terça-feira, 17 de novembro de 2015

POLÊMICA: “Bandido bom é bandido morto”; frase ganha cada vez mais adeptos na Web

A frase “bandido bom é bandido morto” é de autoria do ex-delegado Sivuca e foi usada como mantra na sua campanha para deputado estadual do Rio de Janeiro na década de 80. Ex-presidente de honra da Scuderie Le Cocq, Sivuca foi um dos “doze homens de ouro”, que assim como James Bond, tinham liberdade para matar nas décadas de 60 e 70 na antiga capital federal.

A associação surgiu para vingar a morte em serviço do detetive Milton Le Cocq, que pertenceu à guarda pessoal de Getúlio Vargas e era membro do Esquadrão de Motociclistas. O “E.M.’ do seu emblema vem daí. Na prática, porém, virou “E.M.” de Esquadrão da Morte. “Cara de Cavalo”, o bandido que matou Le Cocq, foi um dos primeiros a sentir que as coisas estavam mudando. Nessa época, as páginas policiais dos jornais cariocas eram repletas das façanhas de criminosos famosos como “Mineirinho” e “Lúcio Flávio”. Todos eles foram ficando à margem do caminho, enquanto Sivuca e seus colegas ganhavam força. Alguns, com tanta liberdade de ação, acabaram seduzidos pela vida criminosa, como Mariel Maryscotte , assassinado numa disputa por pontos do jogo do bicho.

O impressionante é que, mais de 50 anos depois, o ideário da Le Cocq continua atualíssimo, e pior: ganhando cada vez mais adeptos. Muita gente boa acredita que só a morte desmedida da bandidagem pode nos levar ao paraíso. Pesquisas recentes indicam que grande parte dos brasileiros quer, melhor, exige “o olho por olho”. Esse comportamento do Velho Oeste é facilmente observado nas redes sociais e na nossa própria relação de amizade. Façam um teste e talvez se surpreendam com a quantidade de pessoas pedindo o derramamento de sangue de criminosos, com maior ou menor periculosidade.

Até compreendo o cansaço com tanta política ineficaz para combater a criminalidade. Com tanta passividade das nossas autoridades frente à escalada dos criminosos. Mas esse pessoal esquece que a barbárie não pode ser combatida com a barbárie. É como se procurássemos a luz, comprando uma passagem para o inferno.

O que precisamos é apenas o império da lei. Nada mais. Se a lei fosse cumprida com todo o seu rigor, já andaríamos bastante. Essa é a minha opinião. Quero saber a sua.

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