quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ANTÔNIO BORGES DE LIMA. O HERÓI QUE SOZINHO NO MATO MATOU UMA ONÇA. O ANIMAL FOI O PENÚLTIMO FELINO DESSA ESPÉCIE QUE MATARAM NESTA REGIÃO. UMA ONÇA VERMELHA MACHO.

MAIS DOIS ENREDOS DA SÉRIE “OS CAÇADORES JAPIENSES E SEUS CAUSOS”, QUE ESTARÁ NA 2ª EDIÇAO DO LIVRO “JAPI TERRA QUERIDA: causos e crônicas”. AGORA VOCÊ TERÁ A OPORTUNIDADE DE CONHECER AS AVENTURAS DESSES DESTEMIDOS CAÇADORES QUE NO SÉCULO XX SE EMBRENHARAM NA CAATINGA À PROCURA DE ANIMAIS FEROZES: ONÇAS E SERPENTES VENENOSAS QUE CAUSAVAM MEDO E TERROR À POPULAÇÃO JAPIENSE. TAMBÉM MATAVAM CAÇAS P/ SE ALIMENTAREM COMO: VEADOS, JURITIS, LAMBUS, ASAS BRANCAS, PEBAS, TAMANDUAS, ROLINHAS, JACUS E OUTRAS.
Em pé sem camisa Ademar, ao lado dele Antônio Borges, de Joelho Bastião Borges, com a faca levantada Luiz de Neco dos Santos, sentado na porta Jodoval Medeiros e outros....

        A penúltima onça que mataram na redondeza do município de Japi/RN foi um felino macho que habitou por alguns dias no Boqueirão e entre as serras que fazem divisas com os municípios de Japi/RN e Cuité/PB. Quem a matou foi o saudoso Antônio Borges de Lima, que morava na Barriguda, área que fica próxima ao sítio Malhada da Cruz, região que pertence ao nosso município, onde ele fora criado. Ademais, esse animal foi morto por acaso. Ou seja, nada havia sido planejado por parte do matador. Foi um encontro inesperado.
        Veja como tudo se deu: Segundo o meu amigo Ademar de Lima Fernandes (Ademar de seu Nivaldo), certo dia o seu tio Antônio Borges de Lima foi ao sítio Retiro, área que pertence ao município de Cuité/PB, com destino a casa de sua mãe, cuja morava no referido lugar, aonde lá passou um dia, no dia seguinte de madrugadinha ele voltou para a Barriguda aonde morava.

       Essa foto é da caçada a Ema de Geraldo Simões que fugira, foi caçada e morta por Antônio Borges de Lima. A terceira pessoa em pé da esquerda para a direita é Geraldo Simões, segurando no pau que a Ema está dependurada é seu Nivaldo, os meninos que estão na frente da foto são os filhos de Geraldo Simões.

 Durante o trajeto de volta, quando Antônio chegou a estrada que vai à direção da “grota” do açude de Macambira viu no chão um grande rasto de algo que evidentemente havia sido puxado sobre a terra, cuja marca atravessava de um lado a outro da estrada.
        Embora fosse um caçador muito experiente, cujo também tinha a fama de bom rastejador, mesmo assim ficou assustado com o que viu. Por causa disso, desconfiado como qualquer um outro bom caçador deveria ficar, para se precaver, Antônio tirou uma bala do “bisaco” e rapidamente botou no cano da espingarda, curioso, desviou um pouco do caminho que vinha e foi cuidadosamente passo a passo com um olhar atencioso a tudo que se movia ao seu alcance, indo à direção de um monte que ficava ao lado da estrada. Seguiu estrategicamente com todo potencial de um caçador experiente, aquele assustador e misterioso rastro.
        Quando chegou no topo do monte, que olhou para um lado e para o outro, para surpresa dele viu bem perto dali uma onça comendo uma cabra que tivera matado há pouco instante. Embora estivesse assustado, apontou a espingarda na direção do felino, apertou o gatilho e assim atirou na onça. No instante em que atirou a onça deu um pulo e correu na direção de onde o tiro saiu. Antônio Borges de Lima vendo que o animal vinha a sua direção correu rapidamente e subiu como um gato brabo numa pedra grande que havia ao lado dele. A onça chegou até o pé da pedra e caiu. Ficou querendo se levantar, porém quase não podia. Tinha sido alvejada mortalmente. Enquanto isso, Antônio carregou muito rápido a espingarda e atirou novamente no animal, cujo morreu no local.
         Diminuído mais o susto que tivera naquela manhã com a inesperada surpresa, Antônio se sentiu um pouco mais aliviado. Então começou a entender que o rastro que tinha avistado na estrada era da cabra que a onça estava comendo. Possivelmente ela tinha matado no outro lado da estrada e puxada para aquele local. Certamente para a comer.

          Esse Veado foi morto 1980 pelo caçador Sebastião Borges de Lima

Quando Antônio viu que a onça estava morta foi até a residência de Geraldo Simões avisar a o ocorrido. Chegando lá, na fazendo do seu parente, assim que avistou o fazendeiro Geraldo Simões contou o fato a ele. Desacreditando das palavras de Antônio, Simões falou: Estás mentindo Antônio? Então Antônio respondeu; eu não sou homem de mentira. Vamos ver lá? Depois de olhar atentamente para o semblante do velho amigo falou: Eu estava brincando Antônio! Então. Geraldo Simões chamou alguns de seus trabalhadores, pegou o carro e foi buscar a onça.
          Ao retornarem, logo que chegarem à fazenda de Geraldo tiraram o couro da onça, pesaram o animal, o qual deu quarenta quilos.


Autor dos Textos: Edson Batista dos Santos

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