A
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior represa de água do Rio Grande
do Norte, se encontra no pior nível desde sua construção, em 1983. Após trinta
anos de atividade, a represa está hoje com 34,81% da sua capacidade. Apesar da
meteorologia ter boas expectativas para o inverno, para evitar o colapso de
abastecimento das cidades supridas pela barragem, a Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) apresentará na próxima segunda-feira,
13, um plano de racionamento de água para a região do médio oeste.
Atualmente,
a barragem acumula 835.400 milhões m³, de um total de 2,4 bilhões m³ da
capacidade máxima de acumulação de água. “É o menor nível desde a sua
construção”, afirma Joana D’arc Medeiros, coordenadora de gestão de recursos
hídricos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hiídricos (Semarh).
Localizada
em Assu, a barragem abastece 34 municípios potiguares todos os dias por meio do
sistema de adutoras, além da captação direta ao rio Piranhas-Açu, ao qual
também é responsável por manter perene o trecho da bacia imerso no RN. Além de
abastecer mais de 500 mil habitantes, este reservatório de 60 km de
extensão, proporciona irrigação de uma área aproximada a 30 mil hectares no
Vale do Açu.
Diante
da emergencial situação, algumas medidas já foram adotadas. De acordo com a
coordenadora, a vazão de dispensação de água foi reduzida para manutenção da
capacidade. Em junho de 2013 a vazão era de 10 mil litros por segundo, e no mês
seguinte foi alterada para 7,5 mil litros por segundo. No entanto, devido complicações
no abastecimento da cidade de Pendências, houve um aumento da vazão para 8,5
mil l/s e deve ter diminuído pro ocasião da menor quantidade.
“Esperamos
as previsões para o inverno deste ano, mas se a configuração for negativa,
vamos racionar a água”, expõe a Joana D’arc. Apesar disto, nenhuma das
comportas da barragem foram fechadas e ela ainda serve tanto para o consumo
humano, quanto para a irrigação.
Adiantando
as perspectivas da Semarh, a Caern tem em construção um plano de racionamento
de abastecimento para um dos seis sistemas de adutora de água que se alimenta
da Armando Ribeiro. Trata-se do Sistema de Adutora do Médio Oeste, que
leva água para os municípios de Triunfo, Paraú, Campo Grande, Messias
Targino, Janduís e Patu têm causado preocupação na Companhia e deve passar por
racionamento nas próximas semanas.
Nesta
próxima segunda-feira, 13, será apresentado à direção da Companhia e a Semarh o
plano de racionamento. Se autorizado, será colocado em prática de imediato. “O
sistema médio oeste foi o primeiro que apresentou sinais de preocupação, em
função da diminuição do volume do rio (Piranhas-Açu). O plano só será
descartado se houver boas chuvas ao final de janeiro”, informa Izaías Costa,
gerente operacional da Caern.
O
racionamento será constituído pelo rodízio de dias de abastecimento entre as
cidades, selecionadas de acordo com a população e consumo de cada uma. Costa já
adianta que a cidade de Patu é uma das mais próximas à calamidade. “Em Patu a
situação está péssima por ser a última cidade do sistema adutor. Estão quase em
racionamento voluntário”, relata.
Mesmo
com o baixo volume, ele garante que as cidades não estão desabastecidas.
Contudo, alterações na captação foram necessárias para garantir o suprimento de
água. Foi mudado três pontos de captação, “pois o local já não era ideal”.
“Para o Médio Oeste, Jucurutu e Serra de Santana, mudamos a captação de cada
sistema para garantir o abastecimento”, relata.
Tribuna
do Norte.
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