Um cruzamento de dados do Ministério da Saúde revelou que nunca tanta gente morreu assassinada no país como em 2014.
O conselheiro tutelar Jefferson Machado, de 34 anos, saiu no portão da casa do sogro e foi morto a facadas por um casal de catadores de lixo. Isso aconteceu em março de 2014, o ano em que Fortaleza, a capital cearense, já era a cidade mais violenta do país.
“Eu gostaria muito que isso não se propagasse, a coisa realmente se modificasse que a gente tivesse um pouco mais de segurança, um pouco mais de paz”, diz Daiana Machado, mulher do Jefferson.
No mesmo ano de 2014, a taxa de assassinatos cresceu quase 26% em Porto Alegre. Foi lá que Alencar da Costa Junior voltava de uma festa com a namorada e levou um tiro de um assaltante.
“Infelizmente isso não volta. Então tinha um legado, tinha uma frase dele também muito bacana que é ‘vida que segue’. A gente está tentando fazer isso, mas está muito difícil”, diz o gerente comercial Alencar da Costa.
Esses casos vão para a estatística do do Ministério da Saúde. Um levantamento feito pela produção da TV Globo constatou que 2014 bateu recorde de assassinatos: 583.946 pessoas foram mortas.
O mapa mostra que a Região Nordeste concentra boa parte dos homicídios do país: Fortaleza lidera o ranking com quase 83 assassinatos por 100 mil habitantes. Em seguida vem São Luís, Maceió, Natal e João Pessoa.
A cidade de São Paulo foi considerada a quarta capital mais violenta do país no ano: 61 assassinatos por 100 mil habitantes. Hoje, pelos números do Ministério da Saúde, São Paulo é a que tem a menor taxa de homicídios: 14 casos por 100 mil. Em todo o país, a arma de fogo é a mais usada. Sete a cada dez vítimas foram mortas à tiros.
Faz 13 dias que um casal que mora na Zona Leste de São Paulo perdeu a paz. Eles abriram a porta e tentaram salvar o filho Renato, de 31 anos, baleado por ladrões no quintal de casa.
“Para mim, ele detonou com a minha familia. Acabou com a minha vida, com a vida do meu marido, com a vida das minhas filhas”, diz Alcileide Medeiros, mãe de Renato.
Para o conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um pacto antiviolência proposto pelo governo federal ainda não funcionou.
“Hoje uma ocorrência de homicídio é vista como mais um caso, quando na verdade ela deveria ser objeto de uma enorme análise e, se existir força e vontade política, a gente consegue partir para um ciclo, para um movimento de redução, mas é fundamental que as epssoas e os governos cinversem, dialoguem e se integrem”, afirma Renato Sérgio de Lima, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O Ministério da Justiça declarou que está desenvolvendo diagnósticos a respeito das causas dos homicídios no brasil e articulando ações com os estados.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul disse que não pode comentar os dados do Ministério da Saúde por desconhecer a metodologia.
O delegado-geral da Polícia Civil do Ceará disse que os homicidios em Fortaleza já caíram 17% no ano passado em relação a 2014.
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