ESSE TEXTO APRESENTARÁ AOS LEITORES UM ENREDO, DE TANTOS
OUTROS QUE ACONTECERAM DURANTE CAÇADAS QUE MANOEL PRETO JÁ FEZ DURANTE SUA
VIDA. TANTO ESSE TEXTO QUANTO OUTROS, ENVOLVENDO AS AVENTURAS DE MANOEL PRETO
ESTARÃO NA NOVA EDIÇÃO DO LIVRO QUE EDSON BATISTA IRÁ LANÇAR EM BREVE.
Manoel Francisco conhecido por Manoel Preto é considerado o maior
caçador de veado da história da região do Trairi. Segundo ele, já matou mais
2500 veados. Ele viveu quase toda a sua
vida embrenhada nas serras do Brandão, caçando veado. Nesse lugar, décadas a
traz havia a maior concentração dessa espécie de animal. Agora, depois da
grande ocupação humana consequente especificamente de um assentamento agrário,
a localidade ainda é o local aonde existe mais veados.
O brandão é uma área montanhosa e de mata fechada que fica num espigão
de serras que compõem a Borborema Potiguar. Nesse referido lugar (Brandão) Manoel foi morar com seus pais
desde criança, na primeira metade do século XX na década de 1930.
Manoel Preto É de fato um arauto das velhas e dos maiores acontecimentos
que já se deu aqui com caçadores, nas matas do Brandão e áreas vizinhas. Por
tudo isso, e por ele ser um nativo daquela localidade, com tantas experiências
vividas como vaqueiro e caçador, um homem de caráter, personalidade forte com
uma figura típica do povo nordestino, eu o admiro muito e, portanto, ele passou
a ser um dos principais colaboradores desse meu segundo projeto, no sentido de enriquecermos
de informações de fatos verdadeiros que ocorreram na vida cotidiana dele nas
terras do brandão.
No tocante a área do Brandão, um dia Manoel me disse: - conheço
todos os caminhos, veredas, pedras, árvores, animais, lagoas, códigos, poços,
tanques, todas as fontes de água, as feras do campo e da mata e como elas
vivem, doenças e curas com plantas naturais, a esperteza e a inocência dos
animai e os fenômenos naturais.
Sem conhecer outros mundos. Ali viveu até envelhecer, casou com Dona
Marilda com quem tiveram vários filhos, entre os quais quero citar nomes de
dois amigos “Carlos Dragão” e o saudoso Zé de Manoel Preto.
Até ontem o senhor Manoel Preto morou numa casa que fica na rua São
Sebastião em Japi/RN, ao lado da Igreja Adventista do 7º dia, de frente para a
casa da professora Irene Pinheiro. Vale salientar, com muita tristeza que ontem
à noite o senhor Manoel Preto faleceu. Ele se encontrava muito enfermo e quase
não via nada.
Esse gigante da mata do Brandão
chegou a lutar com onças, cobras gigantes e venenosas e teve que conviver com o
medo e frustrações de assombrações (malassombros) e o desafio de ter que
enfrentar todas as adversidades da mata e do sobrenatural: Almas penadas, “visagens”
subsomem, fulorzinha (florzinha), caipora e o pai do mato.
Nesse tempo a mata era quase virgem e havia muitas espécies de animais que
são extintos. Dentro desse contexto selvático existia a crendice de visão assombrosas
e aparições. “Era um tempo que o tempo não esquece”. O tempo das aparições
misteriosas oferecendo botijas e fortunas vindas do além não sei para quem.
Em meio a esse tempo, em maio de 1974 Manoel Preto viveu uma grande
aventura, quando fez uma das maiores caçadas de sua vida. Nesse tempo, o
saudoso Francisco Medeiros Sobrinho acabara de derrubar muitas árvores para
botar um roçado. A área na qual ocorreu esse fato é conhecida por Ubaia.
Segundo o informante Manoel Preto, nesse lugar havia muitas cobras de
espécies diferentes, inclusive as mais temidas serpentes que existe daqui que
são: cascavel
e jararaca que tinha em abundância na referida localidade.
Na conversa que tive com Manoel Preto ele me disse que um dia chamou um
amigo de confiança para ir com ele a procura de veado para matar. O nome do companheiro
era Zé de França.
Zé de França, Edson Batista e Carlos Dragão
Um dia antes Zé de França foi dormir na
casa de Manoel Preto. Às 02:00 da manhã do dia seguinte saíram da casa e
entraram na mata escura tentando a sorte numa grande e arriscada aventura.
Segundo o informante, logo que os dois saíram, a poucas braças dali pegaram o
caminho que vai até as terras do saudoso Pedro Araújo de Medeiros, pai do
ex-prefeito Róbson Wanderley de Medeiros. Atravessaram a propriedade de
Pedrinho e chegaram até as terras de Pedro de Almeida (o então dono do Brandão)
aonde Manoel avistou dois tamanduás em cima de um pé de uma árvore. Manoel
tirou uma vara bem grande e forte, puxou os dois animais, matou-os e os colocou
num saco e seguiram viagem. No meio do caminho ele deu um tamanduá para o
colega levar porque pesavam muito e partiram rumo ao destino desejado.
Próximo a um lajeiro os três cachorros que os acompanhavam acuaram duas
enormes cobras, “saramanta boi”. Aconteceu que quando os dois caçadores se
aproximaram e viram as serpentes, que eram enormes, cujas tinham aproximadamente
15 metros de comprimentos, pulando quase dois metros de altura tentando pegar
os cachorros, dando bufos e assopros que se ouvir a mais de quinhentos metros
de distância, o colega de Manoel Preto, o conterrâneo Zé de França tentou
correr. Então Manoel Preto disse: - Não corra não! Se você correr eu te mato! Zé
de França ficou só observando “com o coração” na mão. Tremia de medo ao ver
aquela terrível cena. Enquanto isso, Manoel Preto cortou uma grande vara de
mororó e partiu para cima das cobras. Matou uma e depois matou a outra. Era uma
fêmea e um macho. Quando findou a batalha, Manoel estava muito cansado e suava
muito.
Foto: Planeta dos Animais
Autor do Texto: Edson Batista dos Santos.



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