terça-feira, 18 de março de 2014

Alunos de pedagogia de Japi produzem painel Histórico-Geográfico-Político-Cultural do município

Ao longo de 2 domingos os alunos da turma II do Curso de Pedagogia do IESTEC/FAIBRA, Polo de Japi-RN, tiveram a oportunidade de se inteirar sobre diversos conceitos acerca do estudo da educação e da antropologia cultural na disciplina de mesmo nome ministrada pelo professor José Mário Dantas.

Em linhas gerais, Antropologia é uma ciência social surgida no século XVIII. Porém, foi somente no século XIX que se organizou como disciplina científica. A palavra tem o seguinte significado: antropo = homem e logia = estudo. Porém, em amplo conceito, é uma CIÊNCIA SOCIAL que tem como objeto o estudo sobre o HOMEM e a HUMANIDADE de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas DIMENSÕES. 

Ainda podemos entender a Antropologia como a ciência que estuda os COSTUMES, CRENÇAS, HÁBITOS e ASPECTOS FÍSICOS dos diferentes povos que habitaram e habitam o nosso planeta. Investiga o ser humano interagindo com o seu próprio meio, seus costumes e práticas.

Por EDUCAÇÃO, compreendemos os processos de ENSINAR e APRENDER. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade.

Por CULTURA, podemos conceituar como sendo aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Em suma, é tudo aquilo que caracteriza uma população humana, sua construção histórica. Diz respeito a todos os aspectos da vida social.

No período de estudo da disciplina Educação e Antropologia Cultural, os educandos foram capazes de entender a cultura e a diversidade cultural, bem como aprender sobre a importância da Antropologia como ciência que busca compreender o outro e o diferente, compreender que nossa cultura e sociedade não são as únicas, nem as mais verdadeiras, originais e autênticas.


PAINEL HISTÓRICO-GEOGRÁFICO-POLÍTICO-CULTURAL DO MUNICÍPIO DE JAPI-RN

A construção desse painel se deu pela relevante necessidade de despertar nos alunos a motivação no sentido de contribuir para o resgate da memória do povo do município de Japi, enfocando principalmente o desenvolvimento sistemático da pesquisa como fator acadêmico que culminou em importante trabalho que foi apresentado na tarde de domingo (16/03/2014).

Os GT´s – Grupos de Trabalho - foram organizados previamente para iniciarem o processo de coleta de dados informacionais que culminou no seguinte resultado: entrevistas com pessoas idosas, agentes culturais, professores, historiadores, levantamento dos principais fatos etc.

CONHECENDO O NOSSO LUGAR, NOSSA GENTE, NOSSOS VALORES

Mapa do município de Japi-RN

Abaixo, reprodução de alguns trabalhos dos alunos de Pedagogia – Turma II - Polo de Japi/RN:

Aspectos Históricos:

O rio Jacu nasce na Serra dos Cariris Velhos, na Paraíba e vai até a localidade de Picos, no município de Nova Cruz. Seguindo separa os municípios de Nova Cruz e Santa Cruz, chegando até a área do Umbuzeiro e segue seu curso pelas terras de Santo Antônio e Goianinha, despejando suas águas na lagoa de Guaraíras.

Foi às margens desse rio que em 1716, surgiu um pequeno núcleo de moradores, quando os Capitães Julião Borges de Góis e Manuel Pereira receberam a sesmaria de Jacu para exploração da área. A história mostra que por muitos anos a região passou pela responsabilidade de vários proprietários. No ano de 1724, a área que vai do rio Trairi ao Jacu pertencia ao Sr. Antônio Moreira Paiva.

Em 1731 conforme registros, as seis léguas nos providos de Japi de Fora, inclusive o Poço Santo Antônio, ficaram sob a responsabilidade do Sargento-Mor Manoel Palhares Coelho e do Capitão Dionísio Borges da Fonseca. Em 1784 a localidade já era uma fazenda que progredia através do desenvolvimento pastoril agrícola, e com a construção da capela de São Sebastião o povoado tomou novo impulso. Na época o responsável pelo povoado era o Sr. João Batista Confessor.

Por causa do progresso gradativo da agricultura e da pecuária, o povoado de Japi cresceu lentamente. Em 1942, contava apenas com uma escola, uma agência fiscal e policiamento efetivo.

Em 21 de dezembro de 1953, Japi tornou-se distrito vila de São José de Campestre, e em maio de 1958, por força da Lei no 2.399, desmembrou-se de São José de Campestre e tornou-se um novo município potiguar.

Curiosidade:

A primeira casa de alvenaria foi construída em 1922 pela família Confessor, embora desconhecida foi uma das famílias fundadoras da cidade.

Aspectos Geográficos:

Japi está localizado na Região do Traíri, mais precisamente microrregião do Borborema Potiguar e na mesorregião do Agreste Potiguar, está a 134 quilômetros de distância da capital, na altitude de 284 metros acima do nível do mar, contando com uma área de 188,991 km² de extensão, onde residem 5.522 pessoas, sendo 4.107 na zona urbana, e 1.415 na zona rural. Limitando-se a oeste com a São Bento do Trairi e Santa Cruz, a sul com o Estado da Paraíba e a leste com a Monte das Gameleiras e São José do Campestre e ao norte com Santa Cruz, Tangará e São José do Campestre. 

Aspectos Religiosos:

A religião com a grande maioria em Japi é a católica apostólica romana com aproximadamente 4.399 pessoas e as demais como evangélicas com 722 pessoas e espiritas com 0 (zero). Informações obtidas do Censo do IBGE, 2010.

* Os alunos realizaram uma entrevista com senhor Ezequias Dantas da Silva, responsável pela instalação da denominação religiosa Adventista no município de Japi-RN.

  São Sebastião - Padroeiro de Japi-RN
Festa do Padroeiro de Japi-RN
 Aspectos Culturais:

Para falar do aspecto cultural não poderíamos deixar de procurar uma das pessoas mais conhecedoras sobre este assunto do que a Senhora Lúcia Martins de Souza filha do criador do "cultura papangu", o Senhor Pedro Horácio (Falecido).


Ela (Lúcia) falou que quando era criança o pai brincava de papangu e descreveu tudo.
Ele (Pedro) se enfeitava como um chapéu amarado com um laço de fita, máscara de papelão, amarava latas e saia arrastando e fazendo barulho, na época havia fogão de lenha e ele passava as mãos na tirna e no rosto, se enfeitava, coloca um saco nas costa, uma garrafa de vinho doce (refrigerante), colocava pedaços de doce de goiaba em uma penico.
Logo depois saia brincando ai ele pegada um pedaço de doce de goiaba no penico com o um garfo e comia, e as crianças sem saber ficavam falando “Pense em um homem seboso” e também ele jogava balas para as crianças pegarem e quando eles vinham ele batia o chicote do chão e eles saiam correndo. Em outras oportunidades ele sai com um roupa feita de saco de estopa formando assim um vestido, sai nas casas tocando um bombo junto com mais quatro colegas todos com instrumentos musicais. Essa cultura ainda existe até os dias atuais mais com algumas mudanças.




Aspectos Políticos:

Para falar de política procuramos uma pessoa que conhece a política do município a Senhor Antonieta Maria de Medeiros ex-prefeita de Japi eleita em 1992 com aproximadamente 2.000 votos.

Foi perguntado a ela se tem saudades da política e rapidamente respondeu não, porém as vezes sinto um pouco de saudades, por gostar de estar no meio do povo, e sempre atendendo as necessidades da população do município,

Ao perguntar da onde veio a força política ela disse que de incentivo do marido Francisco Medeiros Sobrinho também ex-prefeito de Japi e Santa Cruz. Onde já foi prefeito em três ocasiões duas em Japi e uma em Santa Cruz.

PREFEITOS DE JAPI:

Pedro Tolentino de Medeiros – 1960-1965
Geraldo Anselmo Pinheiro– 1965-1969
Francisco Adésio de Medeiros – 1969-1973
Pedro Araujo de Medeiros – 1973-1977
Francisco Adesio de Medeiros – 1977-1983
Francisco Medeiros Sobrinho – 1983-1988
Manoel Soares da Costa – 1988-1989 (Interino)
Gentil Pinheiro – 1989-1992
Maria Antonieta Pontes de Medeiros – 1993-1998
Tarcisio Araujo de Medeiros – 1997-2000
Francisco Medeiros sobrinho – 2001-2004
Francisco Medeiros Sobrinho – 2005-2005 (Perca de Mandato)
Tarcísio Araujo de Medeiros – 2005-2008
Robson Wanderley de Medeiros – 2009 Até o presente


FONTES: Terras Potiguares / Marcus César Cavalcanti de Moraes. - Natal (RN) : Editora Foco, 2007. - 3° Ed. 342 p.

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