sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

RESUMO CRONOLÓGICO DA CHEGADA DAS FAMÍLIAS A PARTIR DE 1855

Segundo EDSON, (2018, Pp. 21-25), explica com detalhe a formação da sociedade urbana de Japi.

Resultado de imagem para lançamento do livro edson em japiAcredito que no momento, dois livros deverão está ao seu alcance, amigos japienses: A Bíblia Sagrada (que relata a história da criação do universo, da humanidade e da salvação, do início aos dias de hoje) e o livro, JAPI, TERRA QUERIDA (que relata o processo de formação da cidade de Japi, desde a época da colonização aos dias também de hoje). Além das muitas riquezas culturais, o livro irá ajudar a você se prepara, tanto para o processo seletivo municipal que está preste a acontecer, como também para o concurso que em breve acontecerá no nosso município.

No momento, o livro JAPI, TERRA QUERIDA, está à venda na residência do autor, Edson Batista, na Rua: Manoel Medeiros Nº 59. Aproveite! O tempo é curto !!!.
FONE: (84) 98864-0788       edsonbatista039@gmail.com


3.4.1 Os primeiros habitantes

Há muitos anos atrás, o maior folclorista brasileiro, o escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo, fez a seguinte descrição, no que diz respeito aos primeiros colonizadores das terras japienses:

Foi às margens do Rio Jacu, a exemplo de muitos outros povoados, que surgiu o pequeno núcleo de moradores, com a presença dos Capitães Júlio Borges de Góis e Manuel Pereira, concessionários de sesmarias para a exploração da área, no ano de 1716. A história da região mostra que vários proprietários, ao longo dos anos, tiveram a responsabilidade de desenvolvê-la.
Em 1724, o proprietário da área que compreendia do Rio Trairi ao Jacu era o Sr. Antônio Moreira Paiva, em 1731, de acordo com os registros, o Sargento-Mor Manuel Palhares Coelho e o Capitão Dionísio Borges da Fonseca possuíram seis léguas nos providos de Japi de Fora, incluindo o poço Santo Antônio. No ano de 1734, a área do Rio Jacu, incluindo as Cachoeiras de Japi de Baixo e o Jacu de Cima, pertenciam a Pedro Gonçalves Esteves.
A localidade, que era fazenda desde 1784, desenvolveu-se com grande movimentação pastoril agrícola... (CASCUDO, 1996, p. 55).

Segundo o senhor “Bajau”, no final do século XVIII, por volta de 1795 habitavam na localidade de Japi, as margens direitas do Rio Jacu ao Boqueirão de Cima, alguns proprietários: Zé de Góis, O Cruz, Adelino e outros, os quais permaneceram nessa região por poucos anos. Abandonaram as terras por causa das longas estiagens; das doenças; das onças e outros mais. Esses pequenos proprietários não deixaram nenhum descendente ou parente.
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Vale ressaltar, que como já foi mencionado em seções anteriores, há alguns registros afirmando que foi no nordeste da região do município, principalmente na localidade do Salgado, que se instalaram as primeiras fazendas as quais permaneceram habitadas até hoje. No sul, onde fica a zona urbana, a mais de duzentos e trinta anos atrás, só viviam e caminhavam nesta área os índios cariris ou Tapuios, que viviam amontoados no Boqueirão de Cima, numa localidade que ainda é conhecida pelo nome de Japi de Dentro, no Boqueirão de Cima. E, provavelmente, isoladamente, alguns nativos, caçadores indígenas, se arriscavam descendo rio abaixo indo próximo à localidade do Salgado, até ao Boqueirão de Baixo.
            Convém dizer, que de 1716 a 1834 a única área do município habitada com formação de pequenas fazendas foi a localidade do sítio Salgado, vindo até o Boqueirão de Baixo. Todavia, durante esse período havia um grande temor por parte das pessoas, quando se tratava de passar o Boqueirão de Baixo em direção ao Boqueirão de Cima, onde vivia a tribo dos índios cariris. Para tanto, as pessoas que viveram no sítio Salgado nesse período achavam que em toda a área das margens do rio Jacu, a saber, de um Boqueirão a outro poderia encontrar algum caboclo[1]. Mesmo depois da destruição da tribo, fato esse que ocorreu no início do século XIX.
Por volta de 1840 a 1870, um fazendeiro que era conhecido por Costa possuiu um pedaço de terra nesta localidade. Ele era parente de Pedro Tolentino da Costa e de Miguel Lourenço da Costa. Miguel Lourenço trabalhou na fazenda desse senhor durante algum tempo.

É evidente que o povoamento de Japi especialmente da zona urbana teve seu início, efetivamente, a partir de 1855, quando aqui chegou o grande desbravador Miguel Lourenço. Ele e sua companheira (esposa), Josefa Lourenço enfrentaram e venceram todas as dificuldades da região: secas, enchentes, epidemias, fome, animais ferozes etc. Apesar de todos esses obstáculos, eles foram perseverantes e persistentes. Criaram nove filhos os quais começaram a povoar toda área de Japi, constituindo hoje, os seus descendentes, a maior família em número desta cidade.
Em 1878, veio para a Nlocalidade de Japi Pedro Tolentino da Costa. Ele possuiu as terras que ficam à esquerda do rio Jacu, ao oeste da cidade. Enquanto as que ficavam ao leste pertenciam ao posseiro e grande desbravador Miguel Lourenço.
Em 1889 veio do Sertão para esta localidade a família Geraldo. Três rapazes dessa família se casaram com três filhas de Miguel Lourenço; em 1891 chegou a família Catarina, e Gonçalo. Também, membros dessas duas famílias se casaram com filhos de Miguel Lourenço, os quais fixaram residência aqui, contribuindo assim para o crescimento do povoado; em 1895 veio do sertão um jovem da família Dantas e se casou com uma das filhas de Miguel Lourenço. Esse homem era avô de Ezequias Dantas e pai do saudoso Severino Barbosa, pai de Antônio Barbosa; em 1898 veio a família Pedra; em 1902 veio para a localidade de Japi o patriarca da família Medeiros, Manoel José de Medeiros. Ele se casou com Torquata Leopoldina da Costa, filha de Pedro Tolentino da Costa. Desse matrimônio surgiu a ilustre família Medeiros.
Em 1905 João Batista Confessor de Oliveira veio morar também nesta localidade e, aqui, ele tentou desenvolver o comércio, construiu sua família, deu início à primeira rua de Japi. (Rua Manoel Medeiros) E, segundo sua filha Francisca Confessor, no ano de 1932 foi embora para a Paraíba, onde morreu e foi sepultado.
Aos poucos o povoado ia crescendo. Tanto, que em 1910, já existiam dezoito casas, embora fossem de taipas, espalhadas, desordenadas, próximas a pequenos “roçados”, tendo ao arredor de cada uma delas pequeno arvoredo. Em 1911, veio a família Cassiano.
O povoado de Japi só começou a se desenvolver realmente no início da primeira metade do século XX, por volta de 1915 quando o proprietário Pedro Tolentino da Costa e o seu genro, Manoel José de Medeiros transformaram quase todas as suas propriedades em campos de algodão, o que fez com que viessem muitas famílias para esta terra. Isso, de fato foi o que fundamentou, estruturou e determinou a formação da cidade. Por causa da grande movimentação de tropeiros e da grande produção do algodão que estava em ascendência proporcionando e garantindo uma economia geradora de emprego as pessoas nesta localidade, no início do século XX, por volta de 1920, já existiam muitas casas, todas próximas à área em que se encontra a cidade de Japi. Entre essas casas, algumas pertenciam a fazendeiros que tinham pequenas propriedades próximas a este povoado.
Em 1918, a senhora Iria veio para Japi com toda a sua família. Por causa do aumento da produção de algodão começaram a surgir perspectivas e várias oportunidades na região. A partir daí, muitas pessoas de localidades vizinhas começaram a vir morar nela. Em 1920, mais quatro famílias vieram para o povoado de Japi: os Vaginovas, os Dantas, os Ciprianos e os Beneditos. Na década de 1950 chegou a família Luiz, os pais de Mariana e de Maria Luiz, avó de Hébeson Cleber Clementino, depois chegaram outros: os Brimudos, os Fagundes. E outros mais. Com a chegada dessas famílias e o grande fluxo de tropeiros que passavam por esta região, foi possível prever que esse povoado, em alguns anos, ia se tornar uma cidade. 
Resultado de imagem para joão confessor japi rnVendo assim, João Confessor começou a construir casas num alinhamento, formando uma pequena rua. A primeira casa ele fez no ano de 1922, a qual é conhecida pelo nome de “Chavião”.
Convém lembrar que, antes de 1922, quase todas as casas que existiam no povoado foram construídas de barro e madeiras (casas de taipas), com exceção das quatro mais antigas: os dois casarões que Pedro Tolentino fizera em suas fazendas: a casa que fica na fazenda do senhor Tota Medeiros e a “Casa do Sótão da Ubaia” onde trabalha Aristides Nicolau, a que morou Napoleão Vaginova, que ficava perto das Pedras de Zé Medeiros e a casa velha que foi de Zuca Confessor, na qual quem mora atualmente é o senhor Minel.
No início da década de 1940, chegaram aqui outras importantes famílias: os Nicolaus, os Lopes, os Pontes, os Borges, os Teotônios, os Gomes, os Chicós, os Gambeus, os Aprígios e outras. A partir daí a localidade e o número de habitantes começaram a crescer expressivamente e, então, começou-se a organizar a cidade, tendo à frente de tudo isso o coronel, Manoel José de Medeiros, Josefa de Araújo Lima, e João Batista Confessor de Oliveira. Josefa Araújo, tentando organizar a saúde, a religião, a educação, a justiça e eventos sociais; João, a rua e seus comércios; Manoel Medeiros, a agricultura, a pecuária, e a sustentabilidade econômica, que foi o fator principal para gerar emprego e renda e a vinda de muitas pessoas, cujas contribuíram muito para povoar esta localidade, o que gerou o processo de imigração na região.
Resultado de imagem para dona vesinha japi rnEm 1931, representantes da cidade de Nova Cruz mandaram construir um posto fiscal na localidade de Japi; no ano de 1932, Manoel José de Medeiros mandou construir a capela de São Sebastião à esquerda do rio Jacu; em 1942, Antônio Confessor construiu um templo evangélico da Igreja Batista, onde hoje fica a praça central da cidade; em 1945 foi construído um grupo escolar, feito pelo então prefeito de Nova Cruz, Severino da Costa Belmont (Escola Isolada Coronel Manoel Medeiros) localizada na Rua Manoel Medeiros (rua da praça); em 1945, Manoel Medeiros filho mandou construir a segunda capela de São Sebastião, ao lado da casa de seu irmão Pedro Tolentino de Medeiros, onde fica a Praça de Eventos; com isso, em 1946 já existiam nesta localidade três pequenas ruas e cinquenta e três casas, entre as quais cinco foram feitas por João Batista Confessor, e uma população estimada em mais de 400 pessoas, segundo cálculos de Leôncio Miguel.
Em 18 de maio de 1959 ocorreu a Emancipação Política de Japi, sendo nomeado para o cargo de prefeito, o senhor José Matias e logo depois, Josefa de Araújo Lima[2].
Vale ressaltar que a cidade de Japi, depois de sua Emancipação Política, não tem demonstrado grandes avanços até os dias atuais. Para comprovar isso, é necessário tomarmos como base referencial o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios), mediante o qual iremos constatar que da década de cinquenta até os dias atuais, o nosso município permanece numa faixa de desenvolvimento muito baixa, se compararmos com outros municípios do nosso Estado, como: Santa Cruz, Parelhas, São Vicente, Passa e Fica e outros.





[1] Caboclo era o nome que as pessoas que viveram nessa localidade e nesse tempo, usavam quando se referiam aos nativos (os índios), que viviam no Boqueirão de Cima, próximo à fazenda Japi de Dentro.
[2] José Matias e Josefa de Araújo foram nomeados provisoriamente para o cargo de prefeitos de Japi em 18 de maio de 1959. Josefa exerceu este cargo por um período de quatro meses. De setembro a 31 de dezembro de 1959. De 1º de janeiro de 1960 a 1963 quem exerceu o cargo de prefeito foi o senhor Pedro Tolentino de Medeiros. Prefeito eleito pelo voto direto.

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