terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O ciclo dos recursos minerais em Japi

Resultado de imagem para lançamento do livro edson em japiAcredito que no momento, dois livros deverão está ao seu alcance, amigos japienses: A Bíblia Sagrada (que relata a história da criação do universo, da humanidade e da salvação, do início aos dias de hoje) e o livro, JAPI, TERRA QUERIDA (que relata o processo de formação da cidade de Japi, desde a época da colonização aos dias também de hoje). Além das muitas riquezas culturais, o livro irá ajudar a você se prepara, tanto para o processo seletivo municipal que está preste a acontecer, como também para o concurso que em breve acontecerá no nosso município.

No momento, o livro JAPI, TERRA QUERIDA, está à venda na residência do autor, Edson Batista, na Rua: Manoel Medeiros Nº 59. Aproveite! O tempo é curto !!!.
FONE: (84) 98864-0788       edsonbatista039@gmail.com
           
2.6.8 O ciclo dos recursos minerais

A argila

           Algumas pessoas da família Cipriano foram quem utilizaram pela primeira vez, em Japi, a argila na produção de materiais de construções (tijolos e teias) e outros objetos de utilidade caseira. Isso aconteceu no início do século XIX. Essas pessoas também comercializavam esses produtos no povoado de Japi e nas fazendas que ficavam nos seus arredores. Os objetos de utilidade caseira, também feitos com argila, foram uma das primeiras fontes de economia da localidade de Japi.
            A argila (barro argiloso) constitui-se numa terra fofa que, por ser suscetível de moldagem quando amassada com água, é usada por escultores e ceramistas. Ela era o principal elemento utilizado na fabricação dos objetos caseiros. Essa é uma das matérias primas que existem em quase toda a área que pertence à localidade de Japi: um solo argiloso, de boa qualidade e propício para a produção de diversos objetos que se encontram hoje no comércio. Vale lembrar que, em épocas passadas, os paraibanos vinham à localidade de Japi em busca de argila. Eles traziam tropas de jumentos as quais voltavam todas carregadas com esse material, que era transformado em produtos de utilidade doméstica, sendo depois comercializados nas comunidades paraibanas.                            

           No processo de fabricação, os homens faziam os tijolos e as telhas, enquanto as mulheres faziam os objetos caseiros, como: panelas, pratos, tigelas, jarros, jarras e potes de barro.


Tecnologia na fabricação de cerâmica

            Os métodos utilizados na fabricação de cerâmica evoluíram-se bastante com o passar do tempo. Hoje, ela é produzida em fábricas, com máquinas modernas. Apesar do grande desenvolvimento da indústria ceramista, e de outros produtos derivados da argila, ainda são muito usados os métodos simples e artesanais. A argila é um componente do solo que apresenta múltiplas utilidades. É cada vez maior a aplicação desse elemento na vida moderna.Percebe-se que a utilidade da argila em produção de objetos com fim comercial, pode ser uma das alternativas para o desenvolvimento econômico e empreendedor capaz de gerar emprego e renda para o município de Japi.
Sabe-se também que existe argila em abundância e que pode ser transformada em produtos comercias, para isso, é necessário que haja interesse principalmente por parte da prefeitura de Japi, haja vista que em cidade pequena do interior essa instituição tem sido o local das decisões mais importantes do município. Não se pode pensar em desenvolvimento sem pensar nesse instrumento de mudança. É necessário que em nossa cidade, esse órgão tão importante crie condições para geração de emprego e renda. Para isso acontecer, é preciso conceder prioridade às ações duradouras, evitando os paliativos, por exemplo: dar remédios – sem ensinar como se prevenir da doença; dar cesta básica – sem dar condições de trabalho. Não há na história recente uma comunidade que tenha desenvolvimento sustentável lastreado nessa prática filantrópica. Muito pelo contrário, os sábios ensinamentos de Cristo não deixam dúvidas para pensarmos diferente: “Melhor que dá o peixe é ensinar o homem a pescar”. Essas afirmações nos dão a convicção de que auxiliar os fracos dando a comida, socorrer os aflitos dando o medicamento são atitudes meritórias e recomendáveis, mas estão longe de representar soluções efetivas e permanentes.
            Por isso, é necessário, urgentemente, que haja uma iniciativa empreendedora por parte da prefeitura de Japi, na tentativa de conseguir transformar algumas matérias-primas aproveitáveis, existentes em toda a área do município, em produção comercial através de um processo industrial, fundamentado numa perspectiva progressista, com tecnologias modernas, que possa gerar emprego e renda para a população, principalmente para aqueles que, obrigados pelas tristes circunstâncias ocasionadas pelas secas e pela falta de trabalho, abandonam seus lares, seus familiares e saem pelo mundo em busca de um emprego, arriscando suas vidas.
A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, em pé            Para fortalecer essas ideias, é necessário que vejamos o exemplo da cidade de Parelhas, que utiliza a argila, um dos recursos naturais retirados do solo de sua região e o transforma em produtos comerciais (telhas, tijolos e outros) e exporta-os para outros municípios. Por causa disso, é conhecida no cenário econômico norte-rio-grandense como um município que buscou meios alternativos e conseguiu gerar emprego e renda para sua população.
            Para tanto, faz-se indispensável que haja vontade, interesse e ação, principalmente por parte daqueles que têm em suas mãos o poder político e econômico do município e a oportunidade de fazer, hoje, algo dessa natureza em benefício da população e que se torne legado para as futuras gerações.
            Veja no quadro abaixo os nomes das pessoas que desenvolveram e também as que continuam desenvolvendo produtos derivados da argila no município de Japi, embora ainda de forma artesanal.

Quadro 3: Os primeiros artesãos do município de Japi
HOMENS
MULHERES
Os Ciprianos
As Ciprianas
Clementino
Maria de Manoel Nicolau
Manoel Joaquim do Nascimento
(Gonçalo Catirina)
Severina Lopes da Silva
(mãe de Biló)
Nino pai de André
Francisca Louceira
(Chiquinha Louceira)
Jaime da Capela
Maria Barbosa
Nicanor e outros



A scheelita

A scheelita ou chelita (fonte de tungstênio) é um mineral de muita utilidade. Entre as diversas utilidades desse produto, podemos destacar a sua grande importância na fabricação de armas.
Com o início da 2ª Guerra Mundial, aumentou a oferta e a busca desse minério, quando a partir de 1940-1941 intensificaram-se a exploração e a exportação de cheelita do Rio Grande do Norte, tornando-se o Estado maior produtor desse minério.
O Rio Grande do Norte apresentou, através da exploração de suas minas, uma produção crescente durante todo o período da 2ª Guerra Mundial, com a produção caindo em 1946, e retomando depois com o início da Guerra da Coréia, mantendo-se em alta até 1956, época em que teve início a produção desse minério no município de Japi.
O nosso grande mercado comprador de cheelita são os Estados Unidos. O Rio Grande do Norte, pela qualidade do nosso minério, apresenta uma posição de destaque em nível nacional, produzindo mais de 80% do total da produção brasileira.
As minas de chelita começaram a ser exploradas na localidade de Japi no início da segunda metade do século XX, por volta de 1956. E quem explorava essas minas era o senhor João Batista dos Santos (João da Mina).
Os buracos e os esperdícios das minas se encontram logo após o cruzeiro, no pé do serrote da Tubiba, área que até 2010 pertenceu a um dos herdeiros do coronel Manoel Medeiros.
O garimpeiro João Batista dos Santos foi quem deu início à escavação da mina, que se encontra ao leste do monte do cruzeiro, num lugar onde havia muitas pedras brancas de cristais “enxertados” com o mineral cheelita, que se encontravam sobre o solo. Por isso, logo após o garimpeiro dá início à escavação da mina, o povo desta região começou a chamá-lo de João da Mina, ficando conhecido por esse nome até hoje.

Anos depois, outras pessoas tentaram cavar outras banquetas, porém quase não obtiveram sucesso. Depois de João da Mina, anos depois, quem conseguiu obter sucesso foi o senhor Nino pai de Andrer, que cavou uma banqueta próxima a de João da Mina e extraiu muita chelita.

Durante a década de 1960, período em que ocorreu a maior exploração desse minério, não houve nenhuma preocupação no que diz respeito à segurança da mina. Por isso, no final da década de 1970, alguns fatores contribuíram para o declínio da produção: a profundidade, a queda do preço e a falta de estrutura no buraco, quando o mesmo já apresentava vários riscos à vida do garimpeiro e das pessoas que lhe ajudavam. Como dependia do mercado internacional, que estabelecia os preços aos fornecedores desse minério, fato que levou essa economia a conhecer sucessivas crises, principalmente nos períodos quando o preço estava muito baixo, o que gerou o fechamento de muitas minas no Rio Grande do Norte, inclusive a do município de Japi.
O garimpeiro João da Mina disse que descobriu mais dois tipos de minérios neste município: o minério de urânio e o de água-marinha.
Segundo o garimpeiro, o minério de urânio encontra-se a quaro quilômetros, a direção oeste da cidade, próximo a “faixa” e o de água-marinha se encontra no “pé do baldo” do açude velho da fazenda Japi, que fica próximo à residência do já falecido Francisco Medeiros Sobrinho.
O nome registrado em cartório do garimpeiro João da Mina é João Batista dos Santos. Quero confessar, para meus caros leitores, que esta ilustre pessoa era meu pai.
João Batista dos Santos era sertanejo. E, como já foi citado antes, ele é de Timbaúba dos Batistas, cidade situada no Sertão Potiguar, onde nasceu em 1917, e faleceu na cidade de Japi, em 24 de maio de 2006, vítima provavelmente de um enfarte.



Na noite anterior à do fato ocorrido, ele quase morreu por causa de uma forte crise que lhe ocorrera. Todavia, no outro dia, às 19:30h da noite, como era de costume, ainda brincou com um papagaio que criava. Depois disso, ele foi dormir aparentemente alegre e se recuperando da crise, porém, na manhã do dia 24, às 07:40h, foi encontrado morto em sua cama, na sua própria residência.
João Batista dos Santos veio para Japi entre os anos de 1955 a 1958. Segundo o saudoso Leôncio Miguel e dona Santa, sua esposa, as pessoas que viram João da Mina aqui em Japi pela primeira vez foram eles. Leôncio me disse que estava lá no Alto São Sebastião, porque namorava a dona Santa. Ele disse ainda, que estava em frente da casa de seu sogro quando chegou de repente aquele homem montado em um jumento e perguntou: “Onde fica a fazenda de Neco Medeiros?” Leôncio ensinou. João agradeceu a informação e saiu em direção à casa de Manoel Medeiros Filho.
 Aqui em Japi, ele construiu duas famílias: a primeira foi com a senhora Isabel Teotônio e desse relacionamento tiveram seis filhos: José Batista dos Santos, falecido no final de janeiro de 2015, Maria Batista dos Santos, Fátima Batista dos Santos, Francisco das Chagas Batista dos Santos, Josefa e Etinha. O segundo casamento foi com Maria Cassiano da Paz. Desse relacionamento nasceram quatro filhos, a saber: Edson Batista dos Santos, Erivaldo Batista dos Santos, Josefa Gilvaneide Batista dos Santos e Francisca Gesilande Batista dos Santos.  
João Batista dos Santos[1] faleceu quando tinha 89 anos de idade. Embora toda a sua família seja de Timbaúba dos Batistas, ele foi sepultado no cemitério de Japi. 
Segundo os sertanejos, João da Mina foi o maior garimpeiro do Sertão. É relevante informar, que um desses minerais encontrado por João da Mina pode ser explorado e gerar emprego e renda para o município.

O granito

O granito é um minério que existe em abundância em todos os arredores da cidade de Japi. Rocha magmática intrusiva, esse minério apresenta uma resistência muito grande à fragmentação.
Esse tipo de pedra dificilmente se altera. Por isso, é largamente usado na pavimentação de ruas e na construção de casas, cisternas e edifícios.
Na sua composição aparecem os minerais: quartzo, feldspato e mica, que são visíveis a olho nu, permitindo o reconhecimento de cada um.
            A parte cinza do granito é o quartzo; o amarelo é o feldspato; e a preta é a mica.
Nas últimas décadas, a transformação desse minério em outros produtos, como paralelepípedos, meios-fios, britas, pedras para alicerces de casas, edifícios e paredes de cisternas etc., tem sido uma das fontes de renda para várias famílias deste município, especificamente da localidade de Pedra Preta, onde há uma pedreira e ocorre  a “quebragem” de rochas compactas de granito.
A localidade de Pedra Preta fica a dois km ao norte da cidade de Japi, nas propriedades dos senhores Alípio Marques de Souza e João Nicolau Pinheiro, respectivamente, e são eles mesmos quem trabalham nas pedreiras juntamente com seus familiares e outras famílias contratadas para auxiliarem nesse trabalho.                                   
A quantidade de produtos derivados do granito tem aumentado nos últimos anos, embora seja de forma lenta. Todavia, os produtos produzidos ali são de maneira artesanal. Ainda não disponibilizamos de uma máquina britadeira. Quem sabe um dia isso possa acontecer. Por isso, hoje, produzimos pouco, mas mesmo assim, exportamos produtos derivados do granito para as cidades de Santa Cruz, Sítio Novo, Campo Redondo, São Bento do Trairi, entre outros municípios. É importante ressaltar que nossa cidade é também um importante consumidor de tudo o que é produzido nas pedreiras.
O resultado econômico poderia ser melhor se houvesse interesse por parte da prefeitura deste município, no intuito de programar ações nesse setor capazes de gerar mais emprego e renda para o povo desta cidade.
Para isso, é necessário que a prefeitura consiga investir em máquinas e equipamentos modernos e procurar expandir mais a área de exportação dos produtos derivados do granito.


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