Em 1853, o naturalista
francês Louis Jacques Brunet foi contratado pelo presidente da Província da
Parahyba do Norte, Sá e Albuquerque, para pesquisar as potencialidades da
região. Durante 20 semanas pesquisou na Província recolhendo diversas
ocorrências de fósseis, deu as primeiras informações sobre os sedimentos
triássicos do Rio do Peixe, pesquisou minérios, flora, fauna e inscrições
rupestres. Entretanto, não chegou a organizar um relatório
de suas pesquisas.
Outro mérito do naturalista na Paraíba foi ter
descoberto um menino do Brejo de Areia, Pedro Américo, que depois de participar
como desenhista de sua missão científica (fig. 17), foi enviado e recomendado
ao Imperador D. Pedro II e, anos depois, se tornaria um dos maiores pintores do
Império.
Em época posterior as suas viagens pelos sertões, em 1860, o naturalista escreve uma memória solicitada por D. Pedro II, onde se refere às inscrições rupestres por ele verificadas nas províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Em época posterior as suas viagens pelos sertões, em 1860, o naturalista escreve uma memória solicitada por D. Pedro II, onde se refere às inscrições rupestres por ele verificadas nas províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Na Paraíba, Brunet
(foto) cita inscrições pintadas no Boqueirão
do Japi, entre as províncias do Rio
Grande do Norte e Paraíba, mais ou menos a oito léguas da Serra de Coité
(Cuité), onde reconheceu ampulhetas cinco vezes repetidas entre diversos corpos
celestes. Também assinalou inscrições na Serra da Aldeia, perto de Cabaceiras,
gravuras em Cubati e, sobretudo, em Pedra Lavrada, gravadas em lajedo mais ou
menos horizontal às margens dum afluente do rio Seridó.
Sobre as inscrições rupestres, considerou se tratarem de símbolos religiosos do índio, reconhecendo nas pinturas caracteres ideográficos, enquanto as gravuras; acreditou se tratarem de grifos fonéticos. Coerentemente, refere-se à necessidade de não se apressar em tirar conclusões e aconselha ao Príncipe que se tomem medidas de preservação e um estudo de levantamento acurado destes sinais.
Quanto às inscrições de Pedra Lavrada, devido sua complexidade, ressaltou merecerem, em particular, serem preservadas por molde plástico ou de argila para a posteridade.
Sem dúvidas, os sítios apontados pelo naturalista na Paraíba tratam-se do Boqueirão do Japi, em Cuité, visitado por nós em 2002; o Tanque de Mesa, em Cubati; a Serra da Aldeia em Boa Vista; e a famosa Pedra de Retumba, na povoação de Pedra Lavrada, hoje soterrada no riacho Cantagalo pela aluvião.
Brunet, médico e amador em História Natural, determinado viajante pela insólita caatinga de meados do século XIX, sem dúvidas, foi naquele período um dos homens que mais contribuiu para o conhecimento científico de nosso Nordeste.
Sobre as inscrições rupestres, considerou se tratarem de símbolos religiosos do índio, reconhecendo nas pinturas caracteres ideográficos, enquanto as gravuras; acreditou se tratarem de grifos fonéticos. Coerentemente, refere-se à necessidade de não se apressar em tirar conclusões e aconselha ao Príncipe que se tomem medidas de preservação e um estudo de levantamento acurado destes sinais.
Quanto às inscrições de Pedra Lavrada, devido sua complexidade, ressaltou merecerem, em particular, serem preservadas por molde plástico ou de argila para a posteridade.
Sem dúvidas, os sítios apontados pelo naturalista na Paraíba tratam-se do Boqueirão do Japi, em Cuité, visitado por nós em 2002; o Tanque de Mesa, em Cubati; a Serra da Aldeia em Boa Vista; e a famosa Pedra de Retumba, na povoação de Pedra Lavrada, hoje soterrada no riacho Cantagalo pela aluvião.
Brunet, médico e amador em História Natural, determinado viajante pela insólita caatinga de meados do século XIX, sem dúvidas, foi naquele período um dos homens que mais contribuiu para o conhecimento científico de nosso Nordeste.
Por: Vanderley de Brito
Historiador e Colunista do Portal Brejo.com
Historiador e Colunista do Portal Brejo.com
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