A
classe política brasileira viverá dias de luto com a morte do ex-governador
Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB. Mas, passado
esse período, a lacuna deixada por Campos no cenário eleitoral poderá ser
preenchida por um nome indicado pelo PSB ou por uma das siglas coligadas – PPS,
PHS , PRP, PPL e PSL. Um dos caminhos prováveis é que a candidata à vice,
Marina Silva, assuma a cabeça da chapa. Com capital político de 20 milhões de
votos nas eleições presidenciais de 2010, Marina filiou-se ao PSB no limite do
prazo para não ficar fora das eleições deste ano depois que sua Rede
Sustentabilidade não conseguiu o registro na Justiça Eleitoral. Desde então,
tentava emplacar o discurso de que juntos formavam uma chapa com dois
candidatos, cujo propósito era tentar romper a polarização entre PT e PSDB. É
fato que sua eventual entrada na corrida eleitoral como candidata mudará o
atual cenário registrado em pesquisas. Segundo as regras eleitorais, a
indicação de um novo candidato deve ser feita em até dez dias – para isso, é
necessária a realização de uma nova convenção do PSB.
Politicamente,
muitas questões ainda terão de ser equacionadas: a principal delas envolve as
disputas frequentes entre militantes do PSB e da Rede, que nunca se entenderam
na montagem das chapas estaduais nem na divisão de forças da campanha
presidencial. Além disso, caso Marina assuma a candidatura, é provável que o
PPS também cobre lugar na chapa. A operação também envolveria marqueteiros e a
manutenção ou não de material de campanha já produzido.
Terceiro
colocado nas pesquisas de intenções de voto, e o mais desconhecido pelo
eleitorado entre os principais candidatos, Campos fez sua primeira grande
aparição na televisão na noite desta terça, em entrevista ao Jornal Nacional,
da Rede Globo. A propaganda eleitoral em cadeia nacional de TV e rádio começará
na próxima terça-feira. Ainda era cedo para estimar qual seria o efeito da
maior exposição em sua trajetória eleitoral.
Uma
coisa, porém, é certa: com ou sem Marina no páreo, o roteiro que parecia
traçado nas eleições de 2014 foi rasgado – Dilma e Aécio também terão de
refazer seus planos.
Fonte:
Veja