sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Fisiologismo do PMDB deixou a propaganda fora da realidade na TV



A propaganda do PMDB veiculada nesta quinta-feira em cadeia de TV é daquelas de indignar que assiste, é de falta AR para respirar por quem está assistindo, logo o PMDB quem tem feito de tudo e muito mais nos últimos anos na política Brasileira, segue um excelente texto de Josias de Souza:

Em propaganda partidária levada ao ar na noite desta quinta-feira, o PMDB faz pose de oposição e se oferece como saída para um Brasil pós-Dilma. Na peça, uma locutora prepara a cena para a entrada do vice-presidente Michel Temer.

“…É hora de deixar estrelismos de lado”, diz a apresentadora, evocando o símbolo do PT, partido da estrela. “É hora de virar esse jogo. É hora de reunificar os sonhos.” Na sequência, Temer praticamente se oferece para trocar de sala no Palácio do Planalto:

“O Brasil passa por um período difícil na economia, assim como por dificuldades políticas. Todas superáveis. É imprescindível unir forças, colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações pessoais. Crise se enfrenta com união, com coragem, com determinação e retidão. É nesse contexto que devemos pensar o Brasil. Cabe a nós, representantes de todos os setores da sociedade, o dever de construir agora um amanhã cada vez melhor.”

Horas antes da exibição do programa, esse mesmo Michel Temer foi ao Palácio da Alvorada. Dilma Rousseff chamou-o para comunicar que decidira adiar para a semana que vem o anúncio do novo ministério. Concebida para evitar que a crise transforme o vice em versa, a reforma ministerial de Dilma esbarrou no apetite do PMDB por cargos.

O partido que se entrega ao fisiologismo nas transações com Dilma não orna com a legenda da propaganda televisiva. “Governos passam e o Brasil sempre vai ser maior do que qualquer governo”, diz Renan Calheiros na peça publicitária. “O que a gente tem que defender são os interesses do país.” Representado no balcão por Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, Renan enxerga na obtenção do Ministério da Integração Nacional interesses mais urgentes.

“Chegou a hora da verdade”, afirma Eduardo Cunha na propaganda. “Chegou a hora de escolher que Brasil queremos”. Antes de salvar o Brasil, Cunha emplacou dois seguidores .—os deputados Marcelo Júnior (PB) e Celso Pancera (RJ)— na lista de ‘ministeriáveis’ repassada a Dilma pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani.

“Nada mais natural que o maior partido do Brasil propor o diálogo e encaminhar mudanças para recolocar o país no rumo do crescimento”, declara Picciani na publicidade partidária. Fora da tevê, o deputado parece mais preocupado com o crescimento da representação dos seus apaniguados na Esplanada dos Ministérios. E ameaça transformar o diálogo com Dilma em briga se não for atendido.

Na parte final da propaganda, a locutora levanta a bola para Temer cortar. “O Brasil quer mudar, o Brasil deve mudar, o Brasil vai mudar”, diz ela. “O passo imediato é o de colocar ordem na casa, somar forças.”

E Temer: “…Assumindo e, acima de tudo, corrigindo erros, mostraremos a todos que somos um país confiável. Na minha trajetória, como cidadão e homem público, já vi e convivi com situações bem mais difíceis do que a que enfrentamos agora. Não tenho dúvida de que seremos capazes de superar esses momentos.”

Quem vê os dois PMBDs, o da propaganda e o do balcão, enxerga um partido que é a favor de tudo e absolutamente contra qualquer outra coisa. Desde que suas pulsões fisiológicas sejam atendidas.

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