O
coordenador das operações do Corpo de Bombeiros em Mariana, major Rubem Cruz, afirmou ao G1 nesta sexta-feira (13) que existe uma trinca no dique da barragem de Germano, onde intervenções são feitas desde a terça-feira pela Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP. Thiago Miranda, capitão da corporação, informou que o dano na estrutura tem cerca de três metros de comprimento. O problema no dique foi identificado por um drone, segundo o militar.
Desde o início das obras, os bombeiros foram realocados para locais mais altos do distrito de Bento Rodrigues, já que existe o risco do rompimento da barragem. O acesso ao distrito está restrito, conforme Cruz. A Samarco informou que realiza intervenção nas “estruturas remanescentes das áreas de barragens” e que a obra vai proporcionar mais estabilidade para prevenir “problemas futuros”, e negou a existência da trinca.
No dia 5 deste mês, as barragens de Fundão e Santarém se romperam, despejando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e água no vale onde estão alguns distritos como Bento Rodrigues, o mais afetado, Camargos, Paracatu de Baixo, Ponte do Gama e cidades na região. A lama atingiu o Rio Doce e afetou dezenas de cidades no Leste de Minas e Espírito Santo. Seis pessoas morreram e três corpos ainda aguardam identificação. Dezenove pessoas estão desparecidas.
Nesta manhã, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), afirmou que o risco de rompimento da barragem existe e que a estrutura está sendo monitorada. Segundo ele, a informação do dano não foi confirmada oficialmente pela mineradora. No entanto, o prefeito disse que funcionários da Samarco relataram o problema. “É importante que a gente dê transparência, nesse momento. Há, sim, uma fissura”, enfatizou.
“Eles [funcionários da Samarco] também confirmam, sim, que há essa pequena fissura, uma fissura muito pequena. Mas tinha uma [barragem] que não tinha fissura nenhuma que foi embora. Então, qualquer pequena fissura agora, para a gente, ela é muito grande”, destacou o prefeito Duarte Júnior.
De acordo com o capitão Thiago Miranda, apesar o risco a barragem está estável. “Foram colocados lá radares geológicos pra monitorar qualquer movimentação nessa porção de terra que tem na barragem e agora está sendo feita a obra pra reforçar. Dar uma garantia a mais com relação a esse material que está lá”, afirmou.
Procurada pelo G1, a Samarco Mineradora informou que inspeções não indicam nenhuma trinca na barragem de Germano. A empresa informou ainda que as intervenções vão proporcionar mais estabilidade para prevenir “problemas futuros”.
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