quarta-feira, 23 de setembro de 2015

André vargas ‘erguia o punho e recebia propina’

Registrada em fevereiro de 2014, a cena correu o noticiário. O deputado André Vargas, então vice-presidente da Câmara, ergueu o braço e cerrou o punho ao lado do então ministro Joaquim Barbosa, do STF. Nesta terça-feira, o juiz Sérgio Moro informou que o gesto desrespeitoso foi protagonizado por um hipócrita. Enquanto protestava contra o algoz dos mensaleiros, Vargas recebia propina.

Moro condenou Vargas a 14 anos e 4 meses de cadeia. Acusou-o de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Anotou na sentença que o ex-petista mordeu pelo menos R$ 1,1 milhão de agência de publicidade contratada pela Caixa Econômica Feeral e Ministério da Saúde.

O juiz da Lava Jato anotou: “Constata-se que o condenado, ao tempo do gesto, recebia concomitantemente propina em contratos públicos […]. Nesse caso, o gesto de protesto não passa de hipocrisia e mostra-se retrospectivamente revelador de uma personalidade não só permeável ao crime, mas também desrespeitosa às instituições da Justiça.” É, faz sentido.