segunda-feira, 16 de março de 2015

O agricultor sofrido e o péssimo atendimento do INSS

O agricultor sofrido e o péssimo atendimento do INSS
Por Chico Félix

Chegando o nosso verão,
O pobre entra em desalento,
Falta recurso pra tudo e alimentação para o sustento,
Dana-se a fazer carvão e transportar de jumento.

Pobre agricultor, triste e amargurado,
Que luta contra o tempo,
Até ser aposentado,
Seu rosto mostra ainda, as rugas do sofrimento,
Trabalhando sol a sol,
E ainda negam o aposento.

O pobre chega cansado da idade e sofrimento,
Protocolar benefício e se choca com o atendimento,
Diz temeroso da vida, isso é que dar estresse,
Esse setor tão safado, chamado INSS.

O agricultor chega em casa, num desespero profundo,
Diz logo a sua mulher, que vai acabar o mundo,
Lote de cabras de peia, sem compromisso algum,
Recebem o dinheiro do povo e não tratam bem nenhum.

Diz, mulher eu cheguei lá, nesse instituto que eu pago todo mês,
Esperei e fiquei cansado, aguardando a minha vez,
Quando foram me chamar, já passava o meio dia,
A fome era tão grande, que me deu até agonia.

Atenderam todo mundo, e me deixaram para o final,
Pensando que eu era um cachorro, que ia lhe fazer mal,
Começou minha entrevista, não respondi quase nada,
Não sabia das palavras, que o atendente falava.

Fiquei muito pensativo, no que podia ocorrer,
Não assinei nem meu nome, pois não sabia escrever,
Perguntei ao atendente o que pode acontecer,
Ele foi franco comigo, apesar de ignorante,
O senhor sabe bem, ouvir e não responder?

Estás liberado por mim, nada mais tenho a dizer,
Procure um advogado, para defender você,
Lavrador entristecido, raivoso e deselegante,
Com muita fome dizia, o que vim aqui fazer.

O servidor administrativo, com maldade e sem temor,
Chegou até debochar, desse pobre lavrador,
Se achando que era tudo, apesar de atrevido,
Muito cheio de razão, me disse tudo acabou.

O agricultor sofrido, sem dó e sem piedade,
Dessa vez usou a voz e lhe chamou de doutor,
Complementando a frase, mostrando capacidade,
Foi logo dizendo assim: Estou falando do tal, que nega sem temor,
O benefício do pobre que nada tem de valor.

Por essa razão meus amigos, tenha bastante cuidado,
Refiro-me aquele povo, que age mal educado,
Antes de chegar lá, evite sempre estresse,
Estou falando do povo do INSS.

Difícil foi chegar lá, junto aos maus procedimentos,
Mais fácil achei de andar, montado em um jumento,
Temente e desesperado, diz o agricultor pensativo,
Mais fácil é puxar uma enxada, de que ir lá ser atendido,
Oh, INSS ruim e cheio de muitas maldades,
Recebem o dinheiro do povo, para tratar com crueldade.

Por isso meus conterrâneos, pobres agricultores,
Quando precisarem ser atendidos, cuidado com dissabores,
Cheios de capacidades, tais funcionários são,
Falta ainda o principal, que é pensar no seu irmão,
Tratar com capacidade, e não faltar com atenção.

Comportamento é bom, para gregos e troianos,
Não pode deixar faltar, o relacionamento humano,
Essa é uma aula, para o bom entendedor,
Mesmo com o sofrimento, de um pobre agricultor,
Diz a todos os amigos, que o INSS o maltratou.

Só tem a certeza esse velho, que lá foi muito humilhado,
Procurou o INSS, para ser aposentado,
Não conseguiu direto, mas a justiça aposentou,
Direito sagrado e certo, que da miséria o tirou.

Francisco Costa de Pontes (Chico Félix)

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