Em comunicado distribuído aos seus diretórios estaduais e municipais, o PT federal convocou uma manifestação nacional pró-Dilma para 16 de dezembro, quarta-feira da semana que vem. Nesse mesmo dia, o plenário do STF julgará ação do PCdoB que questiona a legalidade dos atos já praticados pela Câmara no processo de impeachment aberto contra Dilma Rousseff. O relator do processo é o ministro Edson Fachin.
No seu comunicado, o PT enumera os grupos que serão convidados a defender no asfalto o mandato de Dilma: movimentos sociais, sindicatos, movimentos de juventude, de mulheres, negros, LGBT e indígenas. Três dias antes, no domingo 13, vai às ruas outra manifestação, convocada por meio das redes sociais, dessa vez a favor do afastamento de Dilma. As comparações serão inevitáveis.
Nesta quarta-feira, enquanto o PT deflagrava a mobilização no Brasil, Lula discursava sobre a crise brasileira num seminário partidário na Alemanha. Tachou o pedido de impeachment de “aventura golpista”. E reafirmou que também irá ao meio-fio. “Vou falar do Brasil, porque não posso vir aqui e fingir que nada está acontecendo no meu país”, disse. “Nós vamos pra rua para defender o mandato legitimamente eleito da nossa presidente.”
Lula e o PT atribuem o ataque ao mandato de Dilma ao desejo da “oposição de direita” de provocar um terceiro turno eleitoral. Decerto incluem no “golpe” o PMDB, por ora o principal motor do impeachment.
Lula acrescentou: “Achamos que é uma anomalia o que está acontecendo no Brasil, sem negar que existe uma crise econômica e política, sem negar que existe uma denúncia de corrupção no meu país”. Enquanto Lula discursava sobre “anomalias” brasileiras” na Alemanha, a Justiça do Brasil autorizava a quebra dos sigilos bancário e fiscal da empresa do seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva, e do seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho.
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