O funcionalismo público do RN deve a três ex-governadores os depósitos que chegaram a acumular nada menos que 1 bilhão de reais na conta do extinto Fundo Previdenciário.
Esse dinheiro foi depositado ao longo dos anos, de 2005 até dezembro de 2014, pela ex-governadora Wilma, pelo ex-governador Iberê e pela ex-governadora Rosalba.
Essa verdade precisa ser repetida, até por uma questão de justiça.
Afinal, tanto Wilma, quanto Iberê e a própria Rosalba, em meio às dificuldades e à falta de dinheiro, principalmente, que todo governo tem que enfrentar, nunca deixaram de fazer os depósitos devidos.
Esses ex-governadores, em diferentes momentos, devem ter sido tentados a enveredar pelo caminho mais fácil.
- Tá faltando dinheiro? Vamos pegar um pedaço do Fundo Previdenciário.
Aliás, diga-se a bem da verdade, a ex-governadora Rosalba até que tentou.
Não apenas uma vez.
No mínimo, uma duas.
Uma através da Assembleia. Os deputados não permitiram.
Aí, ela bateu nas portas da Justiça. Os desembargadores não permitiram. Isto é, a Justiça não permitiu, pois, corretamente, tanto a Assembleia como o Tribunal de Justiça sabiam que aquele, era um dinheiro sagrado e que tinha, legalmente, uma destinação específica, o pagamento de futuras aposentadorias.
Só depois da eleição do ano passado, vendo a hora chegar o dia de sair e deixar o salário atrasado, a governadora Rosalba conseguiu juntar a sua força política, já pequena, mais ainda existente, com o poder grande, do governador eleito, Robinson Faria.
E Robinson, então, com a ajuda do deputado José Dias, conseguiu convencer a Assembleia a aprovar uma lei (para muitos, imoral) acabando com o Fundo Previdenciário e autorizando o governo a usar o dinheiro ali existente na cobertura de suas necessidades.
Com isso, então, a governadora Rosalba conseguiu deixar o governo com os salários em dia.
Mas, ela, pelo menos, tinha dado a sua contribuição para que aquele dinheiro existisse.
O governador Robinson, não. Logo no mês que assumiu, sem haver botado no Fundo que extinguiu um único centavo, é de lá que tem tirado a grana com que vem garantindo o pagamento em dia nesses primeiros 8 meses de governo.
Era tanto dinheiro que, até hoje, ainda não acabou.
Mas, infelizmente, vai acabar.
E aí será tarde demais.