Apenas
um partido de oposição declarou apoio ao presidente da Câmara de Deputados
Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, não teve o apoio do seu partido, o PMDB,
nem de siglas de oposição ao romper com o governo federal, de acordo com o
jornal A Folha de S.Paulo. Líderes da oposição classificaram como "muito
grave" o anúncio feito pelo peemedebista, especialmente se novas denúncias
surgirem contra o parlamentar.
A
oposição teme que sua decisão crie uma crise institucional, levando a um
agravamento da crise política e econômica pela qual passa o país, ainda de
acordo com o jornal paulista. Até o momento, apenas o Solidariedade declarou
apoio a Cunha publicamente.
Para
o líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), a decisão de Cunha se
somará à crise política econômica do governo.
—
Vislumbro um quadro muito difícil nesse segundo semestre. Há uma instabilidade
institucional agravada. Ele declarou publicamente guerra ao governo — disse à
Folha. — Eu, como opositor, tenho como princípio, primeiro, buscar todos os
fatos sobre corrupção. Não é porque eu sou opositor que eu vou querer a
inviolabilidade institucional. Vou trabalhar para que todas as denúncias sejam
apuradas.
Apesar
do tom de cautela, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse
que a decisão de Cunha "abre as portas" para que um eventual pedido
de impeachment da presidente Dilma Rousseff avance na Câmara.
No
PMDB, a ordem é deixar Cunha isolado para evitar que os ataques do presidente
da Câmara tenham efeitos sobre a aliança da sigla com o Planalto. O presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também investigado na Lava-Jato, cancelou
entrevista para fazer um balanço do semestre e manteve-se em silêncio sobre os
ataques de Cunha.
Nos
bastidores, a cúpula peemedebista considerou a atitude de Cunha um "tiro
no pé", típica de quem está em "desespero". O partido acredita
que o deputado deve perder força dentro da Câmara por atingir, de uma só vez, o
Planalto, o Ministério Público e o Judiciário.