O
Blog conversou com a população e criadores de animais pelas cidades da região
do Trairi para conferir a situação da estiagem que atinge todo o semi-árido
nordestino.
Para
muitos, essa é a pior seca dos últimos 50 anos, com estiagem que já dura quase
dois anos em diversas áreas do Nordeste, a falta de água mudou a rotina de milhares
de famílias, maioria delas carentes de recursos e condições para buscar água e
ter acesso a abastecimento, ou ainda recursos financeiros, quando elas não
possuem uma renda fixa e dependem da sua produção. Essas famílias carentes são
obrigadas a gastar o dinheiro recebido dos programas sociais do Governo
Federal, como é o caso do Bolsa Família para comprar água e ainda alimentar a
criação de animais.
Em
2013, municípios como Ipueira, Carnaúba dos Dantas, Equador, São José do
Seridó, Antônio Martins, Água Nova, João Dias, Pilões e São Francisco do Oeste
enfrentaram um colapso de abastecimento por vários dias, além de períodos
irregulares de fornecimento. A situação foi destaque em programa de TV, como
por exemplo o “Fantástico”, na Rede Globo. Para amenizar a situação, os
caminhões-pipa cortam o sertão em ação entre Governo do Estado, Prefeituras e o
Exército. No último levantamento eram 6 mil pipeiros responsáveis por levar água
a 835 cidades, em nove estados, para quase 4 milhões de pessoas.
A
construção de cisternas é outra medida para amenizar a situação, quando em
parceria com o Governo Federal, as Prefeituras realizam as obras emergenciais
contra a seca.
O
ex-secretário de Articulação Política de Santa Cruz, Dudu Medeiros, que também
tem criação de animais falou que todos os meses para garantir a alimentação dos
animais é preciso tirar do próprio bolso para não sofrer com a morte do
rebanho. Alguns dos posseiros próximos aos açudes em Santa Cruz aproveitam a
terra fértil às margens dos reservatórios para plantação de capim e garantir o
alimento dos rebanhos, além de comercializar parte desse.
Em
Coronel Ezequiel, muitos pequenos criadores usam dos seus benefícios, como
aposentadoria ou Bolsa Família, para tentar alimentar a pequena criação e
viabilizar a pequena lavoura com muito suor. Mesmo com a ajuda do Governo
Federal, o Bolsa Estiagem, os criadores não conseguem melhorar a produção
diante dos altos custos que o mercado impõe para sustentar a sua produção e
criação de animais.
Sítio
Novo enfrentou muitos meses sem água no distrito da Serra da Tapuia. Com
ligações clandestinas e deficiências do próprio sistema adutor, o distrito
viveu uma situação calamitosa, com medidas ridículas adotadas pela Prefeitura,
que construiu um chafariz público, que em nada mudou a realidade de
dificuldades e emergência da população. Enquanto isso, aliados políticos mantinham
suas lavouras bem irrigadas e criação com fácil acesso ao abastecimento.
Apesar
da situação caótica, há quem lucre com a falta d’água, ainda em Sítio Novo, os
latões, galões e carradas d’água custavam valores altíssimos e que superavam o
valor comercial. Alguns poucos que podiam pagar se sacrificavam para fazer isso
e amenizar o sofrimento de sia família. Já as camadas mais privilegiadas em
nada mudou sua rotina, podiam pagar muitas carradas, muitas vezes com apoio
político para manter a boa vida.
Dentro
do plano de ação do Governo do Estado, divulgado na imprensa no segundo
semestre do ano passado (2013), está a construção de mais de 700 quilômetros de
adutoras, 3.400 barragens submersas e 17 mil cisternas, além da recuperação de
60 dessalinizadores e da perfuração de mais de 200 poços em vários municípios.
Na
adutora Monsenhor Expedito, que abastece a região do Trairi, terá um incremento
de mais 22 quilômetros de adutora. A perfuração de outros 12 poços o sistema
adutor passará a fornecer uma oferta de 750 metros cúbicos a mais de água por
hora, um aumento de aproximadamente 50% na produção, que deverá beneficiar mais
de 240 mil pessoas. Antes era prevista a inauguração em janeiro deste ano de
2014.
Por Wallace Maxsuel
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