A
passagem do cometa Halley, um dos mais famosos eventos espaciais, ainda está
longe de se repetir. Como o astro nos visita a cada 75 anos, e passou pela
Terra pela última vez em 1986, a projeção é que seja possível vê-lo novamente
em 2061. Duas vezes por ano, porém, a Terra passa pela órbita de Halley, e os
fragmentos de rochas e poeira que se desprendem do cometa causam chuvas de
meteoros. Uma delas, denominada chuva de Eta Aquarídeos, poderá ser vista na
madrugada desta terça-feira.
"Meteoros
são fenômenos luminosos que acontecem quando um pedaço de rocha espacial entra
em atrito com a atmosfera e sofre vaporização, tornando-se brilhante",
explica Enos Picazzio, astrofísico do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP). Isso pode acontecer com uma rocha
isoladamente ou vários fragmentos vindos de um mesmo local — o que caracteriza as
chuvas de meteoros. Quando a Terra passar pela órbita do cometa Halley, os
fragmentos liberados por ele se chocam com a atmosfera, provocando o espetáculo
que pode ser observado no céu. Como as partículas costumam ser muito pequenas,
elas ou se desintegram antes de atingir o solo terrestre ou chegam aqui em
forma de poeira espacial.