O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, tem a intenção de ir aos EUA para se defender das acusações de corrupção feitas contra ele por procuradores. Só falta dinheiro para pagar a fiança, e taxas exigidas pela Justiça norte-americana. Pelo menos essa é a versão do advogado do dirigente José Roberto Batochio.
O Departamento de Justiça dos EUA acusa o dirigente da CBF dos crimes de conspiração, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica por supostamente levar propinas em contratos da Copa América, Copa do Brasil e Libertadores. Ele negou e afirmou ser inocente em sessão da CPI do Futebol.
“Ele diz ser inocente. A intenção dele, em princípio, é se defender. Só que para isso a Justiça norte-americana exige um pedágio. Vai estipular um total de milhões de dólares. Ele não tem esse dinheiro para pagar. Está pensando em falar com uns amigos”, contou Batochio.
Desde a prisão de José Maria Marin, Del Nero tem feito o oposto e não tem viajado para o exterior. Inicialmente, dizia que era para contribuir com a CPI, mas depois admitiu que era por conselhos de seus advogados. Se tivesse ido à última reunião do comitê executivo da Fifa, teria sido preso já que o FBI quer buscar todos os acusados do caso.
Como réu nos EUA, Del Nero só pode responder ao processo se for ao país. Caso contrário, se nunca pisar em solo norte-americano, dificilmente será extraditado do Brasil já que não há acordo entre as nações. O processo ficaria parado. Na CPI, ele tinha declarado que pretendia provar sua inocência e voltar à CBF.
Segundo Batochio, seria possível ir aos EUA, se entregar e fazer um acordo para responder ao processo em liberdade. A outra alternativa é ficar no Brasil. “Não há jurisdição aqui da Justiça dos EUA, então, ele poderia ignorar.”
Sobre as acusações específicas do caso do FBI, o advogado não vê evidências de culpa de seu cliente. “Não encontrei qualquer pessoa que entregou dinheiro para ele, nem nenhuma prova material. Só vi suposições da polícia americana que não são compatíveis com o direito penal”, contou.
“Em vários tempos, os acusados Marco Polo Del Nero, José Maria Marin, José Luis Meiszner (ex-secretário da Conmebol) e Ricardo Teixeira também solicitaram e receberam propinas e subornos de Alejandro Buraco (dirigente da T & T) e do conspirador 12 em troca de seu apoio a T & T como detentora dos direitos da Libertadores, entre outros torneios”, diz um dos trechos do relatório do FBI.
Buzarco é um dos que confessaram culpa e fizeram acordo de colaboração com a Justiça dos EUA. Outros dirigentes da Conmebol que atuaram com Del Nero no comitê executivo da entidade, como o chileno Sergio Jadoue e Luis Bedoya, também fizeram acordos. Há ainda um grampo de Marin em que ele diz pedir propina para ele e Del Nero.
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