Depois
da prisão preventiva do dono da empresa Pirples, Henrique Maciel Carmo de Lima,
e de sua esposa, Mirele Pacheco de Freitas, na manhã do último sábado (03), a
Justiça deve decretar novas medidas para ajudar na investigação policial. De
acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Carlos Couto, a
empresa do casal, que é suspeito de crime contra a economia popular e formação
de esquema de pirâmide financeira, deverá ser oficialmente notificada nesta
segunda-feira (05).
Couto adianta que a Justiça vai
determinar também a quebra do sigilo bancário e dos dados da empresa para ter
acesso à movimentação financeira e traçar um panorama do alcance do
empreendimento com informações sobre o número de afiliados, estimado em 204 mil.
O objetivo é identificar as pessoas que estão no topo da suposta pirâmide e que
lucraram com os associados da base. Ainda segundo o delegado, a Justiça também
vai decretar a indisponibilidade do patrimônio líquido da empresa e bloquear os
bens dos sócios.
O endereço eletrônico da Priples
(www.priples.com), que mesmo após a prisão do responsável legal continuava
disponível na web, deve ser tirado do ar ou ter o domínio suspenso sob pena de
pagamento de R$ 1 milhão por dia para o caso de descumprimento. Qualquer novo
pagamento efetuado ou adesão também resultará em multa de R$ 50 mil diários. “O processo corre em segredo de Justiça e estamos
pleiteando mais um pedido, ainda sob análise judicial”, revelou o Couto.
O advogado do casal, Fernando
Lacerda Filho, informou que está analisando o caso a partir da documentação
apresentada pela polícia e que solicitou cópias dos pareceres. Segundo ele, a
defesa deve tentar revogar a prisão do casal por meio de habeas corpus sob a
alegação de que são réus primários. “Eles nunca se negaram a colaborar com as
investigações e estão à disposição da Justiça. A empresa pretende cumprir todas
as determinações judiciais”.
A empresa pernambucana Priples
promete remuneração de 2% ao dia durante um ano ao usuário que responder
perguntas de conhecimentos gerais. Sendo assim, o lucro da empresa viria do
cadastramento de pessoas, o que caracteriza a formação de pirâmide financeira.
A polícia recebeu queixas contra a Priples sobre o não pagamento dos
rendimentos no dia previsto. Há também denúncias dos usuários por não
conseguirem localizar a sede física da empresa.
Por DP
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