Prática e Moderna: Ao que parece, o mundo sofre mesmo é do estômago. E o Omeprazol foi um medicamento que apareceu como uma autêntica revolução no tratamento de inúmeros males que atingem o órgão. No entanto, seu uso prolongado (cerca de dois anos) pode provocar demência, de acordo com um artigo publicado por um dos mais respeitados jornais médicos, o Journal of the American Medical Association (JAMA).
Um
pó branco pouco solúvel em água, o Omeprazol é da classe dos inibidores da
bomba de prótons, e indicado para pessoas que sofrem de má digestão, refluxo,
azia, hérnia de hiato ou úlceras pépticas benignas, tanto gástrica como
duodenal. Hoje, ele é o segundo medicamento mais consumido do planeta depois do
paracetamol, informa Dr. Jorge Fonseca, médico da Open International University
for Complementary Medicine, na Índia, em seu blog. O Omeprazol está inclusive
na lista de “Medicamentos Essenciais” da Organização Mundial da Saúde. Mas veja
só o que seus efeitos colaterais podem causar no longo prazo.
Mais
chances de desenvolver doenças do coração: O medicamento pode aumentar o risco
de ataque e doenças do coração, segundo um estudo feito com tecido humano publicado
em 2013 pelo Circulation, jornal da Associação Americana do Coração. Na época,
o pesquisador John P. Cooke, chefe do departamento de ciências cardiovasculares
do Houston Methodist Hospital e professor na Stanford, disse à Reuters que
“antiácidos que suprimem inibidores da bomba de prótons podem provocar a
constrição dos vasos sanguíneos e consequente redução do fluxo de sangue.”
Derrame
cerebral, espasmos musculares e osteoporose: Nos últimos três anos, a Food and
Drug Administration (FDA) emitiu dois alertas sobre os inibidores da bomba de
prótons, de acordo com o Harvard Heatlh Publications. Em abril de 2011, a
agência alertou que o uso prolongado (mais de um ano) deste tipo de medicamento
poderia levar a uma queda na absorção de magnésio, elevando o risco de
arritmias, derrames cerebrais, convulsões, enfraquecimento dos ossos e espasmos
musculares.
Anemia
e demência: Pesquisadores da Kaiser Permanente, líder na indústria da saúde
norte-americana, demonstraram que o uso contínuo do Omeprazol leva a uma baixa
absorção de vitamina B12. Ao comparar dados de quase 26 mil pacientes
diagnosticados com baixos níveis da vitamina com outros 184 mil que não tinham
o problema, veio a resposta: indivíduos que tomam Omeprazol por mais de dois
anos tem 65% mais chances de desenvolver deficiência de B12. A falta da
vitamina pode causar demência, dano nos nervos e anemia.
Finalmente,
é claro que “isso não significa que as pessoas devem simplesmente parar de
tomar seus medicamentos”, afirma Dr. Douglas Corley, gastroenterologista da
Kaiser Permanente. “Se o médico receitou, existe um motivo, é para melhorar sua
qualidade de vida”. Por outro lado, se o seu caso exige o uso prolongado do
Omeprazol, vale a pena conversar com o seu gastro para saber se existem
alternativas com menos efeitos colaterais no longo prazo.