O ministro do interior de Burkina Faso anunciou que a ação terrorista no Splendid Hotel, na capital do país, Ouagadougou, terminou na manhã deste sábado em 23 mortos e 126 reféns libertados. O local foi invadido no começo da noite desta sexta-feira (15), e o ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista Al Qaeda. Uma cafeteria próxima ao hotel, que também havia sido alvo de ataques, também já foi controlada pelas forças de defesa do país.
O presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kabore, anunciou pouco após o encerramento da operação no hotel que um quarto terrorista foi morto nas proximidades do hotel, chegando a 23 o número total de mortos. Duas mulheres foram identificadas como integrantes do ataque ao Splendid Hotel.
O ministro da Segurança, Simon Compaore, disse na rádio estatal que os mortos incluem vítimas de 18 nacionalidades diferentes, mas não deu mais detalhes.
O local é frequentado por turistas de vários países, por diplomatas e integrantes da ONU (Organização das Nações Unidas).
Entre os reféns, estava o ministro de Serviço Civil, Trabalho e Previdência do país, Clément Sawadogo. Ele passa bem.
Testemunhas afirmam ter ouvido uma série de tiros e explosões nas proximidades do hotel no momento do ataque.
Militares franceses colaboraram com as forças do governo para romper o cerco ao hotel e libertar os reféns.
O presidente da França, François Hollande, condenou o que chamou de ataque “odioso” à antiga colônia francesa.
Segundo o Instituto de Busca por Entidades Terroristas Internacionais (SITE, na sigla em inglês), o grupo al Murabitoun estaria por trás do atentado. O grupo é baseado no deserto do Saara no norte do Mali e possui combatentes leais ao militante veterano argelino Mokhtar Belmokhtar.
No mês passado, o grupo anunciou a fusão com a Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM, na sigla em inglês).
Belmokhtar, um comandante militar que lutou junto a forças soviéticas no Afeganistão em 1980, foi membro da AQIM mas abandonou o grupo por divergências internas.
Ele foi declarado morto inúmeras vezes, a última vez por um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos na Líbia em junho do ano passado. No entanto, sua morte nunca foi confirmada.
Em novembro, um ataque realizado pela AQIM em um hotel da capital do vizinho Mali deixou 19 mortos.
Burkina Faso
Localizada no oeste da África e de maioria muçulmana, Burkina Faso tem cerca de 15 milhões de habitantes. Grande parte da economia do país está ligada à agricultura e à mineração.
Em outubro de 2014, uma revolução popular liderada por jovens derrubou o então presidente, Blaise Compaoré, que governava o país desde 1987. A revolta foi uma resposta à tentativa de Campaoré de mudar a constituição, o que lhe permitiria candidatar-se novamente à presidência.
Campaoré fugiu para a Costa do Marfim e renunciou ao cargo do exílio. Uma república semipresidencialista foi instaurada no país, mas em 17 de setembro do ano passado, acabou deposta por um golpe militar.
Dias depois, devido à crescente pressão da União Africana, uma junta militar aceitou renunciar ao poder e reinstaurar Michel Kafando como presidente em exercício.
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