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2.6.8 O ciclo dos
recursos minerais
A argila
Algumas pessoas da família Cipriano
foram quem utilizaram pela primeira vez, em Japi, a argila na produção de materiais de construções (tijolos e teias) e
outros objetos de utilidade caseira. Isso aconteceu no início do século XIX.
Essas pessoas também comercializavam esses produtos no povoado de Japi e nas
fazendas que ficavam nos seus arredores. Os objetos de utilidade caseira,
também feitos com argila, foram uma das primeiras fontes de economia da
localidade de Japi.
A argila (barro argiloso) constitui-se
numa terra fofa que, por ser suscetível de moldagem quando amassada com água, é
usada por escultores e ceramistas. Ela era o principal elemento utilizado na
fabricação dos objetos caseiros. Essa é uma das matérias primas que existem em
quase toda a área que pertence à localidade de Japi: um solo argiloso, de boa
qualidade e propício para a produção de diversos objetos que se encontram hoje
no comércio. Vale lembrar que, em épocas passadas, os paraibanos vinham à
localidade de Japi em busca de argila. Eles traziam tropas de jumentos as quais
voltavam todas carregadas com esse material, que era transformado em produtos
de utilidade doméstica, sendo depois comercializados nas comunidades
paraibanas.
No processo de fabricação, os homens
faziam os tijolos e as telhas, enquanto as mulheres faziam os objetos caseiros,
como: panelas, pratos, tigelas, jarros, jarras e potes de barro.
Tecnologia na fabricação de cerâmica
Sabe-se também que existe argila
em abundância e que pode ser transformada em produtos comercias, para isso, é
necessário que haja interesse principalmente por parte da prefeitura de Japi,
haja vista que em cidade pequena do interior essa instituição tem sido o local
das decisões mais importantes do município. Não se pode pensar em
desenvolvimento sem pensar nesse instrumento de mudança. É necessário que em nossa
cidade, esse órgão tão importante crie condições para geração de emprego e
renda. Para isso acontecer, é preciso conceder prioridade às ações duradouras,
evitando os paliativos, por exemplo: dar remédios – sem ensinar como se prevenir
da doença; dar cesta básica – sem dar condições de trabalho. Não há na história
recente uma comunidade que tenha desenvolvimento sustentável lastreado nessa
prática filantrópica. Muito pelo contrário, os sábios ensinamentos de Cristo
não deixam dúvidas para pensarmos diferente: “Melhor que dá o peixe é ensinar o
homem a pescar”. Essas afirmações nos dão a convicção de que auxiliar os fracos
dando a comida, socorrer os aflitos dando o medicamento são atitudes meritórias
e recomendáveis, mas estão longe de representar soluções efetivas e
permanentes.
Por
isso, é necessário, urgentemente, que haja uma iniciativa empreendedora por
parte da prefeitura de Japi, na tentativa de conseguir transformar algumas
matérias-primas aproveitáveis, existentes em toda a área do município, em
produção comercial através de um processo industrial, fundamentado numa
perspectiva progressista, com tecnologias modernas, que possa gerar emprego e
renda para a população, principalmente para aqueles que, obrigados pelas
tristes circunstâncias ocasionadas pelas secas e pela falta de trabalho,
abandonam seus lares, seus familiares e saem pelo mundo em busca de um emprego,
arriscando suas vidas.

Para tanto, faz-se indispensável
que haja vontade, interesse e ação, principalmente por parte daqueles que têm
em suas mãos o poder político e econômico do município e a oportunidade de
fazer, hoje, algo dessa natureza em benefício da população e que se torne
legado para as futuras gerações.
Veja
no quadro abaixo os nomes das pessoas que desenvolveram e também as que
continuam desenvolvendo produtos derivados da argila no município de Japi,
embora ainda de forma artesanal.
Quadro 3: Os primeiros artesãos do município de Japi
HOMENS
|
MULHERES
|
Os Ciprianos
|
As Ciprianas
|
Clementino
|
Maria de Manoel Nicolau
|
Manoel Joaquim do Nascimento
(Gonçalo Catirina)
|
Severina Lopes da Silva
(mãe de Biló)
|
Nino pai de André
|
Francisca Louceira
(Chiquinha Louceira)
|
Jaime da Capela
|
Maria Barbosa
|
Nicanor e outros
|
A scheelita
A scheelita ou chelita (fonte de
tungstênio) é um mineral de muita utilidade. Entre as diversas utilidades desse
produto, podemos destacar a sua
grande importância na fabricação de armas.
Com
o início da 2ª Guerra Mundial, aumentou a oferta e a busca desse minério,
quando a partir de 1940-1941 intensificaram-se a exploração e a exportação de
cheelita do Rio Grande do Norte, tornando-se o Estado maior produtor desse
minério.
O
Rio Grande do Norte apresentou, através da exploração de suas minas, uma
produção crescente durante todo o período da 2ª Guerra Mundial, com a produção
caindo em 1946, e retomando depois com o início da Guerra da Coréia,
mantendo-se em alta até 1956, época em que teve início a produção desse minério
no município de Japi.
O
nosso grande mercado comprador de cheelita são os Estados Unidos. O Rio Grande
do Norte, pela qualidade do nosso minério, apresenta uma posição de destaque em
nível nacional, produzindo mais de 80% do total da produção brasileira.
As
minas de chelita começaram a ser exploradas na localidade de Japi no início da
segunda metade do século XX, por volta de 1956. E quem explorava essas minas
era o senhor João Batista dos Santos (João da Mina).
Os
buracos e os esperdícios das minas se encontram logo após o cruzeiro, no pé do
serrote da Tubiba, área que até 2010 pertenceu a um dos herdeiros do coronel Manoel
Medeiros.
O garimpeiro João Batista dos Santos foi quem deu
início à escavação da mina, que se encontra ao leste do monte do cruzeiro, num
lugar onde havia muitas pedras brancas de cristais “enxertados” com o mineral
cheelita, que se encontravam sobre o solo. Por isso, logo após o garimpeiro dá
início à escavação da mina, o povo desta região começou a chamá-lo de João da
Mina, ficando conhecido por esse nome até hoje.
Anos depois, outras pessoas tentaram cavar outras banquetas,
porém quase não obtiveram sucesso. Depois de João da Mina, anos depois, quem
conseguiu obter sucesso foi o senhor Nino pai de Andrer, que cavou uma banqueta
próxima a de João da Mina e extraiu muita chelita.
Durante a década de 1960, período em que ocorreu a maior
exploração desse minério, não houve nenhuma preocupação no que diz respeito à
segurança da mina. Por isso, no final da década de 1970, alguns fatores
contribuíram para o declínio da produção: a profundidade, a queda do preço e a
falta de estrutura no buraco, quando o mesmo já apresentava vários riscos à
vida do garimpeiro e das pessoas que lhe ajudavam. Como dependia do mercado
internacional, que estabelecia os preços aos fornecedores desse minério, fato
que levou essa economia a conhecer sucessivas crises, principalmente nos
períodos quando o preço estava muito baixo, o que gerou o fechamento de muitas
minas no Rio Grande do Norte, inclusive a do município de Japi.
O garimpeiro João da Mina disse que descobriu mais dois tipos
de minérios neste município: o minério de urânio e o de água-marinha.
Segundo o garimpeiro, o minério de urânio encontra-se a quaro
quilômetros, a direção oeste da cidade, próximo a “faixa” e o de água-marinha
se encontra no “pé do baldo” do açude velho da fazenda Japi, que fica próximo à
residência do já falecido Francisco Medeiros Sobrinho.
O nome registrado em cartório do garimpeiro João da Mina é
João Batista dos Santos. Quero confessar, para meus caros leitores, que esta
ilustre pessoa era meu pai.
João Batista dos Santos era sertanejo. E, como já foi citado
antes, ele é de Timbaúba dos Batistas, cidade situada no Sertão Potiguar, onde
nasceu em 1917, e faleceu na cidade de Japi, em 24 de maio de 2006, vítima
provavelmente de um enfarte.
Na
noite anterior à do fato ocorrido, ele quase morreu por causa de uma forte
crise que lhe ocorrera. Todavia, no outro dia, às 19:30h da noite, como era de
costume, ainda brincou com um papagaio que criava. Depois disso, ele foi dormir
aparentemente alegre e se recuperando da crise, porém, na manhã do dia 24, às
07:40h, foi encontrado morto em sua cama, na sua própria residência.
João
Batista dos Santos veio para Japi entre os anos de 1955 a 1958. Segundo o
saudoso Leôncio Miguel e dona Santa, sua esposa, as pessoas que viram João da
Mina aqui em Japi pela primeira vez foram eles. Leôncio me disse que estava lá
no Alto São Sebastião, porque namorava a dona Santa. Ele disse ainda, que
estava em frente da casa de seu sogro quando chegou de repente aquele homem
montado em um jumento e perguntou: “Onde fica a fazenda de Neco Medeiros?”
Leôncio ensinou. João agradeceu a informação e saiu em direção à casa de Manoel
Medeiros Filho.
Aqui em Japi, ele construiu duas famílias: a
primeira foi com a senhora Isabel Teotônio e desse relacionamento tiveram seis
filhos: José Batista dos Santos, falecido no final de janeiro de 2015, Maria
Batista dos Santos, Fátima Batista dos Santos, Francisco das Chagas Batista dos
Santos, Josefa e Etinha. O segundo casamento foi com Maria Cassiano da Paz.
Desse relacionamento nasceram quatro filhos, a saber: Edson Batista dos Santos,
Erivaldo Batista dos Santos, Josefa Gilvaneide Batista dos Santos e Francisca
Gesilande Batista dos Santos.
João
Batista dos Santos[1] faleceu
quando tinha 89 anos de idade. Embora toda a sua família seja de Timbaúba dos
Batistas, ele foi sepultado no cemitério de Japi.
Segundo
os sertanejos, João da Mina foi o maior garimpeiro do Sertão. É relevante
informar, que um desses minerais encontrado por João da Mina pode ser explorado
e gerar emprego e renda para o município.
O granito
O granito é um minério que existe em
abundância em todos os arredores da cidade de Japi. Rocha magmática intrusiva,
esse minério apresenta uma resistência muito grande à fragmentação.
Esse
tipo de pedra dificilmente se altera. Por isso, é largamente usado na pavimentação
de ruas e na construção de casas, cisternas e edifícios.
Na
sua composição aparecem os minerais: quartzo, feldspato e mica, que são
visíveis a olho nu, permitindo o reconhecimento de cada um.
A parte cinza do granito é o
quartzo; o amarelo é o feldspato; e a preta é a mica.
Nas
últimas décadas, a transformação desse minério em outros produtos, como
paralelepípedos, meios-fios, britas, pedras para alicerces de casas, edifícios
e paredes de cisternas etc., tem sido uma das fontes de renda para várias
famílias deste município, especificamente da localidade de Pedra Preta, onde há
uma pedreira e ocorre a “quebragem” de
rochas compactas de granito.
A
localidade de Pedra Preta fica a dois km ao norte da cidade de Japi, nas
propriedades dos senhores Alípio Marques de Souza e João Nicolau Pinheiro,
respectivamente, e são eles mesmos quem trabalham nas pedreiras juntamente com
seus familiares e outras famílias contratadas para auxiliarem nesse trabalho.
A
quantidade de produtos derivados do granito tem aumentado nos últimos anos,
embora seja de forma lenta. Todavia, os produtos produzidos ali são de maneira
artesanal. Ainda não disponibilizamos de uma máquina britadeira. Quem sabe um
dia isso possa acontecer. Por isso, hoje, produzimos pouco, mas mesmo assim,
exportamos produtos derivados do granito para as cidades de Santa Cruz, Sítio
Novo, Campo Redondo, São Bento do Trairi, entre outros municípios. É importante
ressaltar que nossa cidade é também um importante consumidor de tudo o que é
produzido nas pedreiras.
O
resultado econômico poderia ser melhor se houvesse interesse por parte da
prefeitura deste município, no intuito de programar ações nesse setor capazes
de gerar mais emprego e renda para o povo desta cidade.
Para isso, é necessário que a prefeitura consiga
investir em máquinas e equipamentos modernos e procurar expandir mais a área de
exportação dos produtos derivados do granito.
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