Os
municípios do Rio Grande do Norte receberam pouco mais de R$ 2 bilhões no ano
passado das duas maiores fontes de recursos: o Fundo de Participação (FPM) e o
Imposto sobre Circulação de Mercadores e Serviços (ICMS). Em comparação com
2012, houve aumento de 1,5% no FPM e de 28,29% no ICMS. Os dados foram
divulgados pela Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) para
mostrar as dificuldades que os prefeitos estão enfrentando “em função do aumento das despesas acima da capacidade
de arrecadação.”.
Em
comunicado divulgado no dia 1° de janeiro a Femurn lembra que o aumento
acumulado do salário mínimo nos últimos dois anos foi de 24,5%, enquanto o piso
dos professores, nesse mesmo período, subiu 31,9%, comprometendo o planejamento
feito pelas prefeituras e levando os municípios, especialmente os de menor
porte, a um estágio pré-falimentar.
Tanto
o salário mínimo como o piso dos professores são fixados pelo governo federal e
têm um impacto grande nas finanças municipais. No caso dos servidores que
ganham o mínimo, o resultado é atraso no pagamento de salários, que se
intensificou em 2013. No caso dos professores, o problema maior é
comprometimento de todo o Fundeb, o fundo nacional da educação, para pagamento
de salários. Pela lei, o dinheiro arrecadado deveria ser distribuído da
seguinte forma: 60% para pagamento de salários e os 40% restantes para reforma,
manutenção e construção de novas escolas.
Além
de atrasos, um outro problema atinge as prefeituras do Rio Grande do Norte. Com
a disparidade entre arrecadação e despesas, a maioria não conseguirá fechar o
ano respeitando os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal para
gastos com pessoal.
Femurn
Já
em outubro, durante o evento S.O.S Municípios, promovido pela Federação dos
Municípios do RN, o presidente da entidade, Benes Leocádio, destacava o
quanto o aumento do salário mínimo será danoso para as finanças das
Prefeituras. Ele observou na ocasião que em cinco anos o FPM [Fundo de
Participação dos Municípios] cresceu 25%, enquanto que o piso dos professores
aumentou em 60% e o salário mínimo em 54%. “Essa conta não fecha”, criticou o
prefeito.
O piso nacional dos professores, que elevou consideravelmente os
salários dos profissionais da área, aliado à baixa do FPM, no entanto, ainda
são apontados como principais motivadores das dificuldades. Para sugerir
soluções e pedir apoio, as Federações dos Municípios do RN e das Câmaras
(Fecam/RN), em parceria
com a Assembleia Legislativa, promoveram, em Natal, o SOS Municípios, evento
público no qual denunciaram o esvaziamento financeiro das prefeituras do RN.
TN
Online
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