Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira, no Paraguai, de uma reunião da cúpula do Mercosul. Ao discursar, disse o seguinte: “Estou certa de que a reorganização do quadro fiscal no Brasil logo trará resultados positivos, junto com o fim da crise política que tem afetado o meu segundo mandato desde o seu início.” Ai, ai, ai…
Reorganização do quadro fiscal? Ora, isso é obra por fazer. Fim da crise política? Falta combinar com os russos e com a turma da Lava Jato.
Dilma disse também: “Nós estamos determinados a reduzir a inflação, consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentar a confiança na economia e garantir a retomada sólida e duradoura do crescimento com distribuição de renda. Ai, ai, ai. Esses não eram os objetivos de 2015?
A presidente foi mais longe: “Juntamente com uma política fiscal de consolidação, estamos desenvolvendo também um novo ciclo que será marcado por maior estímulo às exportações, ao forte investimento em infraestrutura e energia.” Ai, ai, ai…
Reduzir a inflação? Consolidar a estabilidade e a confiança? Retomar o crescimento? Ora, com a inflação em alta, não há estabilidade nem confiança. Muito menos crescimento. Novo ciclo? Investimentos? O que há, por ora, é a velha crise que, por resistente, conspira contra os investimentos.
O discurso de Dilma desperta uma curiosidade: onde se localiza esse Brasil róseo que a presidente vendeu no encontro do Mercosul? Açoitados pela recessão, pela carestia e pelo desemprego, os brasileiros certamente preferirão morar no país de fábula do discurso da presidente a continuar residindo no Brasil real, que a oradora preside com rara ineficiência.
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