxima e, de frente para as duas cai-beiras. Por isso é que tenho essa visão privilegiada e, sou muito grato aO Deus Criador do universo pela vida e por tudo isso que vejo.
Por vezes,
esses pássaros são nossos amigos, conterrâneos e companheiros noturnos, que
embora como nós tenham as suas difíceis lutas diárias para sobreviverem nos
campos, nas serras e na zona urbana, antes de dormirem, quando se juntam nas cai-beiras
celebram uma grande festa sintonizada com seus lindos cantos, que nos
transmitem grandiosíssimos gestos de: gratidão, amor, alegria, união,
harmonia e paz, mesmos sendo eles de espécies diferentes, até
hoje nós não percebemos nenhum desentendimento entre eles. Eles deixam esse
lindo legado d amor para nós humanos.
Então, por causa de tudo isso, da
grandeza, do esplendor, da importância das duas cai-beiras naquele canto é que
eu digo: Ó Como é bom e agradável caminhar cedinho nas praças
da nossa cidade a partir das 04:00hs da manhã. A gente vai
andando em sintonia com o som dos pássaros que vem da direção das cai-beiras,
sentindo na pele a brisa do vento da manhã, sob a claridade do sol que começa a
surgir no horizonte anunciando a certeza do novo dia que está chegando.
Também, pessoas que passam de frente das cai-beiras pela manhã nesse mesmo horário, muitos delas indo em direção do hospital, especificamente aquelas que vão pegar transporte para irem a Natal, quando de fato, a maior parte dessas pessoas vão resolver problemas de saúde, elas se sentem mais seguras e felizes, emocionadas e encorajadas com o canto dos pássaros, que nos faz acreditar mais na vida com a certeza de que estamos vivos e esperançosos. Isso, (a união, a alegria e a disposição dos pássaros) nos encoraja e nos enche de esperança e de alegria. Também, em alguns “botecos” e pequenas lanchonetes que ficam próximos as cai-beiras, há pessoas que todos os dias saboreiam os seus cafés compartilhando com o alegre som dos pássaros, quando muitas delas estão ali aguardando o sol nascer, esperando algum tipo de transporte para viajar e, outras costumeiramente vão só para tomar café e conversar com o dono do comércio, que é o amigo Geraldo.
Outro fato que também nos chama
bastante a atenção e que perturba muitíssimo os pássaros que estão nas
cai-beiras é o que ocorre quando uma pessoa solta um fogo de artifício do tipo
pistola ou outro semelhante. As aves pretas são as que primeiro voam. Talvez
por serem mais desconfiadas. Haja vista, que elas vivem a maior parte de suas
vidas na selva. Porém, mesmo acontecendo isso (uma explosão de fogos de
artifício), logo elas retornam em forma de nuvem e começam a pousarem novamente
sobre as cai-beiras. Também, já presenciamos por várias vezes, meninos
jogando pedra nos galhos das referidas árvores, tentando possivelmente matar
algum daqueles passarinhos. Coisa inaceitável.
Convém dizer, que assim como há
alguém que tenta tirar o sossego dos pássaros, convém proferir também, que os
pássaros estão causando algumas pequenas mudanças desagradáveis e
desconfortáveis para as pessoas, especificamente no espaço físico ao redor das
árvores. Basta que você olhe para a calçada do posto que certamente verá um
tapete e marcas de fezes sobre ela, formado por fezes dos pássaros, que defecam
enquanto estão nas duas árvores. Por causa disso, aqui vai um aviso. Se você
não quiser levar uma “prastadas” de fezes dos pássaros, não passe na
calçada do posto de saúde durante as horas em que eles estiverem reunidos nas cai-beiras.
Hoje, muitos indagam: porque essas aves deixam o silêncio e a paz da selva e veem dormir no barulho da cidade? As vezes penso que gostam mesmo é da inquietude urbana, haja vista que ali (nos pés das cai-beiras), que é o local em que elas se juntam todos os dias é o local da cidade em que há mais conturbação. É aonde ocorre o maior fluxo de pessoas; Concentração de órgãos públicos como: Secretaria de saúde, delegacia de polícia militar, grupo escolar creche, hospital, Posto de saúde, posto de combustíveis, quadra de esporte, também há tráfego de automóveis do tipo: caminhões pesados, transportadoras de alimentos, parada de transporte de passageiros, frota de taxistas e o maior fluxo de motos com seus canos barulhentos, quando as vezes elas usam canos furados com a intenção de perturbar mais ainda, também de vez em quando chega um menino para perturbar e tirar a paz dos pássaros, haja vista, que ali é a principal chegada para quem vem ao o centro da cidade, vindo pela BR-226. Japi, que era conhecido pelo nome de “Francisquinho Nicolau” (Francisco Nicolau Fagundes), filho do saudoso Tomás Fagundes.
“Dizem que após a inauguração
dessa quadra a quantidade de pássaros que vinham diariamente para as cai-beiras
foi diminuindo gradativamente. As pessoas atribuem esse processo ao barulho que
ocorre diariamente na quadra. Hoje são bem menos o número de pássaros que veem
dormir nas cai-beiras, principalmente os pássaros pretos. Eles continuam vindo
para área urbana, porém estão se dividindo para locais diferentes da cidade.
Estão indo para os grandes pés de mangueiras que cresceram em todas as partes
da cidade, os quais foram doados por Edson Batista dos Santos,
um japiense que foi eleito em 2022 pela mídia santa-cruzense (Rádio Santa
Cruz), como o maior ambientalista da Microrregião da Borborema
Potiguar. Isso, por que é ele a pessoa física que
mais arboriza o Região do Trairi. Com essa ação, tanto ele está
contribuindo para o processo de desenvolvimento sustentável como também para
a despoluição do oxigênio na atmosfera, do município de Japi e da região
do Trairi.
É evidente que a quadra de esporte que foi
construída no muro do posto médico veio trazer grandes benefícios para o
município e, principalmente para a juventude desportista. Isso é um progresso
moderno que devemos ser gratos à os nossos administradores. É sem sombra de
dúvida um grande avanço na área desportiva. Porque não dizer, que é para a
saúde física, mental, moral, profissional e espiritual dos nossos jovens.
Porém, possivelmente, seja esse progresso, o que está afugentando quase todos
os pássaros das cai-beiras do posto de saúde. Haja vista, que ela (a quadra de
esporte) funciona principalmente na parte da noite e, portanto, é de fato nesse
horário que ela é mais frequentada e, por isso, nesse horário, ocorre muitos
barulhos. Isso ocorre todos os dias, do início da noite até as 22 horas.
Embora haja toda essa pertubação
próxima as cai-beiras, ainda existem pássaros que persistem e vem dormir nelas.
Toda via, é por isso que já cheguei a pensar que o que atrai essas aves para cá
é a claridade. Será? Talvez sim, talvez não. Também já cheguei a pensar que é
por causa do tamanho das árvores. Mas, também sobre isso tenho dúvidas, porque
no tocante ao tamanho das árvores, na selva, especificamente no boqueirão perto
de onde muitos delas vivem durante o dia há muitas árvores iguais ou bem maiores
do que as nossas cai-beiras, e mais, essas árvores vivem num local de paz, sem
barulho, longe de presença e perturbação humana. O que parece mesmo é que elas
gostam de estarem juntas a nós durante a noite. Acho que elas se sentem mais
seguras. Creio que tudo isso para nós ainda é um mistério. Só O Deus Criador sabe. Aliás. Se você
observar com detalhe verá que nessa história há muitos mistérios.
Leia e reflita no que vou escrever
agora: quem diria que aquela pequena árvore, que a mais de quarenta e cinco
anos foi encontrada no rio Jacu, por Ubaldo Borges de Lima e seus companheiros,
quando naquela ocasião ela se encontrava quase solitária e exposta na imensidão
de areia do deserto do já referido rio, em meio de um sol escaldante, quando aparentemente
o seu destino futuro seria a sua precoce morte, por ela ser muito novinha,
pequenina e também devido ao local em que se encontrava naquela hora, hoje, ela
tenha se transformado em um dos mais lindos e importantes cartão postal da cidade de
Japi e, num símbolo de
resistência e resiliência, com uma vida longa, saudável e de muita serventia?
Além das variadas e boas qualidades e
serventias das duas enormes cai-beiras do posto de saúde de Japi, convém enaltece-las
ainda mais, porque durante todo o ano elas se apresentam com duas deslumbrantes
roupagens naturais diferentes, cujo resplendor deixa a cidade mais colorida e
bonita. De fato, nos últimos anos, essas árvores se tornaram ainda mais
atrativas a comunidade. Para mim, elas são os que temos de mais lindo e
fúlgido na cidade em termo de algo natural. Para tanto, no inverno elas se
vestem de uma copa verde (as folhas), no verão elas se vestem de uma
copa a amarela (as flores).
Atualmente quase não se vê uma
cai-beira na nossa região. Porém, ainda na primeira metade do século passado
existiam dezenas de árvores da espécie cai-beira nas margens do rio Jacu. Na
verdade, outrora, nós víamos gigantescas árvores dessa mesma espécie em todas
as margens do referido rio. De um Boqueirão a outro (do Boqueirão de Cima ao
Boqueirão de Baixo)
Portanto, para finalizar a história,
faço questão de enaltecer novamente a duas pessoas que são: Ubaldo Borges e
Vicente Paulino, pois, eles foram as principais pessoas que contribuíram para
que as crai-beiras (as cai-beiras) e a história delas existisse hoje.
Ubaldo Borges de Lima, esse é digno de
agradecimentos e de elogios. Para tanto foi ele quem teve a brilhante ideia
e a iniciativa de trazer a cai-beira mais velha e plantá-la na areia do muro do
posto de saúde. A outra pessoa foi o saudoso Vicente Paulino da Costa, que
para tanto foi ele o grande responsável e pai adotivo desta magnífica árvore. A
pova disso é que ele cuidou dela desde quando a encontrou na areia do muro do
posto de saúde, até ela se tornar adulta. Agora, se as duas cai-beiras existem
devemos ser gratos em primeiro lugar a Deus, depois as duas personagens
principais do texto: Ubaldo Borges de Lima e ao saudoso Vicente
Paulino da Costa, que são conhecidos como: “os protetores da caibeira mais velha do posto de saúde de Japi/RN”.
Nota de rodapé (1ª):
“Cabeira”. É o nome
comum que é dado a essa planta, aqui, na nossa localidade.
O nome científico dessa espécie arbórea
nativa da família Bignoniacena, é também conhecida popularmente como craibeira,
caraíba, caraúba o paratudo-do-campo, dependendo de cada região. Na língua Tupy
recebe o nome de Caraíba, que significa lenho forte e duro, que ao parar-nos
nas estradas, veremos nas margens dos rios temporários do Nordeste semiárido
pés da referida espécie.
A craibeira é uma árvore
de grande porte. Atinge de 5 a 20m de altura. É de grande importância econômica
por ser uma planta de múltiplas utilidades tendo sua madeira de textura
mediante e coloração bege claro, é utilizado na carpintaria, vigamentos,
esquadrias, móveis, cabos de ferramentas, caixotaria, artigos esportivos (Tacos
de bilhar), tábuas para embarcação civil, fins medicinais e serviços diversos.
Essa planta é vista nas margens de rios temporários do Nordeste semiárido.
Nota de rodapé (2ª)
TRAPIÁ vem do tupy
guarani e que dizer “fruta de
anta”, pois esse mamífero tinha
predileção por essa fruta.
Árvore elegante, de 4 a
15m conforme as variações climáticas de cada região. A copa é arredondada ou
semelhante a um guarda-chuva.
O Trapiá – Era uma pequena área que ficava na beira do
rio Jacu próxima ao cemitério. No ano em que encontraram a “caibeira”
aquele lugar era conhecido por” trapiá” pois ali havia um pé de trapiá,
uma árvore que existe lá, cuja fica na beira do rio. Ainda hoje, aquela que era
uma linda planta alta, frondosa e que botava muitos frutos ainda está lá, no
mesmo local. Embora assim, ela está pequena e a muitos anos não bota mais
frutos. Uma grande mata formada por “pés de algaroba” cobriu toda aquela
localidade.
O trapiá é uma espécie
que está praticamente extinta da nossa região. Ela era encontrada em beiras de
rios.
Outro fator que
contribuiu bastante para que aquela pequena área do rio Jacu ficasse
conhecida por trapiá foi também por causa de um grande poço de água que
existia próximo a referida árvore. Por tudo isso, nesse tempo, aquele lugar
havia se tornado uma das áreas de laseres para a meninada japiense, inclusive eu.
Ali, todos os dias, depois de brincarmos muito em lugares diferentes da cidade
íamos refrescar-nos tomando banho nas águas do famoso “poço do trapiá” e
chupar frutos de trapiá. Não podemos esquecer que haviam outras áreas de laser
como: Pedra de Zé Medeiros, coqueiros de seu Tota, o poço de Tomás, a
cachoeira de Jodoval, o Boqueirão e outros mais.
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